23. Itália

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O cinto segue apertado, né?
Só checando aqui...

— — —

As posições haviam mudado e novamente estavam juntas em um sofá pela manhã, da mesma forma que no dia da reforma, com Bianca tendo o corpo jogado por cima do de Rafaella.

Porém dessa vez, Rafa tinha seu braço sobre os ombros e cintura de Bianca, abraçando-a como se o mundo dependesse disso e os lábios colados em sua testa, enquanto Bia tinha a mão sobre um ombro de Rafaella e a cabeça encaixada no outro.

Rafaella acordou assustada, moveu sua cabeça de forma um pouco brusca e acordou Bianca, que em seu looping eterno de tentativas de acordar, apenas olhou para cima, sorriu, e voltou a acomodar-se no corpo da mais velha.

— Bianca? — A mais nova murmurou alguma coisa inaudível. — Bianca? — Levantou a mão que estava na sua cintura, colocando sobre o seu próprio corpo. — Você ficou aqui. — Bianca acenou positivamente sobre seu peito.

— Você me pediu. — Disse ainda de olhos fechados e Rafaella franziu a testa. — Você me disse para não ir. Você não se lembra? — Murmurou.

— Eu pedi? Hã... Eu não lembro. — Tirou a mão que estava sobre os ombros da menina, percebendo que havia esquecido aquela ali, e Bianca levantou confusa, sentando no sofá ainda embaixo das cobertas e olhando para a mais velha.

— Espere um minuto. Você não lembra... de nada? — Rafa parecia realmente confusa, mas não incomodada.

— Eu... — Olhou para o teto. — Eu não lembro... Provavelmente os medicamentos fizeram efeito. Eu lembro que tive pesadelos... — Bianca engoliu a seco e deixou o sentimento, que agora conhecia bem, tomar conta de seu corpo. — Não falei bobagens, né?

— Não, não falou bobagens. — Sua voz falhou e ela tirou as cobertas para o lado, levantando do sofá e colocando seus tênis rapidamente.

— Bianca, você está bem? — Estranhou a mudança brusca no humor da garota.

— Sim.

— Vou tomar banho e depois vamos tomar café, tudo bem?

— Você não lembra de nada? — Perguntou uma última vez, encarando profundamente a mais velha.

— Não. — Balançava a cabeça. — Eu não lembro. — Trocaram olhares por um tempo. — Tudo bem? Eu vou lá. — Saiu da sala.

Bianca inclinou o corpo para frente, apoiando a cabeça em suas mãos, negando com a cabeça. Não acreditava que era possível ela esquecer algo assim, não sabia se acreditava no inconsciente da mais velha e falava algo, ou se deixava por isso mesmo e seguia a vida longe do caos que era Rafaella Kalimann.

— Bianca?

Rafaella saiu do banho procurando a garota, olhando para o sofá e para a mesa, encontrando apenas uma folha aparecendo embaixo do seu notebook, que não lembrava ter deixado ali.

— — —

— Genilda, você está livre agora? — Bianca encontrou quem procurava, sentada no píer observando o lago.

— Claro, Bianca. Sente-se.

— Meu contrato com a Rafaella acabou... Rafaella e Gabriela vão voltar. — Disse calma e Mônica levantou as sobrancelhas exatamente como a filha fazia.

— É mesmo?

— Estou indo para a Itália esta noite. Vim me despedir de você.

— O que você vai fazer na Itália? — Perguntou confusa.

Assim nasce o amor Where stories live. Discover now