Capítulo 9

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Voltei!!!
 
Divirtam-se!!!
 

Assim que seu celular despertou, Kara grunhiu de decepção, queria dormir mais um pouco, mas estava na hora de levantar. Com os olhos ainda fechados, se sentou na cama passando as mãos no rosto na tentativa de despertar melhor. Não tinha nem quatro horas que havia pegado no sono.
 
Desde que se acertou com Lena, chegava em casa cada vez mais tarde. Depois das aulas na faculdade — que aconteciam quase todos os dias — ia até o apartamento de Lena e só saia de lá quando ela adormecia. Quando podia, passava o dia inteiro com ela — isso acontecia mais no fim de semana quando faziam algo juntas —  mas tinha o negócio da família para administrar, então também precisava se dedicar a isso.
 
Não que estivesse reclamando de alguma coisa, achava seu esforço de trabalhar, estudar e ficar com Lena muito válido, no entanto, nessas duas semanas, isso foi o suficiente para deixá-la mais cansada que o normal. A distância entre os lugares também não ajudava em nada.
 
Por conta da gravidez, Lena estava a cada dia mais emotiva, os enjoos matinais estavam mais fortes e os desejos estavam aparecendo. Já havia acontecido de querer o macarrão com o molho secreto de Kara as duas da manhã. Nesse dia, a loira mal tinha chegado a fazenda depois de sair da casa dela e acabou retornando para lá.
 
Além de tudo isso, ficava muito preocupada com Lena sozinha. A gravidez era recente e tinha medo de qualquer coisa acontecer com ela enquanto estava distante. Ainda assim, estava feliz por estar participando desse momento da vida dela e, principalmente, por Lena estar permitindo que ela participasse.
 
Depois de tomar um banho demorado e se trocar, foi para cozinha tomar café da manhã. Estava morrendo de fome e precisava tomar um café bem forte para despertar de vez. Descendo as escadas, assim que sentiu o cheiro de bolinho de canela, seu estômago roncou alto.
 
— Bom dia! — desejou ao entrar na cozinha sendo recebida por alegre Dino.
 
— Bom dia, tia! — Esme e Ruby desejaram juntas.
 
— Parece cansada, filha. Chegou tarde de novo ontem? — Eliza perguntou servindo para ela um pouco de café.
 
— Umas quatro da manhã, eu acho — encheu a boca com um pedaço de bolinho e se sentou à mesa. — Isso aqui tá muito bom, mãe.
 
— Porque você não dorme na casa da Lena?
 
Bem que Kara desejava dormir e acordar com Lena todos os dias, mas isso também teria que ser um querer dela.
 
— Ela nunca falou pra eu ficar — deu ombros. — Não quero ser inconveniente. E também, só tem duas semanas que estamos juntas, não quero precipitar ou forçar nada — respondeu à Kelly. — Eu vou no tempo dela. Ela tem coisas mais importantes pra pensar do que sobre eu dormir ou não na casa dela.
 
— E como se sente com tudo isso? — Alex quis saber.
 
— Bem. Ela é tudo o que eu sempre quis e quero fazer as coisas darem certo.
 
— E sobre a gravidez?
 
Imediatamente um sorriso nasceu em lábios.
 
— Ela está animada, mas percebo que também preocupada e com medo — bebericou seu café enquanto pensava rapidamente nos últimos dias. — Tenho tentado fazer minha parte de ajudá-la, não deixar ela abusar em nada, mas fico preocupada com ela sozinha.
 
— Porque não a chama para ficar uns dias aqui com a gente? — Eliza sugeriu. — Assim também você descansa um pouco por saber que ela está aqui e, enquanto isso, a gente a conhece.
 
— Não sei. Estou com medo de estar fazendo tudo muito rápido.
 
— Acho que se vocês duas estão de acordo com tudo, não tem essa de ir rápido — Kelly comentou. — Vocês vão ter um bebê em alguns meses — brincou.
 
Kara se ajeitou na cadeira se sentindo um pouco desconfortável. Embora tivesse se comprometido em cuidar de Lena e de seu bebê, e também tenha sugerido ser um bebê delas, elas não tocaram mais nesse assunto. Então ainda não se sentia como uma segunda mãe da criança, mas gostaria muito de ser. Apesar disso, não falou nada com Lena porque compreendia que era algo novo para ela também e estavam no início de uma relação.
 
