Passado ≈ 40

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Maggie Catarina.

— eu gosto de você — Ethan me disse quando estava me dando carinho em uma noite fresca da Dinamarca — gosto de você, da maneira que fica linda e vulnerável me chupando e ainda mais quando você chora sob meu pau. É de prazer, não é?

Estávamos deitados sob uma rede que ficava na sacada do seu quarto e eu me segurei para não começar a chorar quando ele disse aquilo.

Você chora de prazer no meu pau.

Não era de prazer, mas apenas uma mente doente como a dele achava que sim.

— sim — falei, engolindo em seco, me forçando a deitar sob seu peito nu quando não conseguia mais lhe encarar.

— sim o que, Mag? — perguntou alisando minhas costas cobertas por uma camisola de cetim rosa fraco. 

— sim, Ethan — lhe olhei nos olhos, lhe mostrando um pequeno sorriso — eu choro de prazer quando estou com você.

Voltei a olhar a vista que tinha ali, observando os prédios distantes e a quantidade de verde que havia ali, sentindo o ar fresco que quando estava perto de Ethan parecia pesado.

— você chora quando "está comigo"? — perguntou com as sobrancelhas ruivas franzidas em dúvida — quero palavras exatas, Mag.

Me senti corar. Mas não sabia se era pela raiva ou pela vergonha que estava em dizer aquilo.

Ele era mais de vinte anos mais velho que eu.

— eu choro quando estou sob seu pau — as palavras sairam mais raivosas que pensei que poderia e tossi sob seu corpo grande para disfarçar.

A mão grande com calos foi posta no meu rosto, em um convite carinhoso para lhe olha-lo.

— adoro quando você fala palavras sujas para mim, Mag — um beijo longo, fazendo com que minha língua tocasse a sua e um choro triste saísse de mim o fez parar, me olhando com a mais pura preocupação.

O que me assustou, me fazendo recuar.

— o que aconteceu? — as sobrancelhas ruivas estavam tão franzidas em dúvida e os olhos azuis tão escuros que as vezes mais pareciam ser negros me encaravam com preocupação, fazendo com que meu coração acelerasse e o choro começasse a querer se tornar mais forte.

— nada — sorri de forma nervosa, deitando em seu peito novamente, implorando para que ele não pedisse para lhe encarar — eu estou com medo.

A mão foi posta em meu corpo novamente, me dando um carinho terno.

Ele não respondeu.

— eu queria ver minha mãe novamente — falou baixo, quando o silêncio estava confortável.

Engoli em seco.

Quem era a vadia filha de uma puta que havia criado aquele monstro?

— mesmo? — sorri nervosa, mesmo que ele não pudesse escutar meus pensamentos. Meu choro estava começando a ficar escasso. Eu estava tão, tão confusa. — por que você não ver ela?

— porque eu sou assim — levantou as mãos no ar, me deixando surpresa por ele ter consciência de quem é — não dar.

— por que não? Você pode mudar — levantei a cabeça o olhando nos olhos, tentando conter a ansiedade que havia nos meus, tirando uma mecha do rosto — você pode ser alguém melhor, eu...

— não dar, Maggie — sussurrou, me trazendo para seu peito novamente.

— por que? — sussurrei, sentindo as lágrimas começarem a descer novamente.

— porque você me fez perder a esperança — murmurou baixo — por mais que eu queira, jamais irei conseguir deixar você ir. E minha mãe não se orgulharia por ter um filho assim.

Passado vol.1 - El finDonde viven las historias. Descúbrelo ahora