Capítulo 80

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Narrativa

Com Tony no hospital, os médicos decidiram que não havia outra maneira de proceder com a situação, se não a retirada completa dos estilhaços do seu peito. Isso poderia ser de fato um novo começo para ele, uma nova vida, onde não teria que ser mais um "escravo" do reator ARC. No entanto, as complicações que tal procedimento poderia gerar, estava deixando a todos imensamente preocupados.

Pepper se manteve forte boa parte do tempo, as vezes ela ia até o banheiro, só para não ter de chorar na frente de Anne. Ela não queria desanimar a garota, muito menos demonstrar a ela o quão grande era o seu medo. Mesmo que a essa altura, isso fosse impossível de se manter em segredo.

—— Essa demora é quase uma tortura. – Resmunga Peter ainda inquieto ao banco da recepção. – Já faz um bom tempo que eles estão lá dentro, nós merecemos saber o que está acontecendo.

Anne não conseguia dizer uma única palavra. A verdade é que ela já havia derramando tantas lágrimas, que nem mesmo conseguia mais chorar diante daquela situação, e com a perda de Loki, a menina temia profundamente que também pudesse perder o seu pai. E embora os médicos a tivessem dado muitas esperanças para a cirurgia, os riscos sempre eram grandes.

— Não fica assim meu amor, o seu pai é forte. Ele vai sair dessa, você vai ver. – Pepper acariciou os cabelos de Anne sutilmente tentando lhe transmitir uma sensação de segurança, e até um pouco de esperança.

Quando o cirurgião apareceu a sala todos imediatamente ficaram de pé, aflitos com a possibilidade de se tratar de mas notícias. E embora ainda não se tratasse de algo tão ruim, todos ficaram aflitos, e nervosos com o rumo que tudo aquilo havia tomado. E isso de certa forma os deixava vulneráveis.

— O senhor Stark está instável, a cirurgia correu muito bem. E agora tudo que precisam fazer é torcer para ele acorde. – Fala baixo. — O efeito da anestesia deve passar logo, e se tudo correr como planejado, logo poderão conversar com ele novamente.

— Então ele vai ficar não é ? Ele tá vivo – Fala Anne pela primeira vez des de que chegou ao hospital.

— Como eu disse, ele está instável. É esperado que tudo ocorra bem de agora em diante. Mas não podemos descartar a possibilidade de que ele não volte acordar. Houveram algumas lesões no cérebro, isso pode acontecer quando passamos muito tempo sem respirar, e o seu pai ter chegado até aqui com algum sinal cardíaco já foi uma grande conquista ! Vocês devem esperar o melhor, mas também não devem descartar as possibilidades ruins.

— Espera... - Suspira Anne. — Eu me lembro de você. — É o doutor Shepard ! Você cuidou de mim uma vez. Você e aquela mulher loira.

— Sou eu menso. – Ele sorri. — Quero que você saiba que fiz o meu melhor naquela sala, eu e a doutora Grey cuidamos da parte neurológica. Enquanto a Doutor Preston e doutora Yang cuidaram da área cardíaca. Somos uma equipe completa e bastante profissional! Fizeram uma ótima escolha ao trazerem o senhor Stark para cá.

— Será que eu posso vê-lo ? – Implora. — Eu sei que ele está se recuperando da cirurgia, e sei que precisa descansar. Mas estou tão aflita, me sentindo tão culpada...só quero me sentar ao seu lado, segurar na sua mão, e dizer que tudo vai ficar bem. — Anne engole algumas lágrimas que corriam por seu rosto quase sem perceber os ferimentos em seu corpo.

— É claro, vamos permitir que entre uma pessoa por vez. Mas primeiro vai deixar que alguém cuide desses ferimentos.

— São só alguns aranhões. – Da de ombros. — Eu estou bem.

— Até as menores lesões podem se tornar algo grave se não tratadas corretamente! Além disso você ficou esposta a água, pode ter pegado alguma infecção. Venha por aqui, o doutor Omalley vai cuidar disso.

Um moço de cabelos castanhos de expressão simpática da um sorriso pequeno para a garota que se afasta discretamente. — Será que você mesmo não pode fazer isso ? É que eu não conheço esse médico. – A menina encolhe os ombros.

— É normal sentir medo do desconhecido as vezes. – Responde Omalley. — Mas eu garanto a você que não tem o que temer, pode até pedir que sua mãe nos acompanhe também, se isso for lhe trazer qualquer tipo de conforto.

— É eu acho que sim. – Anne da um sorriso para Pepper, que imediatamente segura em sua mão. — Se importa em vir comigo ?

— É claro que não meu amor. – Sorri.

— Bom então vocês podem me esperar naquela sala ali. – Omalley leva alguns segundos para organizar o material, voltando pouco tempo depois, com tudo o que precisava em uma pequena bandeja de alumínio, com um forte cheiro de álcool. — Então, como foi que você arrumou esses ferimentos ? – Pergunta.

— Bom, eu tentei bancar a heroína algumas vezes. Foi uma estupidez, na verdade a maior burrice da minha vida. – Funga. — Se não fosse por minha intromissão no que não era conveniente, nada disso estaria acontecendo. E o meu pai não teria de estar passando por nada disso agora.

— Você está errada sabia ? – Fala Omalley, roubando a atenção da garota para seus olhos. — Está enganada quando pensa que cometeu algum erro, e está errada quando diz que foi tudo uma estupidez. É, eu nem sei o que foi que houve com você, mas seja lá o que tenha sido trouxe todos vocês pra esse hospital! Fez com que seu pai fosse operado, e graças a isso ele não terá mais de conviver com aquela máquina grudada ao peito.

— É, mais eu cometi vários erros. – Suspira.

— Posso te contar um segredo ? – Sussurra baixo. — Quando eu cheguei aqui quase matei um homem na cirurgia. – Anne o olha um pouco assustada e ao mesmo tempo curiosa. — É, pois é... Eu também cometi um erro, e durante muito tempo eles me chamaram de 007.

— 007 ? – Gargalha.

— É, na época não achei engraçado. – Ele sorri. — Mas hoje quando eu olho para trás, vejo que os meus Eros me tornaram quem eu sou hoje ! Fizeram de mim um médico melhor. E eu tenho certeza, que quando você entrar naquela sala, e segurar na mão do seu pai, você vai notar que tudo isso teve uma razão. E vai perceber que para acertarmos uma cesta, muitas outras tentativas precisam ser executadas. Para que só então, você venha a se tornar uma excelente jogadora.

Anne da um sorriso grande para o médico que a retribuiu de imediato, colocando um último curativo a sua testa. — Obrigada Doutor Omalley.

— Me chame de George. – Sorri.

O meu pai é o Tony Stark Onde as histórias ganham vida. Descobre agora