Ao vez de se impor nessa questão, Kara preferia agir de outra forma. Mais do que falar, ela iria mostrar a Lena que podiam ser uma família quando o bebê nascesse. Ela queria que fossem uma e não importava se não a começassem como manda o figurino. No fim, o que valeria era o que iriam construir de agora em diante e sabia que tinham potencial para construir algo forte e duradouro.
 
— Você e a Lena me fazem lembrar de mim e da Kelly. Quando nos conhecemos, eu tentava adotar uma criança sozinha e ela me apoiou quando tudo deu errado — olhou para esposa e sorriu. — Isso nos aproximou, ficamos juntas, adotamos a Esme e casamos. Invertamos tudo, mas o que vale é a intenção e o que temos hoje. Vocês também estão fazendo tudo ao contrário.
 
— Verdade, acho que ter uma família do jeito que a sociedade pede não cabe para nós — disse Sam brincando quando notou que Kara ficou mais pensativa. — Convida ela para ficar aqui, eu posso ajudá-la em algumas coisas. Eu não mandei tão mal sendo mãe, olha só para Ruby.
 
— Você é a melhor mãe do mundo — a garotinha sorriu abertamente para mãe.
 
— Sam tem razão — Kelly concordou. — A mulher na gravidez pode se sentir muito solitária e mesmo que ela tenha você, é bom sentir que tem amigas. Todas nós podemos ajudá-la de algum jeito.
 
— Eu vou ter outra priminha, tia? — Esme olhou para Kara.
 
— Bom, talvez. Eu espero muito que sim.
 
— Porque talvez? Tia Lena não tá com um bebêzinho seu na barriga?
 
— Depois a vovó te explica isso, Esme — Eliza cortou a neta para ela não começar com as enxurradas de porquês — Fala com ela Kara, vai ser bom pra você e para ela aproveitarem mais.
 
— Eu vou falar, mamãe. Alex, você poderia fazer o meu trabalho hoje? — a irmã a olhou sem entender. — Eu precisava ir ver um novo cliente que tem interesse nos queijos para o restaurante dele, mas é na cidade vizinha e hoje a Lena vai na primeira consulta dela e...
 
— Você não quer que ela vá sozinha.
 
Quando Lena disse sobre a primeira consulta, Kara ficou animada, mas logo se lembrou do compromisso que tinha. Lena disse que não tinha problema algum, que ela poderia ir fazer o que tinha que fazer e que depois contava tudo a ela. Mas como poderia deixá-la ir sozinha?
 
Na última semana, Lena já tinha demonstrado nervosismo o suficiente para ir nessa consulta. Ela estava com medo de ter alguma coisa errada com o bebê e mil outras paranoias que criou. Kara a acalmava todas vezes, mas não estava com ela 24 horas do dia para fazer isso sempre. Por essas e outras, se pudesse fazer essa gestação ser tranquila, Kara não me diria esforços para isso.
 
— É. Pode me fazer isso? Por favor?
 
— O que eu não faria pela minha sobrinha ou sobrinho? — sorriu. — Eu faço isso e qualquer coisa eu te ligo, já que você é quem costuma a cuidar disso.
 
— Te devo essa — se levantou. — Não me esperem para o jantar. Mas se precisarem de mim, me liguem que eu venho voando — deu um beijo na mãe e nas sobrinhas. — Até mais.
 
A consulta de Lena seria só na parte da tarde, mas Kara queria passar a manhã com ela. Seu plano era aparecer de surpresa na casa dela, pois Lena achava que ela não poderia a acompanhar. Porém, antes desse plano, ela tinha um outro plano e por isso estava indo até o centro comercial da cidade.
 
Para Lena não desconfiar de nada, mandou uma mensagem para ela desejando boa sorte na consulta e disse para chamar Andrea para ir com ela, só que sabia que Lena não faria isso. Na noite anterior tinha conversado com Andrea e ela disse que Lena não quis que ela a acompanhasse. Era perceptível que, mesmo sem querer, a morena ainda tinha a ideia de fazer as coisas sozinhas.
 
