capítulo 20

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Narrativa

Anne acorda já de volta em seu quarto, podendo enxergar a presença de alguém desconhecido, usando um longo jaleco branco. Apesar de ainda sonolenta e um pouco fraca, a menina já se sentia bem melhor, de forma que fez um grande esforço para se levantar, assim que abriu os olhos.

—— Tony – Chama assustada.

— Ei calma aí mocinha, ainda não pode se levantar – Reprime o médico. – Precisa ficar em observação mais algumas horas, só pra ter certeza que ficará 100% bem.

Anne se encobre com o lençol fazendo uma cara feia para o Doutor. — Eu não preciso de observação nenhuma. –  Resmunga. — Não preciso de médico também.

— Pois está muito enganada. – Ele responde. – A senhorita estava com uma temperatura muito acima da que deveria. E só está abaixando devido aos medicamentos que prescrevi.

— E eu agora sou caderno pra você escrever ? – Responde irritada. — Sai logo daqui esquisito de barba.

Pepper entra ao quarto dando uma gargalhada quase impossível de se controlar. — Parece que alguém já está melhor.

— É o que eu estava tentando falar pra esse barbudo metido a doutor aí. – Retruca. — Mas parece que estou falando com as paredes.

— Não fale assim do doutor Jason Anne...ele só está aqui por que o Tony pediu que checasse se você estava totalmente bem. – Explica.

— Jason ? O que é isso ? Não me diga que hoje é sexta feira treze – A menina salta da cama direto para porta pegando um jarro em suas mãos. — Nem chega perto Jason, eu sei muito bem como me defender viu, já vi todos os filmes.

Pepper Gargalha. — Aí Anne...

— Pois bem, acho que a menina Anne já se sente bem melhor. De modo que se precisarem de mim novamente é só telefonar senhorita Potts. – Comprimenta antes de sair.

— É isso aí – Grita Anne. – Vai embora mesmo esquisito. Eu conheço os vingadores, mando eles te prenderem.

— Você é sempre tão desconfiada assim ? – Pergunta Pepper ainda sem tirar o sorriso do rosto.

— Poxa, vai me dizer que você confia em alguém que tem o nome de Jason ? Isso aí é quase um convite pra morte. – Gesticula.

— Não seja boba Anne...Agora por que não vai estudar um pouco pra quando você voltar ao colégio amanhã.

— Como é que é ? - Os olhos da garota quase saltaram pra fora do seu rosto ao escutar a palavra. – Nem pensar que eu vou voltar naquele lugar amanhã. – Ela nega com a cabeça.

— Mas Anne, você não pode ficar o tempo todo fugindo da escola.

— Eu não vou fugir a minha vida toda. – Protesta. – Talvez só mais alguns meses.

— MESES ??

— Mas Pepper, o Tony me prometeu que eu não teria que voltar aquele lugar até que realmente estivesse pronta pra isso – Choraminga. — Eu não estou pronta pra voltar, e nem sei quando vou estar.

— Querida, seria tão mais fácil se nós contasse o que aconteceu. – Ela segura delicadamente nas mãos de Anne que Suspira.

— Eu só não sei se quero dizer o que houve, mas as vezes eu simplesmente penso que não posso carregar todo esse peso pra sempre. É difícil ter que lidar com a dor sozinha...

— E é por isso que você tem a nós. – Ela sorri. — Não precisa lidar com mais nada sozinha meu amor.

— Obrigada Pepper – Anne a abraça. – Onde está o Tony ?

— Ele teve que sair pra resolver umas questões na torre. Mas não se preocupe que ele volta logo. – Pepper se levanta indo até uma das gavetas do quarto tirando de lá uma pequena caixa.

— Ele pediu que eu lhe desse isso quando acordasse, se não gostar do modelo você pode trocar e escolher outro.

— Tá de brincadeira – Anne suspira boquiaberta. Esse é sem dúvidas o celular mais lindo e perfeito que eu já vi. Ele não tinha que ter se incomodado com isso.

— Não é incomodo nenhum Anne. Além disso você vai precisar de um pra ligar pra gente, e para que não aconteçam outros incidentes em que você tenha que sair correndo pela cidade outra vez. Agora é melhor você descansar. — Pepper dá um beijo na testa da menina que assente com um sorriso.

— Espera aí Pepe – Ela grita. — Eu posso filmar a casa ? Sabe...fazer um vlog. Só pra guardar de recordação, prometo que não posto nada.

— Claro que sim querida, a casa é sua também. Fica a vontade.

Anne se sente animada outra vez por ter algo que pudesse fazer para distrair a sua mente. De modo que não teria que ficar pensando no fato de Loki estar a solta por aí por sua culpa. Nem no fato do Peter ter conversado com o Tony.

Ela desce as escadas direto para a oficina, onde começa a gravar cada cantinho do lugar.

— Olá pessoas que eu não faço ideia de quem sejam – Ela sorri pra câmera. — Eu sei que não tenho muitos amigos e provavelmente ninguém nunca vai ver isso, mas caso por algum incidente você seja uma pessoa legal que eu dificilmente confie, me deixe mostrar um pouco de como tem sido a minha vida.

Anne derruba de  uma pequena mesa um monte de bugigangas para que pudesse subir. Filmando toda parte externa do local.

— Esse aqui é o refúgio do Tony Stark, ou como a maioria conhece...O homem de ferro. – Ela da um sorriso. — Eu sempre soube que tinha um pai, e que ele era inteligente e um pouco problemático da cabeça. – da de ombros. — Mas nunca em meus maiores sonhos pudera imaginar que se tratava de um super herói. Muito menos de um vingador de verdade... É eu sei, é muita doideira.

Ao chegar da torre, Tony desce até a oficina assim que escuta a voz da menina. Ele toma cuidado para que ela não note sua presença, apenas observando o que acontecia.

— Essas armaduras foram feitas por ele mesmo, não é incrível ? Eu até já usei um braço robótico uma vez por que fiquei curiosa, mas ele não ficou muito contente com isso. – Gargalha. — A verdade é que eu não faço ideia de como deve ser ser alguém tão importante pra mundo. Vocês sabem...toda essa coisa de ser herói e ter que salvar a terra de ameças é um pouco assustador quando se vista de perto. Ainda mais quando o herói é uma pessoa próxima a você... – Anne solta um suspiro abafado descendo da mesa.

— Eu tenho medo que ele possa se machucar de verdade um dia...e tenho ainda mais medo de acabar sendo a responsável por isso. Não sei o que faria se ficasse sozinha outra vez...

O meu pai é o Tony Stark Onde as histórias ganham vida. Descobre agora