chapter 4

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DAMIANO'S POV

Quando eu senti o corpo da Vic se encostar ao meu, e em seguida ela me dar um abraço, parecia que o mundo tinha parado. Sem querer, o meu olhar percorreu as curvas do corpo dela, e acabei reparando que havia também cicatrizes em outros lugares.

— Porque você está me olhando assim?

— Essas cicatrizes são do que eu estou a pensar?

— Bem... sim, são. Mas são antigas. 

— Mas de há quanto tempo?

— Talvez uns 3 meses. - diz ela, suspirando.

— Victoria, porquê que nesse tempo todo nunca me pediu ajuda? Você sabe que eu estou sempre aqui para te ajudar.

— Porque Damiano... Você não entende.

—  Quem disse que eu não entendo?

— Porque ninguém entende...

—  Bem, eu entendo. 

—  Eu sei que vc só está dizendo isso para me reconfortar, e não por estar sendo sincero. - disse a Vic, com uma voz desanimada.

—  Isso é mentira! Você acha que se eu não entendesse eu estaria aqui nesse preciso momento com você?

—Uhhh, enfim... 

Depois, peguei em 2 toalhas e dei para se enrolar, e a levei no colo até à cama. Ela conseguia andar sozinha, mas eu amo pegar nela ao colo mesmo quando não é obrigatoriamente necessário, acho que faço isso por ser às vezes demasiado protetor. Fui buscar um pijama limpo e roupa interior para ela vestir e o saco da farmácia que tinha tudo o que eu tinha comprado.

— Vic, eu não queria tornar isso constrangedor mas, eu reparei que você tinha cortes nas ancas. E eu vou ter que as proteger também.

— Eu já te disse que essas são antigas!

— Não, você me disse que as das coxas eram antigas, mas não me disse que as das ancas também eram. E por acaso, pareciam cortes 'frescos'.

— Ok, dono da razão. Sim, são cortes recentes, e eu vou deixar você cuidar deles só para deixar de me chatear.

Pedi a ela para baixar ligeiramente a bermuda, e comecei a desinfetar e colocar pensos nos cortes mais recentes, tentando fazer com que a situação não parecesse assim tão estranha. Enquanto estava a desinfetar o último corte que ficava perto da cintura dela, sinto o Ethan entrar no quarto.

— Bem.... estou interrompendo alguma coisa?

— Nã...- disse eu, meio confuso, sendo interrompido pela Vic.

— Sim, por acaso estava. Pode voltar em outra hora?

— Of course...- disse o Ethan, voltando a fechar a porta do quarto.

Quando ele fechou a porta, olhei para ela e vi que ela estava com uma cara de quem estava super aliviada.

— Vic de deus, ele não estava fazendo nada de errado, porque mandou ele sair?

— Você acha mesmo que eu quero que o Ethan também descubra que eu estou nesse estado?

— Não, mas ele só estava querendo ajudar...

— Ajudar Dami? Que grande coincidência, são 3 da manhã, e sem 'motivo aparente' o Ethan aparece aqui no meu quarto. Ele está quase descobrindo, eu tenho a certeza.

— Você sabe que ele e o Thomas irão descobrir isso mais cedo ou mais tarde, certo?

— Talvez, mas por agora podemos manter esse assunto só entre nós?

— Claro, só você decide quando vai se sentir confortável para contar. - e a abracei.

— Então... falta desinfetar mais... c..ortes?- pergunta ela, já um pouco farta.

— Sim, o que eu estou desinfetando agora e os dos braços.

— Não são demasiados pensos? - disse ela, apontando para os que eu tinha posto na zona das ancas da cintura.

— Não, são os necessários. Se isso infetar, vai dar ainda mais problemas do que já está dando.

Depois de desinfetar e pôr pensos em quase todas os cortes ' frescos ', também voltei a medir a glicemia dela, que já estava em 80. 

— Oh, good girl.- disse, apontando para o aparelho.

— Bem... eu já estou ficando com sono.

— Você quer... que eu fique aqui essa noite?

— Obrigada Dami, mas não é preciso.

— Tem a certeza?

— Simmmmm.

E lá fui eu, para o meu quarto, um pouco inseguro por deixar a Vic sozinha, mas rapidamente esse pensamento deixou de rodear a minha cabeça por um tempo.
Entrei no meu quarto, olhei em redor e o Leo estava em uma cadeira sentado, lendo um livro.

— Bem, ao que parece você decidiu voltar. - diz ele, fechando o livro. - Você tem algo com a Victoria?

— Eu?? Não, meu deus que nojo.

— Aham, sei. Então me explica porquê do dia para noite você está sempre a falar dela, a dormir no quarto dela e está constantemente perto dela quando saímos? Para não falar que no outro dia, você saiu disparado por essa porta à procura dela.

— Primeiro de tudo: eu dormi lá porque foi mesmo necessário; segundo: nós somos MELHORES AMIGOS! É óbvio que eu vou me preocupar com ela e querer estar com ela, assim como eu estou muitas vezes com você.

— Ok, não precisa de ficar chateado. Eu só estava perguntando.- diz ele, suspirando.

— E então, porquê que você está acordado a essas horas? Você costuma ir dormir cedo...

— Não sei, decidi sair da rotina. E também já vamos sair de Berlim amanhã, por isso dá mais tempo para relaxar.

— Verdade...

Tivemos falando um pouco, mas um tempo depois fomos dormir, já eram quase 4 da manhã e apesar de o nosso voo ser só de noite, tudo o que nós estávamos precisando era de uma noite de descanso.

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oiiii
esse capítulo é um pouco mais pequeno, mas o outro vai compensar bastante!

mel :)

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