chapter 20

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DAMIANO'S POV

Aquela noite... aquela noite
mudou a minha vida.

Estava nos arredores de Milão, na casa do meu cunhado. Tinha apanhado um comboio à tarde, e tinha outro para apanhar perto das 10 da noite. Depois de muita diversão e algumas bebidas, a Gio decidiu ficar em Milão com o irmão, enquanto eu voltei para Roma para o home studio. 3 horas depois, o meu táxi já estava chegando a 'casa'.
Quando cheguei, reparei que o portão não estava trancado, o que foi um pouco estranho. Ao andar no jardim até dentro de casa, a porta das traseiras estava aberta, e a luz da sala estava acesa. No momento que entrei dentro, vi ao longe o Leo, sentado na mesa gigante da sala, com o Ipad e MacBook ligados e com o celular ligado a uma chamada em um volume alto.

- Oi Leo, tudo bem?- perguntei, levemente desconfiado.

- S...Sim.

- Bem, eu vou tomar um banho, até amanhã.... Espera, o que está acontecendo?

- Dam, se sente no sofá comigo, por favor.- disse ele, puxando pela minha mão.

- O que foi?

- Damiano, antes de eu te contar, por favor, seja forte.

- Mas.... ser forte para o quê?

- Damiano, a Victoria....

- O que aconteceu com a Vic? E onde estão os outros dois?

- A Vic....ela...- disse ele, ficando com os olhos molhados.- Ela teve uma overdose Damiano, e... e ninguém sabe se ela está viva ou não...

Quando aquelas palavras chegaram aos meus ouvidos, parecia que era mentira. Parecia que aquilo tudo era não era real. Queria me convencer que aquele era um dos meus piores pesadelos, mas infelizmente, não era.

- Não, não. Isso não é real. Por favor Leo, me diz que você está mentindo.

- Damiano, eu nunca quis tanto estar a mentir.

- E como ela está?

- Ninguém sabe, Dam.

- COMO ASSIM NINGUÉM SABE? EU PRECISO DE RESPOSTAS! NÃO PODEMOS DEIXAR ELA MORRER.

Na raiva do momento, empurrei ele contra a parede. Estava fora de mim, e quando a minha tristeza supera qualquer outro sentimento, essa tristeza se transforma em raiva.

- Damiano, eu lamento...- disse ele, me empurrando e logo em seguida me dando um abraço.

- Leo, eu... poderia ter feito alguma coisa. Fui eu... fui eu que descobri que ela estava assim. Eu sabia que ela não estava bem. E agora ela está... eu nem sei como ela está.

- Você não tem culpa, Dam... Coisas assim não são previsíveis.

Logo depois, o meu único impulso foi pegar no carro e ir embora. Tinha acesso ao GPS do celular do Ethan, e vi que ele estava no hospital privado, que ficava a um tempo do home studio. Estava sobre o efeito de álcool, ansiolíticos, e muita tristeza, completamente anestesiado da realidade, e ultrapassando a velocidade permitida nas estradas. O meu coração batia rápido, e o ar parecia difícil de respirar, e o horizonte difícil de ver.

Quando cheguei ao hospital, me informei logo com a primeira enfermeira que vi na frente. Ela não me conseguiu dar nenhuma informação, mas me levou para a sala de espera, para aguardar informações.

Ao olhar para trás, vi sentada em um banco pequeno a Veronica, a irmã da Vic. Estava se enchendo de lágrimas quando uma médica lhe perguntou se a Vic era dadora de órgãos. E no fim do corredor, estavam Ethan e Thomas. Minutos depois, chegaram ao local o Lorenzo, o nosso manager e o Leo, que estavam desmoronando completamente. Um homem alto se dirigiu ao Leo e começou a fazer muitas perguntas, sobre como é que ele tinha encontrado ela. O pior era que, ele não conseguia responder.

Ficamos todos em um quarto totalmente vazio, esperando por alguma notícia. Eu, Thomas e Lorenzo, estávamos sentados na cama, enquanto Nica estava com Leo e o manager em uma cadeira. Até onde sabíamos, estava planeado a Vic ser submetida a dois procedimentos, em um espaço de 48 horas. Ela tinha inúmeros problemas, o que tinha de ser resolvido muito rápido, caso contrário, isso poderia conduzir a uma situação irrecuperável. Por outras palavras, o que ela passou foi uma sentença de morte. Não tinha como aquilo aquilo ter sido acidental. Ela queria morrer. Mas o que mais me destruiu, foi quando eu peguei no meu celular, e tinha uma chamada perdida dela, de algumas horas atrás.

Durante horas, fiquei com o coração nas mãos, e com um medo enorme. A Victoria, a minha Victoria, estava longe de mim, sofrendo muito.

"Alguém quer ver a... Victoria? As visitas são permitidas no pós-operatório...", perguntou uma enfermeira.

Ninguém queria ver a Vic. Nós todos estávamos com medo, aquela era uma realidade muito nova para nós. Até que, eu me ofereci.

Calcei uns protetores nos sapatos, uma bata e ainda uma touca e outra máscara, e um auxiliar me conduziu até a uma sala grande, com alguns médicos e enfermeiros dentro.
Logo quando entrei, reconheci a cara angelical da Vic ao longe. O choque tinha tomado conta do meu corpo todo, me sentia em outra realidade. A última vez que tinha estado um local daqueles tinha sido em Zurique, há quase 1 ano atrás, por uma situação semelhante, correndo pelo hospital até que alguém me desse alguma informação de onde ela estava.

Naquele dia, não deixei ela morrer.

Fiz tudo o que estava ao meu alcance naqueles 30 minutos que a ambulância demorou a chegar ao hotel. E na situação mais recente, eu estava me sentindo um completo inútil e culpado. Me sentia culpado porque talvez se eu não a tivesse beijado no banheiro do quarto de hotel em Paris nada tinha mudado, porque nunca tive coragem de realmente lhe contar o que eu sentia por ela. E naquele exato momento, o meu Honey ou Angel que eu tanto costumava proteger de tudo e todos tinha voltado para uma cama dos cuidados intensivos e não sabia se algum dia teria outra oportunidade para contar a ela tudo o que eu queria contar.

E toda a culpa e remorso que sentia, começou a me deixar doente.

O meu olhar foi da sua cabeça até a ponta dos seus pés. O seu cabelo loiro estava amarrado, o seu piercing do nariz retirado e o seu lábio superior inchado, com um pequeno tubo colado à sua bochecha. Embora estivesse abafada com um lençol grosso, as suas curvas se destacavam dentro daquela roupa de hospital.

Traduzindo de linguagem médica, a sua condição de saúde estava péssima. Foi por isso que me acostumei a ouvir as pessoas dizerem que"É melhor você pensar em se despedir, lamento".

-

heyyy!

tenho que que dizer que esse capítulo e o anterior foram sem dúvida os mais fortes que eu já escrevi até agora, espero que vocês estejam a gostar deles tanto como eu estou!

o que vocês acham que vai acontecer agora com Vic? Ela vai sobreviver, ou não?

tks for reading,

mel.

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