chapter 31

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DAMIANO'S POV

Tinha chegado ao restaurante particularmente mais cedo do que todos os outros. Vestia o único fato que tinha engomado, o que a Vic adora roubar de mim, achei que ela gostaria de me ver assim. Enquanto esperava por todos, jogava um pequeno jogo no celular, até que senti uma mão no meu ombro.

"Boa noite," eu disse, confuso. Deve ser um fã.

"Antes de mais, eu quero ser direto. Boa noite. Prazer, James, do TMZ." O seu sotaque era britânico. Puta merda, não o pessoal do TMZ.

"Boa noite, de novo," eu cumprimentei mais uma vez. Ainda não acredito nisso.

"Eu tenho algo que acho que você tem interesse." Oh, sério?

"Diga logo o que você quer!"

"Bem... eu e um colega fizemos uma reportagem de fotos do vosso último concerto, desde o ensaio geral até à chegada do hotel. Uma das fotos que tirei, tem uma cena mais privada."

"Privada do quê?" Eu sabia. Eu sabia do que ele estava a falar.

"Você e Victoria de Angelis. As cortinas não eram nada transparentes, não é mesmo?"

" O que você quer? Dinheiro?"

"A reportagem vai ao ar amanhã."

"Ok. Quanto dinheiro você quer? 100 mil?"

"Só isso? Meu deus, como você é ingénuo."

"200?"

"Damiano Damiano..." o homem riu na minha cara. A vontade de dar um soco na cara de pessoas como ele está reservada dentro de mim por anos, mas pessoas como ele não valem a pena. Eles não valem a pena.

"500 e temos um acordo fechado, ok?"

"Você quer a foto?" Você só pode estar brincando com a minha cara.

"Porquê que eu haveria de querer ela?"

"Porque você vai gostar de a ver. Acabei de a enviar. Quando tenho o dinheiro?"

"Fala com o meu empresário. Se mais alguém sabe disso, você está fodido," respondi, saindo do seu campo de visão assim que avistei o carro de Ethan.

Finalmente, ar puro, soube tão bem, apesar de parecer tão complicado de respirar. Parecia que eu estava congelado, olhando infinitamente para Ethan, fechando a porta do seu carro. À sua trás, estava Thom.

"Dam, temos que sair daqui," ele me disse, assim que me viu. Será que eles sabem também?

"É a Vic, Dam. Algo aconteceu," Thomas suspirou.

Aquela frase me magoa mais do que uma arma alguma vez poderia.

Fomos todos cada um nos seus carros até ao local. Dentro do meu Smart branco, tinha no banco de passageiro um sweater de Vic, de algum tempo atrás. Rapidamente, tomei os comprimidos que mantinha guardados em um compartimento do carro que a terapeuta me disse para tomar em situação de SOS. Me sentia exausto, o meu psicológico estava cansado de sofrer por alguém que eu não poderia ter.

Quando cheguei ao hospital, mal conseguia sentir as minhas mãos, ou os meus pés, mas encontrei uma maneira de sair do carro andando normalmente. Depois de me reunir com os outros e de ficar sentado na sala de espera, vimos 3 paramédicos entrando pelos corredores, às pressas. Era ela.

"Doente do sexo feminino, 24 anos. Apresenta bradicardia, de forma súbita. Mal sentíamos um pulso há uns minutos atrás. Foi encontrada no seu quarto inconsciente. Pelo o que sabemos, tem antecedentes psiquiátricos complicados e uma síndrome cardiorrespiratório."- Eles disseram. Aquela era a Vic. E atrás dela, estava Leo.

Tentei correr até ela, que estava deitada naquela maca de hospital, de olhos fechados, e com uma máscara de oxigénio. Me impediram de a tocar, de ficar perto, e me levaram até dentro, e só depois de minutos é que nos disseram alguma coisa. Aqueles minutos pareciam os mais longos da minha vida.

- Algum de vocês é o... David?- perguntou a enfermeira, dirigindo a pergunta a todos nós.

- Eu, mas esse é o meu sobrenome.- respondi.

- Então, me acompanhe, por favor, desculpe pela confusão.

" Bem... ela está nos cuidados intensivos, como você pode ver," ela suspirou "Mas só pelas primeiras horas, para ser observada de perto. A bradicardia é complicada." A enfermeira parecia jovem, conseguia sentir a sua apreensão na sua voz doxw<

"Eu sei, já não é a primeira vez que isso acontece."

"Estou vendo isso na sua ficha. Você estava listado aqui como principal visitante."

"Quanto tempo ela vai ficar aqui?"

"Depende, o histórico dela é demasiado conturbado. Com um histórico de episódios suicidas, pneumonia, hipotensão, alcoolismo e dependência em substâncias, isso pode ser qualquer coisa causada por um dos seus problemas."

"Mas ela... ela agora está curada. Quer dizer, sóbria."

" Isso parece mais uma crise de hipoglicemia do que bradicardia. Não se preocupe, ela irá para casa dentro de poucos dias."

"Bem... obrigado pela ajuda."

"Esse é o meu trabalho, de qualquer forma. Meu nome é Alexis, mas me conhecem aqui por Sasha. Você vai ter que me aguentar nos próximos dias, porque eu sou a enfermeira responsável por ela," ela me estendeu a sua mão, protegida por uma luva.

"Bem, você já sabe o meu name," disse, enquanto sentia o látex da sua luva enrolado nos meus dedos.

"Se não se importa, eu tenho que ir. disse ela, saindo rapidamente do corredor. "E sim, pode ir ver ela. Victoria está no quarto no fundo do corredor," a voz dela ecoou no espaço.

Os quartos da UTI com portas transparentes me assustam. Eles têm portas transparentes e automáticas porque se alguma coisa difícil acontecer ao doente, os médicos vêm mais rápido. Ao chegar ao fim do corredor, vi ela, sentada na cama consciente, com aquele brilho que ela sempre tem, ou talvez isso esteja na minha cabeça. No momento que os nossos olhos se encontraram, todos os pensamentos maus desapareceram.

"Vitto, eu... eu estava tão preocupado, que susto que você nos deu."

"Não é preciso me apertar com tanta força Dami, eu não vou desaparecer," disse ela, sorrindo. A luz do quarto realçava a palidez da sua pele, e o azul claro dos seus olhos. "A esse ponto sinto que essa é a minha função, assustar os outros."

"Não diga isso, idiota. Você tem alguma ideia do que aconteceu?"

"Não sei, em um momento estava arrumando algumas roupas e noutro... estou aqui. Mas é por causa das coisas habituais: hipoglicemia que causa..."

" Que causa bradicardia. Viu? É por isso que você tem que ter o aparelho de medir a glicemia por perto."

" Não me faça concordar com você, Dam. Eles querem me fazer mais exames. Você não sabe o quão exaustivo isso é. Eles estão me falando de um diagnóstico de Diabetes Tipo 2. Enfim, mais uma doença para o histórico."

"Eles só estão preocupados com você, com a sua saúde... e eu também. Nós todos estamos."

"Eu sei Dam, eu sei..."

"Vic, eu tenho que atender essa chamada. É importante..." eu disse. Era Fabrizio.

"Se for Fabrizio, não lhe conte que eu estou assim, por favor. Senão ele vai cancelar compromissos, e eu não quero isso para vocês, ok?"

"Certo, boss baby."

"Bye bye, evil spawn," ela me provocou.

GOLDWINGWhere stories live. Discover now