Depois de concluir uma parte de seu plano, Kara seguiu para casa Lena. Agora além de ter a entrada liberada, também tinha a chave de seu apartamento. Lena a deu a chave há uns três dias, mas só a usava quando saia de madrugada para ir embora. Até então, fechava a porta com a chave de Lena e a empurrava por debaixo da porta. Mas como queria fazer uma surpresa, tocou a campainha e esperou a morena atender.
 
— Kara?! — abriu um sorriso e pulou no colo dela.
 
— Parece que alguém estava  om saudade — sorriu a abraçando e entrando no apartamento. — Como você está?
 
— Agora estou melhor — se afastou um pouco para olhá-la. — O que faz aqui? Você não tinha que ir visitar um cliente?
 
— Você acha que eu perderia a sua primeira consulta? — a colocou com cuidado no chão próximo do sofá. — Eu jamais perderia — a deu um selinho antes de sentar no sofá e colocar a sacola de papel que carregava na mesa de centro. — Quis fazer uma surpresa, mesmo sabendo que você não gosta muito.
 
— Eu gostei dessa surpresa — se juntou a ela no sofá. — Essa você pode fazer quando quiser.
 
Como sempre fazia quando iam comer ou ver algum filme, Kara colocou as pernas de Lena sobre dela, a fazendo quase deitar sobre as almofadas que estavam no braço do sofá.
 
— Teve enjoos quando acordou?— perguntou preocupada.
 
— Sim — suspirou. — Essa é a parte que menos gosto de tudo isso.
 
— Logo passa. Lembro da Sam grávida, ela reclamava disso também. Por isso é importante tomar cuidado com o que você come.
 
— Eu tomo cuidado.
 
— Você quase comeu um pizza inteira sozinha ontem. Quanto mais besteiras comer, mais fortes serão os enjoos. E eu não estou aqui cedo o suficiente para te ajudar — riu quando Lena fechou a cara. — Não faz essa cara pra mim.  
 
Se inclinando, Kara começou a distribuir pequenos beijos pelo rosto de Lena até ela começar a rir. Parando os beijos, Kara se afastou um pouco para a olhá-la e como sempre, achava que ela estava mais bonita do que no dia anterior. Lentamente, voltou a se aproximar para beijá-la de verdade. Cada vez que fazia isso, se sentia mais afeiçoado a ela.
 
Toda vez que era beijada dessa forma, Lena sentia uma onda de eletricidade invadir seu corpo e um desejo quase incontrolável de ir muito além de um beijo. Os seus hormônios estavam a flor da pele e Kara era uma pessoa adorável e bastante desejável aos seus olhos, era difícil de se controlar.
 
— Seu beijo é o meu favorito —a deu um longo selinho. — Trouxe algo para você — se levantou um pouco só para pegar a sacola, mas sem deixar as pernas de Lena sair de cima das suas. — É para dar sorte hoje — a entregou uma caixinha.
 
Com um sorriso pequeno no rosto, abriu a caixinha que estava com um laço vermelho a sua volta. Assim que abriu, sentiu seus olhos marejarem. Era o primeiro presente que seu bebê ganhava.
 
— Kara... — a olhou pegando os sapatinhos vermelho com branco nas mãos — isso é tão bonitinho. Eu adorei — limpou uma lágrima com as costas das mãos. — Eu adorei, Kara.
 
— Não chora — a puxou para seu colo limpando suas lágrimas. — É uma coisinha simples, mas eu queria ser a primeira a dar um presente para esse bebezinho — levou uma das mãos até a barriga de Lena. — É só a primeira coisa que eu estou te dando — disse para a barriga. — Até você nascer te darei muito outros presentes e quando você nascer também.
 
— Obrigada — passou os braços pelo pescoço de Kara a abraçando. — Isso é muito importante para mim.
 
Com delicadeza, Kara a apertou um pouco mais. Estava feliz por Lena ter gostado. Fez aquilo para ela saber que estava ali por ela e pelo pequeno serzinho que se formava em seu ventre.
 
— Que bom que gostou. Você gostar é muito importante pra mim.
 
— Eu acho que gosto de tudo o que você faz.
 
