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Raniely

— Ela é tão linda! — Marcelo fala, o encantamento dele por minha filha evidente em seus olhos

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— Ela é tão linda! — Marcelo fala, o encantamento dele por minha filha evidente em seus olhos. — Sinto muito por não estra com você nesse momento, amor.

— Tá tudo bem, foi inesperado — respondo, um pouco desconfortável.

Meus olhos voltando para a pessoa mais importante da minha vida, minha Rafaela, que finalmente foi liberada para ficar no quarto comigo. Deslizo a mão pelos cabelos fartos e encaracolados, notando como ela gosta desse carinho.

— A enfermeira disse que logo virá te ajudar a amamentar, certo? — ele pergunta, pelo que imagino ser a decima vez.

— Foi o que ela disse. — Dou de ombros, não acho que precise se alguém me dizendo como alimentar minha filha, mas Marcelo quer ter certeza de que está acontecendo da forma certa.

— Li em algum lugar que pode ser doloroso a amamentação — comenta e estreito os olhos intrigada. — Só estou lhe dizendo isso pro caso de ser ruim pra você saber que não tá sozinha.

— Não se preocupe, ficaremos bem, né filha? — Acaricio seu rosto outra vez.

— Acha que ela ficará parecida contigo? — A pergunta dele vem como quem não quer nada, mas sei que se preocupa de ter uma cópia de Fabrício no meio da casa. Bom, ela parece com o pai e ele terá que aceitar isso.

— Talvez, crianças mudam — falo de forma evasiva. — Tu pode pegar pra mim a bolsa que tá na pia do banheiro?

— Claro!

O meu pedido foi apenas para não continuar a conversa que com certeza será difícil. Quero adiar a discursão o máximo possível, principalmente porque minha filha acabava de ser liberada pra tá comigo, não é justo estragar esse nosso primeiro momento. Quando ele se vai, ajeito Rafaela em meu colo e coloco o seio para fora, ela ao sentir o cheiro do leite que esteve pingando no absorvente de seio se remexe em busca do seu alimento, a boca miúda se abre e o primeiro sugar é doloroso realmente. Travo o maxilar, para não gemer, contanto de dez a zero até que a dor começa a diminuir um pouquinho. Solto o ar pela boca e a observo sugar com avidez, tão perfeita.

Meu coração parece que se expande nesse momento, o tempo desacelera e o mundo além de nós duas perde o foco. O encanto do momento se estende ao ponto que não percebo quando Marcelo volta, apenas quando deposita um beijo em minha cabeça que movo meu olhar para ele. Seus olhos têm uma emoção que não sei nomear, Marcelo sempre foi muito bom em esconder o que se passa com ele, até mesmo para mim, sua melhor amiga.

— Pelo jeito vocês se entenderam sem a ajuda da enfermeira — brinca e balanço a cabeça confirmando.

O ar fica momentaneamente carregado com aquela eletricidade que só acontece quando Fabrício está por perto, pela visão periférica percebo um movimento na porta do quarto, meu coração dispara já esperando ver ele entrando no quarto como um touro raivoso, mas quando mudo meu olhar para aquela direção a porta está fechada. Pisco confusa, pois tinha certeza...

Fabrício- O arrependido (Homens do Sertão- Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora