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Fabrício

— Acha que ela vai um me perdoar? Digo, seu eu conseguir desatar o nó que tenho nas mãos agora? — pergunto, depois de um tempo em silêncio, após eu contar a Sabrina, minha colega de quarto e agora namorada do meu sócio no Instituto e amigo, Dagoberto

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— Acha que ela vai um me perdoar? Digo, seu eu conseguir desatar o nó que tenho nas mãos agora? — pergunto, depois de um tempo em silêncio, após eu contar a Sabrina, minha colega de quarto e agora namorada do meu sócio no Instituto e amigo, Dagoberto.

Ela propositalmente dirigiu o mais devagar possível, eu queria ter tido essa conversa com ela assim que cheguei de viagem, mas a fia duma égua num tava em casa e quando chegou num ficou dois minutos e Dagoberto apareceu atrás dela. Esse mês que eu fiquei em Bezerros pelo menos foi proveitoso pra eles.

— Não sei não, Fabrício. Sinceramente? A situação da garota parece bem complicada, tanto antes quanto agora. E lhe digo mais, se me perguntasse isso meses atrás, quando eu num lhe conhecia bem, diria para você ir pra baixa da égua sem pensar duas vezes, que foi covarde e deixou a pobi comer o pão que demônio do pai amassou sozinha. Tudo bem que teve muita coisa envolvida, mas ela num sabe e pelo jeito, ninguém do Sonar sabe, num é?

Balaço a cabeça confirmando, como eu poderia jogar essa merda toda sobre Dagoberto, quando ele mal tava começando a se recuperar.

— Agora que lhe conheço... mesmo que não me contasse teus motivos, eu ia saber que num tinha feito por mal. Me diga que tu já foi lá e pediu desculpas, mesmo que não tenha sido o único culpado dessa história? — nego com um balançar de cabeça. — Afi, Fabrício, vocês pelo menos conversaram sobre o que aconteceu?

Nego com a cabeça outra vez e recebo um tapão dela no ombro.

— Num tenho como provar o meu lado da história...

— Certo, nós vamos descobrir o que aconteceu aquele dia, pode deixar. No mais, deixe com o tempo, ele é o único senhor que tudo sabe e compreende, só não desista ainda, está bem?

Sabrina me estende a mão e a aperto de leve e logo mudamos de assunto. Ela tem esse dom de tornar o clima leve, não demorar já tô rindo e implicando com ela por causa do seu namoro com Dagoberto e recebo mais uns tapas entre as risadas que damos.

— De verdade, eu estou feliz por vocês, Dagoberto é um grande sujeito e merece ser feliz outra vez, assim como tu também merece, só não me deixe o poder subir à cabeça quando se tornar a senhora Sonar, viu?

— Teu rabo, baitola! — digo uma das frases de Alex e sinto meu estômago encher de borboletas quando penso no meu irmão e mãe conhecendo Dagoberto e Léo.

— Quem não deve tá nada feliz com isso é Joene, estou certo? — Dá de ombros. — Não duvido que te mandou pra essa tarefa externa só por pirraça. Aliás onde estamos indo mesmo?

— Secretária do meio ambiente e não vou deixar que ela me abale, sou uma profissional, se ela agir de uma forma abusiva comigo reunirei provas e levarei uma queixa formal a universidade em Fortaleza — diz séria.

— Faria isso mesmo sabendo que poderia prejudicar o Instituto do seu namorado? — Meu tom de voz espantando a faz olhar pra mim.

— Sim, faria. Uma coisa que minha mãe me ensinou nos seus anos como coordenadora pedagógica foi como separar as coisas, claro que eu apresentaria as provas a Dagoberto em uma tentativa de solucionar tudo e mostrar que não é invenção da minha cabeça.

Fabrício- O arrependido (Homens do Sertão- Livro 4)Where stories live. Discover now