— Você já tomou café? — tinha certeza que não. Lena estava comendo pouco pela manhã depois de quase colocar as tripas para fora.
 
— Não.
 
— Vou fazer torradas de ursinho pra você — Lena saiu do abraço para a olhar com as sobrancelhas arqueadas. — O que?
 
— Não sou criança.
 
— Não existe idade para ser mimada e nem para comer torradas de ursinho.
 
A parte da manhã passou rápido. Kara e Lena praticamente ficaram abraçadas até a loira ir fazer o almoço. Kara adorava cozinhar para Lena, e Lena adorava comer tudo o que ela fazia — inclusive as torradas de ursinho — mas gostava muito quando estava aninhada a ela recebendo seus carinhos.
 
A cada dia sentia seu coração bater mais forte por causa da loira sorridente. Seus sentimentos por ela só cresciam e ficava contente por ter tomado a decisão certa de ir atrás dela.
 
Por volta das duas da tarde, o casal já estava na clínica onde Lena tinha feito a inseminação. Por ter gostado da doutora Montgomery, decidiu continuar a se consultar com ela durante toda a gravidez.
 
— Está nervosa? — Kara sussurrou no ouvido da morena.
 
— Muito. Estou esperando mil coisas e ao mesmo tempo nada.
 
— Estou aqui com você — pegou sua mão e entrelaçou seus dedos. — Vai dar tudo certo.
 
— Você vai entrar comigo, não vai? — fitou a loira. — Ainda bem que você está aqui, pois não faço ideia se aguentaria passar por isso sozinha.
 
— Primeiro, você é uma mulher forte e claro que conseguiria passar por isso sozinha. Segundo, eu vou estar com você em qualquer situação. Terceiro, meu coração até deu uma cambalhota por você querer que eu entre com você — beijou a testa de Lena com carinho. — Eu te adoro.
 
— Senhorita Lena Luthor — a assistente da médica chamou e o casal se aproximou dela. — por aqui por favor.
 
Na primeira parte da consulta, a médica tirou todas as dúvidas sobre o primeiro trimestre da gravidez. Lena tinha muitas coisas a questionar, mas Kara tinha muito mais. Ela queria saber sobre tudo e principalmente como deveria cuidar de Lena nesse período, pois, segundo a loira, queria ela e o bebê saudáveis e dar o melhor de si para conquistar isso. A médica respondeu a tudo com muita paciência e sem pressa. Era normal pais de primeira viagem ficarem inseguros, e o casal estava.
 
— Mais alguma dúvida, Kara?
 
— Acho que não doutora.
 
— Certo — anotou algumas coisas na ficha médica de Lena. — Por tudo o que você falou, Lena, acho que você deve estar com nove semanas de gestação. Nesse período seu bebê já é um feto do tamanho de uma cereja. Esse é um período crítico para o desenvolvimento de braços e pernas. Então recomendamos o primeiro ultrassom para saber se está tudo bem e alguns outros exames. Também é provável que você sinta o aumento de tamanho e peso das mamas, além disso, elas estarão mais sensíveis ao toque.
 
O tamanho dos seios foi a primeira mudança que Lena notou em seu corpo. Não demoraria muito para ter que comprar sutiã maiores. Sobre estarem sensíveis, sempre notava quando Kara a abraçava forte ou ficava por cima dela durante o beijo.
 
Já Kara, estreitando um poucos olhos, ficou pensando sobre o que a médica disse sobre os seios. Até então, ela não havia notado aquela mudança no corpo de Lena, mas agora não conseguiria parar de pensar nesse detalhe.
 
— Quando posso fazer o ultrassom? — Lena quis saber.
 
— Podemos fazer agora. Assim confirmamos de quantas semana está e se o feto está do tamanho que deveria.
 
— Tudo bem. Então vamos fazer.
 
— Pode ir até aquela sala ali — apontou com caneta para sala ao lado. — coloque a camisola e me chame quando estiver pronta.
 
Deixando Kara junto com a médica, Lena foi até a sala onde tirou suas roupas — ainda bem que tinha ido com um vestido leve — e colocou a camisola que deixava os fundilhos de fora. Assim que terminou, abriu a porta e avisou a médica.
 
— Vai querer a acompanhar, Kara? — a doutora a perguntou quando estava indo para a sala onde Lena estava.
 
