chapter 17

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turn on music: A Little Death, The Neighbourhood.

A noite da despedida de solteiro é basicamente a única noite na vida de um noivo em que ele pode cometer quantos erros quiser, e não ser culpado de nada disso. É caracterizada por excessos, tanto no álcool quanto em outros parâmetros.

Estava vestindo uma saia comprida, uma camisa de botões branca, um corset preto e umas botas pesadas, o que me destacava da maioria das pessoas, que estavam um pouco mais básicas. E ele estava todo de preto. Vestia uma calça preta, uma camisa da mesma cor e um blazer. Completava o seu outfit com alguns acessórios prateados e dourados, entre eles o colar que eu tinha lhe dado no Natal anterior. Aquele pub contava com mais ou menos 14 pessoas convidadas. Apesar da fama, Dam sempre teve 'os mesmos 9 amigos' e pelo menos '3 amigos não covardes'.

O começo da noite ficou marcada por um momento protagonizado por uma Drag Queen que fazia cosplay de Britney Spears que eu ajudei o Leo a contratar. Conheci ela nas ruas, era conhecida por a Drag Queen que andava de skate pelas cidades mais frequentadas de Roma. Sem dúvida, o momento em que andei no seu skate e embati contra uma mesa foi um dos mais engraçados da noite. Uns minutos depois, a cunhada do Damiano trouxe umas cartas tipo de verdade ou consequência, mas envolvendo uma roleta de shots. Posso dizer que aquele dia foi um dos poucos em que eu estava me sentindo genuinamente feliz em algumas semanas.

Mas enfim, toda a gente sabe que infelizmente, tudo o que é bom, passa. Depois de inúmeros shots, cervejas, cocktails loucos e outras bebidas que nunca tinha experimentado na minha vida, comecei a sentir o efeito do álcool que já estava sentindo há horas a subir ainda mais. Quando me apercebi, não tinha estabilidade suficiente nem para me levantar daquela cadeira ligeiramente alta em que estava sentada. Normalmente, sabia lidar com situações daquelas, mas dessa vez, foi diferente. Logo depois de tomar estabilidade do meu próprio corpo, caminhei até ao banheiro, que ficava no fundo do espaço. Ao chegar, me encarei no espelho. Com o meu eyeliner borrado, o cabelo todo bagunçado, uma pequena pinga de vodka na camisa e uma vontade de vomitar gigante, estava começando a me arrepender um pouco de estar naquele lugar. Quando a vontade bateu forte, vomitei na pia, que ficava mais perto do que o vaso. Naquele momento, tinha a sensação que queria deitar tudo o que tinha dentro de mim para fora, tudo mesmo. Durante aquela mistura de sentimentos gigante, senti alguém tirar todo o cabelo que estava à frente da minha cara e o segurar. E quando não tinha forças para vomitar mais, olhei para trás. E era ele, aliás, só podia ser ele.

- Parece que alguém bebeu demais - ele disse, começando a pentear o meu cabelo suavemente.

- Como vc descobriu que eu estava aqui?

- Não foi muito difícil. Eu estava no banheiro ao lado, e as paredes aqui são de vidro, eu consegui ouvir tudo. Vc está bem?

- Não sei, mas estou melhor do que há 5 minutos atrás.

Ficamos uns minutos sentados naquele chão húmido, olhando para o teto. De todas as coisas que me vieram à cabeça naquele momento, o Royal Albert me pareceu um bom assunto. Já estava há semanas guardando aquela raiva toda para mim, e finalmente tinha encontrado a hora perfeita para descarregar. E não podia perder essa oportunidade. Sabia perfeitamente que havia uma grande chance de eu me arrepender, mas mesmo assim, só se vive uma vez, certo?

- Sabe, nós poderíamos estar numa situação muito melhor do que essa.

- Como assim, Vic? Qual situação?

- Não se faça de desentendido Damiano. Vc sabe muito bem que a essa hora era suposto a gente estar em Londres, provavelmente todos juntos, nos preparando para tocar no Royal Albert.

- Victoria, quem te contou?

- Isso não interessa agora. Agora, só sei que poderíamos estar totalmente felizes, mas em vez disso, estamos sentados no banheiro de um pub. E que por o seu egoísmo, vc decidiu negar essa oportunidade de uma vida de tocar NA PORRA DO ROYAL ALBERT HALL. E não finja que não sabia do meu sonho de um dia tocar ou assistir a um concerto naquela sala de concertos.

- Espera, eu, egoísta? Não sou eu que desapareço sem dar explicações a ninguém, e depois apareço à porta do meu melhor amigo super naturalmente, até porque como vc disse uma vez: "O que importa é que eu estou bem."

- E não sou eu que neguei a oportunidade de tocar em uma das salas de concertos mais prestigiadas do mundo só porque vou casar, e não querer adiar o casamento por isso. Oportunidades de casar existem 365 dias por ano, e oportunidades de fazer um concerto na porra do Royal Albert Hall nem costumam existir em 365 dias. Só mesmo um idiota é que nega um convite desses.

- Ok, eu admito. Sim, fui egoísta. E sabe o que mais é egoísta?

- O quê?

- O facto de eu te querer só para mim.

Segundos depois, os nossos lábios se tocaram de novo, depois de meses. À medida que ele ia me beijando, mais ficava claro que ele estava esperando aquela oportunidade há bastante tempo. Senti a sua respiração e aquele bafo forte de Vodka no meu pescoço ao mesmo tempo que eu tirava a sua camisa. Como da primeira vez, ele estava bêbado, muito bêbado. Depois ele me virou contra a parede, e começou a tirar o meu corset enquanto beijava a minha nuca. Deus, que momento. Quando eu já estava só com meu sutiã e ele começando a tirar a sua calça, ouvimos uma voz. Era o irmão dele.

- Damia, vc ficou preso aí dentro? A gente está te esperando.- disse ele, em um tom de voz calmo.

- Eu...eu já vou!

Rapidamente ele colocou a sua calça, apertou o cinto, vestiu a sua camisa preta e o seu blazer, e colocou o seu par de botas Dr. Martens. Em seguida, me deu um beijo na testa, e saiu discretamente do local.

-
oiiii,
espero que vocês estejam gostando do rumo da história!

tks for reading (and for all the kindness) <3
mel.

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