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Ethan Whyne.
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— ela foi sequestrada — falei para o homem que bebia de forma confortável — por que você não estava no evento ontem?

— porque eu sabia o que iria acontecer — deu de ombros.

— ela foi sequestrada — repeti novamente, implorando para que ele fizesse algo em relação a aquilo.

— ela não é mais minha responsabilidade, Ethan — o homem riu quando dei um passo para frente, mas recuei logo em seguida — Maggie não é mais a  minha responsabilidade, e sim sua. Não me venha com essa história como se eu pudesse fazer algo.

— ela é sua filha! — praticamente gritei para ele, que por sua vez apenas arqueou uma sobrancelha.

— e?

— "e"? — perguntei exasperado — você pode fazer alguma coisa sim para me ajudar com ela. Você só não quer.

— você sabe que não é assim — falou quando se levantou, indo em direção a uma bancada que havia vários tipos se bebidas — você sabe muito bem que não é assim.

— ele está com ela — falei, sentindo meu corpo começar a estremecer.

— não me diga — uma risada sem humor.

— e ele pode fazer o que quiser com ela — continuei, tentando bloquear da minha mente os momentos que me fizeram ter pesadelos.

— eu também sei disso, Ethan querido. O que me faz perguntar-me: por que você não protegeu ela?

— ela pode estar com Arnel — continuei, ignorando o que ele acabara de dizer.

— isso não é culpa minha.

— ela pode passar pela mesma coisa que sua esposa passou — falei por fim.

— sua esposa? — ele riu, tentando disfarçar o momento em que congelou — por que não se refere a ela como sua mãe?

— porque ela não é minha mãe — falei com raiva, dando um passo para frente — ela não é minha mãe.

— é claro que não — riu — mas me diga, Ethan: se trata de um sequestro ou rapto?

— como? — perguntei sentando.

— sequestradores querem dinheiro. Raptores querem sexo. Essa vida de crime nunca te ensinou nada? — o homem me olhava como se fosse a pessoa mais burra do mundo, mas eu o ignorei.

— eu não estou envolvido com nenhum crime! — rosnei — não diretamente.

— é claro. Porque você preferiu deixar tudo para o pobre coitado do seu irmão mais novo, sim? — ele veio em minha direção, parando a poucos passos de mim — sabia que eu me pergunto até hoje como foi que você conseguiu criar um laço com Maggie?

— desde quando minha relação com Maggie te afeta de algum modo? — perguntei com um sorriso, ignorando o fato de que estava começando a falar demais — me diga: e se eu devolvesse sua adorável esposa vulgo minha mãe para Arnel, o que você sentiria?

— você não é louco — ele segurou minha camisa com força, deixando um forte tapa no meu rosto — você não seria capaz.

— você acha que não? — eu ri, devolvendo a tapa, porém em sua orelha. Aquilo deve ter doido. — você acha que eu não conseguiria pegar Marry, colocar ela de joelhos e ver quem pagaria mais por ela? Arnel nunca esqueceu sua submissa número um.

— você está mexendo em águas perigosas, Ethan — falou me soltando, voltando a sua bebida. Sua orelha estava vermelha, mas ele não parecia afetado. Assim como eu não me afetei com sua tapa. — cuidado com o que fala.

Eu saí dali antes de fazer ou dizer algo inusitado, mas ainda com a cabeça fervilhando em tentar achar algum meio de tirar Maggie dali.

Passado vol.1 - El finWhere stories live. Discover now