13. Cento e vinte itens

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Bianca acordou e foi direto para a floricultura. Sua tia havia deixado milhões de mensagens para ela ir imediatamente lá assim que acordasse, procurando saber com clareza o que era que tinha acontecido no dia anterior na vida da sua sobrinha.

No caminho tentava ligar para Rafaella, caindo sempre na caixa postal, desistindo em seguida e continuando o trajeto ouvindo suas músicas mesmo.

Chegou lá pronta para encontrar as quatro mosqueteiras a sua espera, estranhando quando viu apenas sua tia e B2, que mesmo assim, deram conta de fazer tantas perguntas quanto se estivessem as quatro presentes.

Descobrindo inclusive, que em meio a uma confusão no dia anterior, todos foram parar na fazenda Kalimann e Gizelly, que perdeu uma entrevista de emprego graças a birra entre Mônica e Genilda, acabou ganhando um emprego de Sebastião.

— Gi conseguiu um emprego na empresa? — Bia perguntou empolgada com a notícia.

— Siiim, ela está muito feliz com isso.

— Gi conseguiu um emprego na empresa. — Falou novamente, séria, depois da sua ficha ter caído. Gizelly ia estar perto provavelmente por mais tempo que o normal e no meio da confusão. — Fiquei em Noronha por dois dias e meio e isso aconteceu?

Riu para disfarçar seu pequeno surto interno, olhou a hora no celular e esticou o pescoço para ver se via o conversível na rua.

Nada.

— Você está cuidando se Rafaella vem ou não? — B2 perguntou com as sobrancelhas levantadas.

— Não veio e o telefone está desligado. — Ouviu sua amiga soltando um "ohhhhh" e revirou os olhos. — Eu vou ligar de novo.

Saiu da mesa para ligar e ouvir a mesma voz dizendo para deixar um recado. Não aguentando mais aquela gravação, decidiu deixar um recado e Rafaella que pagasse para ouvir.

— Senhorita Kalimann, senhorita Kalimann. Olá! — Falava com uma falsa animação. — Você está vindo ou não? Por favor, venha, ou não venha. Por favor, não passe aqui, ou passe. Isso não funciona! Você tem que se comunicar. Não deveria ser assim, então estou saindo para o trabalho agora. — Dizia irritada. — E sim, mais uma coisa: não se atreva a vir, eu te encontro lá. — Desligou bufando.

Bianca pegou seu jipe antigo adesivado com algumas flores e o nome da floricultura e foi até o escritório, parando o carro gigante em frente à porta de entrada e entregando a chave ao manobrista.

— Bom dia! — Entrou na sala compartilhada olhando em volta em busca da mais velha, e cumprimentando a todos, mas a sala de reunião estava vazia. — Onde está a Rafaella? — Perguntou para a dupla de assistentes que olharam rapidamente de volta para o computador, evitando responder qualquer coisa.

— Bom dia, Bianca. — Kleber saiu de sua sala, usando muletas e com o pé enfaixado, atraindo o olhar curioso da mais nova.

— O que houve com seu pé? — Manu e Pyong começaram a gargalhar por já saberem da história aleatória, recebendo um olhar mortal do homem.

— Um acidente sem importância, esqueça. — O acidente sem importância envolvia levantar a noite para pegar água, não ligar a luz e quebrar o mindinho chutando a mesa. — Você não sabe?

— Não sei o que? — Voltou a se concentrar na questão principal enquanto todos se olhavam para saber quem falaria. Kleber foi obrigado a continuar. — Rafaella não virá hoje.

— Por que ela não virá? Ela nunca "não vem". Ela está doente? — Perguntava preocupada.

— A Rafaella? Doente? — Manu riu. — Se Rafaella pegar uma gripe, todo o escritório entra em uma quarentena.

Assim nasce o amor Where stories live. Discover now