Passado vol.1 - El fin

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Ethan Whyne, minutos antes.
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— ela vai entender, Ethan — o pai de Maggie disse, me olhando de forma séria — ela já tem idade para assumir os erros.

— mas ela ainda era jovem quando aconteceu — comecei, justificando — ela estava tão bêbada que... Céus, eu também deveria ter me tocado. Eu já era um adulto e...

— não, Ethan — a voz grossa de Henrique adentrou nos meus ouvidos, me fazendo parar — Maggie Catarina deveria ter atitudes para como uma Nuevo. Ela tinha idade o suficiente para entender que não era mais uma garotinha.

Ela era uma garotinha — pensei, enquanto balançava a cabeça de forma pensativa para o homem — ela era minha garotinha que se tornou uma mulher agora.

— bom — bati as mãos uma contra outra, com um sorriso gentil — agora podemos falar sobre o casamento, sim?

— sim — respondeu contragosto, e por um momento me peguei me  perguntando se ele realmente estava de acordo com essa união — pode ser em uma semana? Duas, está bom?

Eu sorri para ele, de forma gentil.

— se fosse antes, melhor — o homem me encarou por um longo momento, me fazendo ficar sério e tentar entender onde havia errado — ela precisa se acostumar logo com tal. Não seria bom a vista do público que eu fique tempo demais na casa de um casal que tem uma filha jovem e solteira.

Ele confirmou, mas não antes de pedir para sua esposa vim ao nosso encontro.

— Cora? — Henrique falou, quando sua esposa entrou de cabeça erguida ali dentro, mas não de uma forma afrontosa — ajude Henrique a cuidar dos assuntos em relação ao casamento. Logo a notícia será divulgada.

A mulher confirmou, mesmo que nos olhos castanhos como os da minha futura esposa estivessem brilhando em curiosidade.

— você disse que sua filha jogava tênis, no discurso de ontem — falei por fim, quando estava querendo mais que tudo ver Maggie — ela joga todos os dias?

— sim — a cadeira de rodinhas foi empurrada brevemente para a janela, quando o homem tirou uma fresta da cortina observando o lado de fora  — ela deveria estar jogando agora, inclusive.

— ela não está? — perguntei enquanto me levantava, passando para o outro lado da mesa, onde o homem estava, vendo um campo de tênis ali.

Era grande, rodeado de grama verde demais, dando a impressão de ser artificial. Do lado, havia um espaço que mal podia ser visto por conta do telhado, mas que dava um pequeno vislumbre do sofá e frigobar.

— ela deve estar indisposta — murmurou, mesmo que o tom não estivesse convicto do que acabara de dizer — vamos para o café, sim? Ela vai estar lá.

E assim fomos para a grande mesa de vidro que havia na sala de jantar, com vários tipos de bolos, pães e sucos.

— bom dia — falei quando sentei do lado de Maggie, que por sua vez parou de mastigar.

Os cabelos encaracolados estavam soltos, ainda molhados. A mão pequena estava no ar, com um pedaço de torrada que muito provavelmente iria ser mastigada caso eu não tivesse aparecido.

Por um momento, ficamos todos em silêncio.