— Sim — se levantou e começou a segui-la. — Não quero perder nenhum momento da nossa cerejinha.
 
— Lena, pode se deitar na maca colocando um pé para cada lado — a médica pediu quando entrou na sala.
 
Rapidamente, Kara foi até Lena a ajudando a fazer o que a médica pediu, mas achou estranho a posição em que ela estava.
 
— Segura a minha mão — Lena pediu a Kara que ficou em pé ao seu lado.
 
— Segurarei sempre que quiser — se curvou dando um beijo no canto dos lábios.
 
Uma coisa Lena tinha que confessar, ter feito a inseminação não se comparava em nada ao medo e o nervosismo que sentia por saber que estava gerando uma vida. Ter Kara junto dela nesse momento facilitava muito as coisas porque, se desabasse, teria quem a segurasse. Se ficasse feliz, teria com quem dividir. Por mais que tenha sido cabeça dura no início, isso que estava acontecendo era exatamente o que ela quis um dia. Kara era a pessoa que ela quis um dia.
 
Atenta a tudo, Kara viu a médica colocar uma camisinha num aparelho que costumava a ser usado para fazer exames ginecológicos de rotina. Novamente estreitou os olhos. Aquilo estava estranho e estava nervosa o suficiente para não se lembrar de Sam contando como foi seu primeiro ultrassom.
 
— Está pronta, Lena?
 
— Sim, doutora.
 
— Não vai jogar um gelzinho na barriga dela, não? — Kara perguntou quando viu a médica se posicionando entre as pernas de Lena.
 
— O primeiro ultrassom é transvaginal, Kara — a explicou olhando para tela. — O bebê de vocês tem dois centímetros e meio. Ele já não um saquinho rosa e com rabinho. Você está mesmo na nona semana, Lena, e está tudo certo por aqui.
 
Embora tenha sorrido pelo o que ouviu da médica sobre o bebê, Kara se sentia incomodada pelo o que estava presenciando. Uma coisa era passar por um exame como aquele — coisa que já incomodava — outra coisa era ver a sua namorada fazendo um. Estava um pouco envergonhada apesar de feliz pelo momento.
 
— Saber que está tudo bem me deixa aliviada.
 
— Kara está cuidando muito bem de você — disse a médica tirando o aparelho de dentro de Lena. — Se seguirem tudo certinho, não teremos grades problemas.
 
— Isso é...
 
— Sangue? — perguntou à Kara que assentiu. — Sim. É normal um pequeno sangramento.
 
— Ah! É só sangue — tentou sorrir, mas sentiu suas pernas ficarem fracas e a vista escurecer antes de desabar no chão.
 
Pouco depois, Kara acordou deitada em um sofá com Lena segurando a sua mão. Vê-la a fez sorrir, mas logo sentiu se rosto queimar de vergonha pelo que tinha acontecido.
 
— Oi, bela adormecida — disse Lena a ajudando a se sentar. — Está melhor?
 
— Um pouco. Me desculpe pela vergonha que fiz você passar, mas não suporto ver sangue.
 
— Eu reparei — sorriu levando as mãos até seu rosto deixando uma leve caricia nas bochechas rosadas com o polegar.
 
— Apaguei por muito tempo?
 
— Não. Só o suficiente para te colocaram aqui no sofá.
 
— Você e a cerejinha estão bem?
 
— Cerejinha?
 
— Nosso bebê — falou sem ao menos prestar atenção nas palavras, mas isso não passou despercebido por Lena. — Apesar do sangue e do desmaio, obrigada por me incluir nisso.
 
Sem dizer nada, Lena grudou seus lábios com carinho.
 
— Está tudo bem comigo e com a cerejinha — sussurrou contra sua boca a dando mais um beijo casto.
 
— Você não vai me deixar por eu ter estragado o momento, não é? Porque meu pobre coração sofreria muito se você fizesse isso.
 
— Você não estragou nada. Eu ri bastante, na verdade.
 
— Que bom saber que sou uma piada para você — disse de um jeito dramático que fez Lena rir. — Te adoro, mesmo rindo da minha cara.
 
— Também te adoro. Vamos para casa. Eu dirijo.
 
 
 
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