chapter 15

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" you go back to her,
and I go back to black"

turn on music: Back to Black, Amy Winehouse.

(3 meses depois)

Depois de toda aquela situação de Paris, a nossa vida continuou. Quer dizer, ela teve de continuar.

Em situações dessas, eu tive de colocar a minha vida profissional totalmente à frente da minha vida pessoal para tentar evitar confusões. Ou seja, eu e o Damiano continuamos com uma relação igual à de antes em entrevistas e concertos. Mas quando as câmaras paravam de gravar e os shows acabavam, nada era assim. Ainda me lembro de todas aquelas vezes em que logo depois do show ele me puxava para dentro do seu camarim e começava a me beijar por todos os lugares que um ser humano pode ser beijado. Passamos 2 semanas assim, vivendo na base do impulso, sem pensar em consequências ou no que nós tínhamos.
Aquelas 2 semanas intensas acabaram por 'terminar' quando a namorada dele começou a nos acompanhar na tour, e não vou mentir, cada vez que eu via ele fazer aquela coisa do camarim que fazia comigo com ela, uma parte do meu coração queria simplesmente expor tudo o que eu ele tínhamos vivido na cara da Giorgia. Acho que o pior era tentar falar com ele como se nada tivesse acontecido, ou falar com ela como se eu nunca tivesse ouvido tudo o que ela disse sobre mim naquelas discussões que eu ouvi.

Mas enfim, a vida seguiu. Ele estava com ela, e eu de uma maneira ou de outra, tinha de aceitar isso. E já que a vida dele seguiu, a minha também, inclusive, tinha começado a sair com outras pessoas. Foi muito difícil seguir em frente, tenho de admitir. Durante semanas, ia quase todos os dias para uma discoteca beber tudo o que tinha álcool, beijar estranhos e dançar até cair para o lado. Houve uma altura em que a minha rotina se baseava em acordar de ressaca, vomitar, me cortar, beber de novo, ir ensaiar com a banda como se nada tivesse acontecido, dormir e ir para o night club mais próximo. Cheguei até a fazer um concerto na Austrália alcoolizada, com um corte super infetado e 39 graus de febre. Eu estava disposta a fazer tudo o que uma pessoa pode fazer, tudo menos pedir para ele voltar.

Até que, uma luz apareceu no meu caminho. A luz se chamava Janis, a minha ex-namorada. Foi ela que me levou para casa quando eu estava bebendo demais, me segurou em seus braços quando eu estava no meu pior e me ajudou a ultrapassar muitos dos meus problemas. Quem fazia isso antigamente era o Dam, e a minha eu do passado nunca imaginaria que ele seria uma das principais causas dos meus problemas amorosos atuais. E por eu ser estúpida, eu acabei por terminar com ela por motivos muito idiotas.

Apesar da minha saúde mental não estar das melhores, fui chamada com os garotos para uma reunião com o nosso empresário para marcar a nossa segunda digressão pelo Reino Unido. A minha mente não estava preparada para outra tour, de todo, mas eu não fui capaz de dizer isso a nenhum membro da equipe. Depois de mais de 3 horas fechada numa sala a decidir datas de concertos e convites de festivais, finalmente aquela reunião acabou.

A seguir fomos até ao home studio, onde iríamos passar uns dias para escrever novas músicas. Depois de termos arrumado as nossas roupas e de fazer algumas compras de supermercado, o Dam nos reuniu todos no sofá da sala, nos querendo contar algo.

— Então pessoal...

— Ai que ansiedade! Conta logo o que vc tem para dizer. - disse o Thomas, tremendo a perna.

— Eu não sei como dizer isso mas... eu vou casar!

Eu não estava a acreditar no que eu estava a ouvir. CASAR??? No momento em que eu ouvi essa palavra, senti uma pontada no meu coração.

— QUE? PARABÉNS!! - gritou o Thomas.

— UAU! Felicidades! - disse o Ethan, lhe dando um abraço.

GOLDWINGWhere stories live. Discover now