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A água estava morna quando fui posta ali com cuidado, com os olhos fechados.

— tente relaxar, Maggie — Ethan falou baixo, enquanto jogava a água que ia até minha barriga na região do meu peito — você precisa estar forte o suficiente para andar até o carro, para seus pais não desconfiarem. Depois, eu prometo que irei te carregar até em casa.

Minha intimidade continuava pulsando mesmo sob a água morna.

Minha cabeça ainda estava martelando, mesmo que eu estivesse com os olhos fechados e tivesse tomado remédio.

Meu peito, subia e descia enquanto eu tentava usar meu autocontrole para não chorar, mesmo que o motivo para meu descontrole estivesse pasando uma esponja macia em minhas costas, ao mesmo tempo que de alguma maneira massageava meu cabelo.

Por dez minutos, Ethan ficou vagando a esponja por meu corpo, desistindo de lavar entre minhas pernas quando viu que eu tremia ou fechava os olhos com mais força, quando o fazia.

Cinco minutos depois, meus cabelos já estavam no meu peito, molhados, cheios de espuma.

Dez minutos depois, eu estava enrolada em um roupão, dentro do closet, de frente para o espelho, esperando Ethan terminar de pentear meu cabelo.

— seu cabelo é lindo, sabia? — perguntou enquanto parava para me olhar através dos espelho. Fechei os olhos novamente — abra os olhos — com muita custo, os abri, vendo o sorriso de Ethan — muito lindo. Mas eu prefiro quando está da cor natural.

— eu não — murmurei, querendo sair dali, mas fechado os olhos novamente.

Maldito seja Ethan Whyne.

— qual roupa você quer usar? — perguntou enquanto olhava as roupas, e eu me contive em não dizer que nenhuma roupa iria me fazer sentir-me confortável em voltar para aquele inferno — vestido leve?

Confirmei, pegando outra escova da penteadeira para prender meus cabelos, parando quando Ethan segurou minha mão com força.

— solto.

— está fazendo calor, Ethan — tentei argumentar, vendo então o quão tosca estava soando.

— solto, Catarina.

A palavra final.

Ethan havia dado a palavra final e não havia nada que eu pudesse fazer em relação a aquilo.

A pergunta era: eu queria?

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A viagem foi longa, desgastante.

O motorista prestava atenção na estrada, mesmo que eu visse pelo espelho que havia acima da sua cabeça um vislumbre de curiosidade.

A casa — mansão — branca, estava da mesma maneira que antes.

A mesma era toda branca, resaltando as janelas pretas, tendo um pouco de vida por conta do jardim que cercava a entrada.

Olhei para o lugar que fugi uma vez, vendo que estava com um monte de plantas engomadas, sentindo meu coração falhar uma batida quando os olhos de Ethan seguiram o meu, para o local.

— você achou que eu deixaria aquilo passar em branco? Não querida, dessa vez vai ser para sempre.

O carro parou, e eu sorri ao ouvir aquilo.

O para sempre nunca dura tanto assim.

Passado vol.1 - El finWhere stories live. Discover now