capítulo 10

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Anne

Eu já estava ficando cansada. Mesmo que tentasse ser paciente, era impossível manter a calma quando todos a sua volta estão caçoando e zombando de você.

—— Com licença, será que posso ir ao banheiro ? – Perço ao professor que assente devagar.

Andando pelos corredores direto até o banheiro foi como se tivesse tirado um peso dos meus ombros. para minha sorte o lugar estava vazio, oportunidade perfeita para esvaziar toda minha raiva.

fico face a face contra o espelho sentindo todo ódio e insegurança correr por minhas veias.

Babacas... Penso acertando um grande soco contra o vidro, o quebrando em mil pedacinhos.

— Parabéns Anne, acaba de cortar os dedos. – falo sozinha olhando para o sangue em minhas mãos. – pelo menos passou a raiva – dou de ombros abrindo levemente a torneira.

— Olha só, parece que a vovozinha é bem estressada. Gosta de quebrar as coisas baixinha ?

Entro em uma das cabines do banheiro as pressas assim que escuto mais algumas vozes. – Aqui é o banheiro das meninas seus idiotas, saim agora ou vou contar tudo pra diretora. – Grito alto.

— Olha, ela gosta de ameaçar – Gargalham. – por que não sai daí pra que possamos conversar melhor ? Ninguém aqui vai te machucar.

— Eu não sou idiota, vocês esperaram que eu saísse da sala e viveram atrás de mim. – Respondo irritada. – não percam tempo, não vou abrir.

— Vamos ver então – Eles começam a bater forte contra a porta do banheiro que a qualquer momento parecia querer se quebrar. Subo na privada apoiando minhas costas na parede posicionando meus dois pés contra a porta o mais forte que pude.

— Vão embora daqui – Grito forte sentindo o pânico subir por minha garganta.

1, 2, 3...respiro...1, 2, 3...respiro...

— SOCORRO – Grito alto ainda forçando os meus pés contra a porta.

— É o primeiro sinal menininha, ninguém vem ao banheiro agora. – Um dos garotos atravessa a porta por baixo da brecha entre o chão puxando uma das minhas pernas fazendo com que me desequilibrase.

Bato com a cabeça na quina da privada antes de ser arrastada pra fora da cabine. — Me larga – Grito em Desespero.

— Calma aí princesa, ninguém vai te machucar. A gente só quer um pouco de dinheiro.

— Eu não tenho dinheiro, eu posso arrumar depois... não trouxe nada além do material escolar – Soluço.

— Não se faz de sonsa, nós vimos que o motorista do Stark é que te trouxe. Você deve ser alguém importante.

— Eu não estou mentindo, já disse que não tenho dinheiro nenhum. – Respondo ainda me debatendo.

— isso é o que nós vamos ver. – Um dos Garotos me empurra contra a parede passando suas mãos por baixo de minhas roupas.

Não por favor não...

— para com isso – Soluço ao explodir em lágrimas. – Eu não tenho dinheiro, eu já disse que não tenho.

Respiro fundo, tento a todo custo manter a calma e pensar em algo inteligente para me livrar daquela situação, mas não consigo pensar em nada. Minha mente parecia ter se desligado, e tudo que eu conseguia fazer era chorar. Quando Tentei gritar por socorro tive minha boca tapada pelas mãos de um dos garotos que apertou forte meu rosto, abafando ainda mais minha respiração.

— Eu acho que ela não tem nada mesmo cara, vamos embora logo antes que o sinal toque.

— Calma aí, eu não vou embora sem ganhar nada. – Diz rouco ao se prensar contra meu corpo.

— Para com isso, vamos acabar sendo expulsos, era só pelo dinheiro – fala um dos meninos.

Naquela hora eu já não sabia mais o que pensar muito menos fazer. Desejei estar morta, desejei nunca ter me levantado da cama. E acima de tudo, desejei nunca ter entrado naquele maldito banheiro.

Eu sentia suas mãos me tocarem, sentia meu rosto doer com a força em que apertavam minha boca. Senti um grande aperto no peito, uma angústia indescritível. Queria ter forças para me salvar, mas era inútil lutar sozinha contra quatro meninos mais fortes que eu.

— Ei seus babacas, solta ela agora – Um garoto de cabelos castanhos apareceu na porta Assustando todos os outros. Achei que ele se juntaria aos meninos, que também tentaria me fazer mal... Mas por sorte ele foi a minha salvação.

— Sempre se metendo no que não é da sua conta não é Parker ? – Rosna ele.

Parker... – Gravo o nome.

— Eu já disse pra soltar a garota – Parker  acertou vários socos e golpes estratégicos nós meninos. Um por um, derrubando todos de modo que parecia ter treinado sua vida toda para aquilo.

Ele lutava bem, Tinha Extrema força  para sua idade, que aparentemente, era muito próxima da minha.  Mesmo achando aquilo tudo muito estranho, eu não conseguia me mover, nem ao menos pensar em  algo que pudesse fazer para o ajudar.

— Você vai ver só Parker, vou me vingar disso. – Depois de levarem uma surra, os garotos babacas Finalmente saíram do banheiro.

— Ei menina, você tá bem ? – Ele tentou se aproximar de mim cautelosamente mas logo me levantei correndo o mais rápido que pude direto para fora daquele colégio.

Não consegui agradecer... não consegui se quer pensar direito no que estava fazendo...eu apenas queria sumir, ir para Longe, longe de tudo, de todos...para um lugar onde Ninguém pudesse me fazer mal outra vez.

— Ei garota, não pode sair antes do sinal bater. – Gritou o porteiro. – vou ter que ligar para os seus pais.

Ignorei tudo e todos a minha volta apenas correndo pelas ruas, desorientada, perdia e completamente sem rumo. Eu não lembrava o caminho de volta até a mansão. E não tinha um celular para ligar para ninguém.

Meu computador havia ficado na bolsa junto a todos os outros materiais, e eu com certeza não voltaria outra vez naquela escola.

Os carros buzinavam sem parar, pensei que a qualquer momento seria atropelada e acabaria morta. Mas mesmo tendo total noção dos riscos, continuei correndo desesperada até chegar a margem de uma praia.

Eu sabia que a mansão ficava a beira mar, que tinha uma chance de chegar até ela se me orientasse pela água. No entanto tinha um extremo risco de acabar indo para o lado errado. De modo que apenas caí de joelhos sob a areia, desejando nunca ter vindo ao mundo, desejando não estar sozinha... desejando alguém que pudesse me abraçar...

Por um breve momento,  desejei do fundo do coração, que o meu pai estivesse comigo...

O meu pai é o Tony Stark Onde as histórias ganham vida. Descobre agora