Capítulo 58

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Hugo Gonzalez

— Quem precisa de FBI, com esses computadores todos a disposição — a Giulia fala deslumbrada pelo lugar.

— Ser dono de uma das maiores empresas de tecnologia tem as suas vantagens — falo — E então o que achou? — viro em direção da Pillar perguntando.

— Achei espetacular, nem o FBI com a Interpol tem todos esses equipamentos e dessa qualidade — diz.

— Não tem mesmo — David fala se pronunciando.

— Mais me fala, o que que essas belezinhas fazem — Pillar pergunta andando pelo local.

— O computador principal está conectado ao satélite principal, então posso facilmente invadir qualquer lugar com alta proteção e os outros estão conectados a ele então já pode imaginar a potência das nossas defesas e ataques tecnologicos — David explica — Só seria possível se instalassem algum programa manualmente, o que não é impossível né — ele fala encarando Giulia, que desvia o olhar e continua a andar pelo local, ele ficou meio ressentido pelo o que aconteceu entre eles.

— Então você é o cara dos computadores — Pillar fala tirando a atenção dele da Giulia.

— Dirijo a empresa de tecnologia da minha família, então pode supor que sim.

— Interessante.

...

Descobrimos que o leilão ia ser numa ilha, localizada ao leste de Nova York, então nós aprontamos e fomos para lá. David e Giulia ficaria no jatinho monitorando tudo por lá então eu e a Pillar infiltrariamos no local. Eu estava em alerta quando o helicóptero pousou na ilha vermelha. No primeiro momento, o local parecia como qualquer outro paraíso de Nova York. Tendo nascido no mundo do crime e lidado com ele desde moleque, conhecia muito bem fachadas como aquela.

Ao descermos da aeronave, notei que havia outras paradas ali. Vários milionários dispostos a pagar pelos serviços que eram oferecidos. Não me oporia se não soubesse que as mulheres dali estavam contra a sua vontade e algumas delas eram cidadãs, sequestradas sob a nossa proteção.

Evitávamos desavenças internacionais, o crime de outros países costumava não ser problema nosso, a não ser quando tínhamos braços de atuação, como acontecia na Itália e na Inglaterra. Porém, deixávamos sempre um recado claro de que também era melhor não mexer conosco.

David reparava na entrada por onde os convidados estavam passando depois falou comigo pela escuta desfaçada de brincos no meu ouvido, tanto eu quanto a Pillar estávamos usando para poder nos comunicarmos

-Eles pensam que você é só mais um riquinho mimado que quer ver novos ares com a sua submissa — Giulia fala do ponto de escuta.

-Até parece que vai ser um grande desafio — David fala em tom de humor.

-Os soldados precisarão ficar aqui fora e vocês estarão lá por conta própria — Giulia volta a falar.

Assenti, sabendo que não estaríamos assim tão sozinho. David sabia operar aquelas parafernálias eletrônicas como ninguém, conseguiria passar com elas pela segurança do local.

— Acionarei vocês se precisamos de ajuda — disse para os nossos homens — Por enquanto fiquem aqui e não chamem atenção.

Eles assentiram e eu fiz um gesto com a cabeça para que a Pillar viesse comigo. Os boatos sobre os negócios ilegais da minha família rondavam o mundo, ainda que ninguém fosse capaz de comprová-los. O que tinham sobre nós era o fato de sermos a família mais rica de Chicago, com bilhões investidos nas mais diversas áreas, de empresas e à bolsa de valores. A lavagem de dinheiro ocorria de inúmeras formas e fomentava uma fortuna legal na esfera de centenas de bilhões. Apresentamos os QR Code que o David havia providenciado.

— Senhor,  sejam muito bem-vindo — apenas acenamos com um movimento de cabeça — É um prazer recebê-lo em nossa ilha. Só pedimos que por favor deixem as armas aqui para a segurança de todos lá dentro.

— Estou desarmado — levantei os braços e deixei que passasse o detector de metais pelo meu corpo.

Se aquele cara soubesse o que eu era capaz de fazer só com as minhas abotoaduras não estaria preocupado em ter certeza de que eu não carregava comigo um revólver. Poderia matar meia dúzia deles com as minhas próprias mãos antes que ficasse cansado. Entretanto, recordei-me do que o meu irmão havia dito. Tinha pelo menos cinquenta soldados, era melhor que eu não me arriscasse antes de ter certeza de quem era o meu alvo.

(...)

Mais umzinho.

Rendidas Pela MáfiaWhere stories live. Discover now