Capítulo 59

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Hugo Gonzalez

Entregaram uma máscara preta para cada um de nós e seguimos pelo hall de entrada, ricamente decorado e muito sofisticado, contendo algumas pinturas que eu me perguntei se eram réplicas ou as obras originais conseguidas por algum negociante no mercado ilegal. Os lustres de cristal eram grandes, com hastes de ouro e ostentavam luxo. O piso de mármore estava lustrado e quase reluzia como a superfície de um espelho. Além disso, havia um tapete vermelho, ladeado por castiçais altos que indicavam o caminho. Seguimos por ele até chegar a um grande salão onde havia um bar, um pequeno palco, mesas com barra de polidance e gaiolas presas ao teto.

-Nada mal — David riu enquanto observava tudo pela câmera escondida no meu terno.

— Não se distraia — meu tom foi mais firme. Por mais que os desejos fossem provocados, tínhamos uma missão para cumprir e precisávamos ficar em total alerta.

Durante as pesquisas sobre aquela organização, tínhamos nos aproximado de uma pessoa da liderança. Por mais que soubéssemos que ela provavelmente não agisse sozinha, era quem costumava dar as caras e que possuíamos mais informações. Conhecida como Cat, quem se dava nome de gato, era uma mulher ruiva.

Com o comunicador ligado, e a Pillar agarrada ao meu braço começamos a explorar o local atrás dela. Tinha certeza de que se o capturasse conseguiria chegar a todos os demais responsáveis por aquele esquema.

— Oi... — uma das mulheres se aproximou de mim e subiu com as unhas compridas, pintadas de vermelho pelo meu peito, atraindo a minha atenção para o seu rosto.

Ela era negra, com cabelos volumosos e uma boca sedutora. Usava uma lingerie minúscula que chamava atenção para o seu corpo. Se eu não tivesse um objetivo a cumprir facilmente me deixaria levar por aquela tentadora distração.

— Talvez mais tarde — afastei a mão dela.

— Mais tarde eu posso ter sido requisitada por outro o que pode ser lamentável.

— Então terei que lidar com isso, mas no momento eu só estou conhecendo um pouco melhor o ambiente.

— Um voyeur, entendi...

— Há quanto tempo está aqui? — Pillar pergunta, chamando a atenção da mulher.

— O suficiente para me esquecer de quando cheguei — deu um leve suspiro e Pillar estava prestes a fazer outra pergunta quando ouvimos a voz baixa do meu irmão na escuta.

-A Cat está no palco.

— Preciso ir — falei para moça antes de me afastar dela e segui na direção ao palco onde havia poltronas redondas e mesas em volta para que mulheres e homens pudessem observar o show de dança.

— Eu vou dar uma olhada pelo lugar — Pillar fala e começa a se afastar.

O cardápio disponível era variado com opções para os gostos e preferências. Realmente toda a perversão poderia ser encontrada ali e provavelmente por isso os clientes pagavam tanto.

Foquei a minha atenção na mulher no palco, ruiva e usando uma máscara branca com várias plumas. Era possível que fosse uma peruca e percebi que ela era bem cuidadosa ao ponto de esconder a sua identidade. Ela se aproximou manhosa de um microfone, como se a sua própria aparição já fosse um espetáculo. Precisava pegá-la, mas na frente de todos não seria nada simples.

— Senhoras e senhores, sejam muito bem-vindos à ilha vermelha. É com enorme prazer que os recepciono para essa noite de luxúria. Nesse local todos os prazeres podem ser comprados e todas as suas vontades serão saciadas. Hoje temos uma atração especial, além das meninas jovens que temos todos os dias, teremos duas virgens — a plateia começou a murmurar depois do que ela falou — Isso, virgens! Terão a oportunidade de romper um hímen.

Enquanto a plateia parecia se alvoroçar, a minha mente analisava o local e esperava pela oportunidade certa de colocar as mãos na Cat. Começaria com ela o meu recado para que aqueles traficantes de pessoas ficassem longe do meu território.

— Quanto? — alguém perguntou.

Minha atenção se voltou para um homem de máscara sentando-se em uma das poltronas. Não o reconheci, mas não imaginei que precisasse me preocupar com ele. Era só mais um cara rico que não sabia o que acontecia para que um lugar como aquele funcionasse. Ou talvez soubesse, mas não se importava.

— Seja um pouco paciente, senhor. Aproveite as atrações que temos a oferecer — a Cat deu uma risadinha, empolgando-se com a reação do homem — Divirtam-se! — fez um gesto e abriu espaço para que outra mulher, seminua como as que andavam de um lado para o outro, assumisse o microfone e começasse a cantar.

(...)

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