43. Ciúmes

680 50 34
                                    

A porta abriu e fechou duas vezes sem que Bianca percebesse, estava imersa no sabor e na textura dos lábios que tanto sentia falta. Lentamente, Rafaella separou o beijo, queria ter certeza que estava tudo bem fazer isso, queria verificar se a garota estava tranquila com isso.

Afastou seu rosto da mais nova, acariciando seus cabelos e abrindo os olhos enquanto Bianca ainda tinha os seus fechados. Desceu sua mão pelo ombro da garota acariciando seus braços, vendo-a abrir os olhos e lhe encarar de forma neutra, tentando entender o que estava por trás dos castanhos, sorrindo, até sentir uma mão acertar com tudo seu rosto e Bianca lhe fitar com raiva.

— Se acalme... se acalme. — Disse ainda de forma suave, sabia que esse momento estava sendo estressante para ela.

— Você sabe o que está fazendo? — Voltou a respirar pesado, olhando para Rafaella e para o elevador, sem saber se estava nervosa pelo local em que se encontrava ou pelo ocorrido. — Por acaso você se esqueceu do contrato?

— Eu... — Negou com a cabeça, sorrindo discretamente. — Eu queria que você esquecesse tudo por um momento, já que estamos nesse elevador, para você vencer o seu medo.

— Para vencer meu medo? Não há outro motivo? — Perguntou nervosa. — Jamais esquecerei esse seu ato, Rafaella Kalimann.

— Eu também não vou esquecer, Bianca Andrade! — Sorriu encarando Bianca intensamente, deixando a garota sem graça, olhando para o espelho, esquecendo de onde estava e baixando o olhar.

— Você pode mudar a sua expressão facial? — Perguntou depois de uns segundos sentindo o olhar flamejante em cima de si.

— Qual expressão?

— Estou falando sobre seu sorriso bobo. Você pode mudar?

— Eu não posso me controlar.

— Uhum. — Sorriu irônica. — Este é o seu problema, você não pode se controlar. — Virou de frente para a porta de metal. — Eu ingenuamente ainda acreditava que você poderia mudar. Você não consegue nem respeitar um simples contrato!

Bianca falava irritada e Rafaella seguia com o sorriso no rosto, observando a garota esquecer que estava em um lugar fechado enquanto brigava com ela.

— Um simples contrato? Você sabe quantas cláusulas tem nesse contrato, certo? — Perguntou lhe desafiando.

— Tudo bem, mas você sabe que quebrou a cláusula mais importante deste contrato, certo? — Voltou a lhe encarar. — Que autoconfiança é essa?

— Bianca, como posso falar sobre um contrato entre duas pessoas que se amam?

— Fale então... — Desafiou fechando a cara.

— Muitos caprichos, podem desgastar o amor. — Disse pausadamente e levou sua mão para a nuca da menor, puxando-a para mais beijo.

Rafaella usou o outro braço para circular a cintura da mais nova, puxando-a completamente contra si, sentindo como se ambos os corpos pudessem ocupar o mesmo lugar, sentindo Bianca levar as mãos para seus ombros, se permitindo, intensificando o beijo, abrindo passagem para as línguas se entrelaçarem e deixando gemidos escaparem. Separando-se apenas quando o elevador parou de vez, chegando ao vigésimo quinto andar do prédio.

— O que você está pensando agora?

Rafaella perguntou ao observar a garota ficar calada por mais de cinco minutos enquanto almoçava. Estavam sozinhas no restaurante, ao lado de uma grande janela de vidro, próximas a uma parede verde de plantas e flores.

Assim nasce o amor Where stories live. Discover now