-Tem, eu sei – Allison sorriu, satisfeita consigo mesma.

-Ei! Vocês vão falar de homem comigo aqui?

-Você devia ter saído há uns quarenta minutos. Então, sim – Allison respondeu.

-Ok – Ele pegou mais um waffle. – Se sair agora, ainda pego o café da manhã do Frank. Tchau, galera.

-Quem é Frank? - Sophia perguntou.

-Alguém com café da manhã. Mas me conta. Vocês só ficaram ou rolou...?

-Rolou tanta putaria, amiga! Mas tanta! - Sophia pegou um waffle e se sentou no lugar onde Hunter estivera para relatar todos os detalhes sórdidos.

-Mas assim, fica desapegada, viu? - Allison advertiu. - No momento ele anda meio focado em ser pai. E antes disso o foco dele também não era namoro.

-Ai, ele é pai... - Sophia suspirou, desmaiando sobre o balcão. - É o meu primeiro pai. É preciso muito amor no coração pra isso, Allie. Será que não sobra nada...

-Nada. Acredite, eu já tentei.

Sophia ergueu os ombros com ar de dúvida, como quem preferia se dar mal pelas próprias pernas, e parecia bastante chateada até que Allison mudou para o assunto que realmente havia levado a amiga ali.

-Eu mandei fazer um aventalzinho pra você, pro dia do aniversário das gêmeas. Espere um minuto.

Allison trouxe um avental roma preto com dois bolsos. Ela também havia comprado um dólmã para si mesma. Sophia o experimentou e olhou o GrandMacey gravado na lateral.

-Ah, está tão lindo! E a lista de comidas, já está pronta?

Allison abriu o celular e começou a ler.

-Empanadas? - Sophia perguntou, na dúvida.

-Não, empadas.

-São como empanadas?

-Não, são uma comida brasileira que as gêmeas adoram. A Malu prometeu me ensinar a fazer. Vou lá hoje aprender.

Os olhos de Sophia imediatamente arregalaram:

-Eu devia ir também, né? Já que vou te ajudar?

-Ai, caralho, o que eu fui fazer? Você virou eu do início do ano, e eu era uma péssima pessoa pra ser, Sophia.

-Só estou curiosa para saber como é a casa sem toda aquela decoração - Explicou, como uma péssima mentirosa.

-x-x-x-

Já Baby acordou bem mais tarde, com a voz da filha no corredor. Ela fechou os olhos contra a dor de cabeça e soltou um gemido baixo. Havia comprimidos no armário do banheiro da suíte, ou ao menos era o que ela achava, pois nunca havia feito uso deles. Mas, por algum motivo, ultimamente as coisas vinham saindo do controle. Ela, que raramente ficava bêbada desde antes de Millie nascer, havia passado do ponto dois dias seguidos. E as brigas com Zach? Credo, o que significavam todas aquelas brigas com Zach?

Baby rolou para fora da cama enquanto Millie, ainda do lado de fora da porta, relatava tudo o que tinha feito naquelas poucas horas, que o café da dida tinha muffins, que Viv, Bella e o papai Victor iam entrar em um avião para ir para muito longe e emendou com mais alguma coisa que Baby não escutou. Ela colocou dois analgésicos na boca e os engoliu com uma água mineral que estava ao lado da cama. Mais preparada para enfrentar a vida, abriu a porta.

-Mamãe! - Millie abraçou a sua perna, e Baby sentiu o gritinho da filha no centro da sua dor de cabeça.

-Oi, garota. Como foi na casa da dida?

Quando A Vida Acontece - Vol 3Onde histórias criam vida. Descubra agora