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O carro estava se movimentando rápido e eu tentei, pela terceira vez, me afastar do homem que estava do meu lado, de forma discreta.

— por que você está com medo, Nuevo? — a voz gentil e grossa ao mesmo tempo soou, me fazendo corar — Não se preocupe, Ethan Whyne já te abusou o suficiente e ninguém aqui irá fazer isso com você.

A fala dele me fez olhar para frente, vendo que estávamos nos aproximando da avenida principal, mas voltei a olhar para minhas pernas novamente, quando a vergonha estava grande o suficiente para não conseguir manter a cabeça em pé.

— eu te machuquei? — ele tocou minha mão com um cuidado desmasiado, e eu a puxei, quando seu toque me deu asco — me desculpe. — uma pausa — eu estou falando isso sem nenhum tipo de irônia ou sarcasmo. Me perdoe por isso, Maggie.

Confirmei, mas não porque realmente o perdoava, mas sim porque quando Ethan via que eu não havia lhe perdoado buscava a força para eu o fazer.

— vejamos, estamos perto — bateu duas vezes no banco do motorista — o que acha de passarmos em um restaurante iraniano?

Meus olhos encontraram os seus com surpresa, mas os abaixei novamente, por ver que os seus estavam fixos nos meus, mas voltando logo em seguida quando me recompus.

— gosto de pesquisar sobre as pessoas que vou sequestrar, Maggie. Inclusive, você gosta do Nadal? — meus olhos ainda estavam analisando o rosto dele que, por incrível que pareça, estava mostrando um sorriso e uma expressão leve.

— não conheço — respondi, tentando continuar o olhando — eu também não quero comer, obrigada.

— mas o que é isso, Maggie? É claro que sim. Iremos fazer isso como um favor.

— por que eu estou aqui? Por que vocês estão me tratando bem? É uma maneira de me humilhar ou algo do tipo? Isso é uma estratégia de Ethan? Se for...

— Maggie Catarina Nuevo — a voz do homem soou calma, e a janelinha que nos dividia do motorista foi fechada, quando ele pegou meu rosto para lhe olhar — eu não tenho a mínima intensão de te machucar, na verdade não sou eu o mandante desse sequestro. Mas estou pedindo a você uma única coisa que é: não seja rude com quem está tentando te ajudar. Estamos entendidos, Maggie?

— sim — respondi, colocando a mão no rosto quando me vi solta do seu aperto.

— seu rosto ficou vermelho — passou a mão no meu rosto, mas me esquivei — vamos, garota. Eu não posso deixar meu chefe te ver assim.

Não deixei, mas isso não impediu o homem loiro de segurar meu rosto novamente, e tentar amenizar algo que passaria em minutos.

› › ›

O lugar em que fui posta, era silencioso, vazio e frio.

Era feio também e eu senti meu coração acelerar, quando o homem loiro entrou junto a um outro, que estava de chapéu e máscara descartável.

— boa noite, senhorita Nuevo — me cumprimentou — desculpe por isso.

Antes que eu pudesse ter uma reação, uma tapa forte atingiu meu rosto, uma câmera com flash surgiu e palavras desconectas saíram em alemão.

— Der Preis für Ihre Fehler ist die Person, es ist die Person, die Ihnen am wichtigsten ist.

Passado vol.1 - El finWhere stories live. Discover now