Voltei!!!
AVISO: Já tem o primeiro capítulo de uma nova fic com trama policial chamada The Bodyguard.
Divirtam-se!!!
Enquanto estava sendo levada pelo enfermeiro para a sala de sua médica, Lena se contorcia com a dor que sentia. Tentava fazer aquelas respirações que eram sempre ensinada as grávidas, mas nada adiantava. Estava nervosa demais, e Kara não estava ao seu lado.
Lena nunca foi uma pessoa religiosa, ou se quer tinha fé em algum Deus. Porém, pedia a qualquer que a ouvisse para que Kara não perdesse esse momento. E também, não sabia se iria conseguir trazer Lauren ao mundo sem ela.
Agora, mais do que nunca, não entendia por que quase mandou Kara embora da sua vida para passar por aquele momento sozinha. Não tê-la bem ali ao seu lado dizendo que tudo ficaria bem estava sendo horrível. Qualquer outra pessoa poderia dizer isso, mas não teria o mesmo peso já que nenhuma delas era a mulher que amava e mãe da sua filha.
Precisava de Kara e precisava rápido.
Com um grito contido, Lena viu a doutora Montgomery se aproximar.
— Me ajude a colocá-la na maca e peça para prepararem uma sala de parto — a médica pediu ao enfermeiro. — Mande outra enfermeira aqui para prepará-la também.
Com certa dificuldade, Lena se levantou se sentando na maca. Assim como há nove meses, iria ficar numa posição nada agradável com médica entre suas pernas.
— Lena, precisarei ver o quanto você já está de dilatação.
— Tudo bem — disse entre os dentes.
— Você está sozinha? — perguntou enquanto se preparava para a examinar.
— Minhas amigas estão lá fora, mas Kara não chegou — choramingou deixando uma lágrima cair de seus olhos. — Essa criança não pode nascer sem ela estar aqui.
— Se acalma, por favor. Eu sei que Kara não te deixaria sozinha, então tente não ficar nervosa.
Apesar do que a doutora tinha acabado de dizer, assim que examinou Lena, soube que seu bebê não iria demorar a chegar ao mundo.
Desde a primeira consulta, nunca tinha visto Lena sem Kara ao seu lado. A loira, além de sempre fazer várias perguntas, tentava passar ao máximo toda segurança que Lena precisava. Sem contar que a cada ultrassom, ela comemorava pelo bebê estar bem e não parava de dizer que a filha delas seria uma menina linda.
A doutora Montgomery já tinha atendido muitas mulheres grávidas, uma boa parte iam as consultas com seus parceiros ou parceiras, mas nunca tinha visto ninguém tão dedicado quanto Kara era dedicada a Lena. Agora não sabia como dizer a morena que se a outra mãe da sua filha não chegasse logo, não iria vê-la nascer.
Um grito preencheu o consultório. De todas as contrações, essa havia sido a mais forte e a mais rápida desde a última.
— Não me fala que ela já vai nascer — olhou para a médica que havia acabado de parar ao seu lado.
— Lena, quando chegar a dez centímetros de dilatação, essa criança não vai poder continuar aí dentro — segurou sua mão tentando acalmá-la. — Você já está com sete centímetros. A enfermeira vai te preparar, se não quiser ficar sozinha na sala de parto, acho melhor pensar em alguém.
— Se a Kara não estiver aqui, eu não quero ninguém.
Assentindo levemente com a cabeça, a médica saiu para que a enfermeira pudesse entrar.
Em todos os minutos dos preparativos, Lena sentia que aquilo estava acontecendo era um castigo. Esse era o universo a dizendo que ela quis tanto fazer tudo sozinha, quase tinha deixado a mulher que amava por causa desse plano, que agora ela teria o que tanto quis um dia.
Sabia que quando chegasse a dilatação ideal, seu próprio corpo iria reagir para que seu bebê nascesse — isso se não tivesse nenhum problema e esperava não ter. Não teria muito o que fazer quando esse momento chegasse além de cumprir o ciclo natural do nascimento.
Os minutos que vieram depois foram repletos de dor, gritos e gemidos. A cada momento que era examinada pela médica e sentia um certo alívio quando a dilatação não aumentava, mas quando chegou aos nove centímetros, o medo a atingiu.
— Lena, eu vou ter que te levar para a sala de parto.
— Alguém pode ver se a Kara chegou? Por favor? — pediu a médica uma última vez antes de aceitar que Kara não chegaria a tempo.
— Vou mandar uma enfermeira ir. Eu vou me preparar e te espero na sala de parto.
Entrando na sala onde havia algumas enfermeiras, Lena soltou mais um grito. Naquele segundo soube que teria que ir enfrente sozinha.
Deitada em uma outra maca, novamente em uma posição nada agradável, ouviu a médica dizer para ela fazer força, pois já tinha chegado a hora.
Enquanto empurrava, sentia o suor escorrer por seu rosto. Estava ficando cansada de se esforçar tanto a cada contração.
— Vai, Lena! — a médica disse. — Eu estou vendo a cabeça. Você tem que empurrar mais.
— Eu não consigo — fechou os olhos negando com a cabeça. — Não vou conseguir.
— Mais uma vez — a incentivou. — Vamos, mais uma vez.
Tentando recuperar o fôlego, Lena iria tentar mais uma vez quando sentiu alguém pegar na sua mãe. No primeiro segundo ela não ligou, imaginou ser alguma enfermeira com pena dela. Mas então a voz que tanto desejava ouvir desde a primeira contração sussurrou em seu ouvido.
— Vai, minha vida — Kara falou com uma voz calma, mas por dentro se tremia toda. — A nossa menina quer nascer.
Abrindo os olhos, encontrou as orbes azuis a sua frente e quase não acreditou que Kara havia conseguido.
— Na próxima contratação empurra, Lena!
Um minuto depois, Lena fez o que a médica disse. Kara segurava firmemente a sua mão e a dizia que tudo daria certo. Agora ela acreditava que daria.
Mais uma contração depois, o choro de bebê ecoou pelos quatro cantos da sala.
— Você conseguiu — Kara disse já com lágrimas nos olhos. — Você trouxe a Lauren ao mundo.
— Eu não iria conseguir sem você — disse cansada sentindo Kara afagar seus cabelos.
— Iria, sim — abaixou a máscara a dando um beijo na testa. — Você é uma mulher forte. A mais forte que eu conheço. É claro que você conseguiria. Mas fico feliz por me deixar fazer parte disso.
— O bebê de vocês — a médica falou chamando a atenção delas. — Parabéns por não desmaiar, Kara — colocou a recém nascida nos braços de Lena. — Vou dar dois minutos para vocês, pois ela precisa fazer alguns exames e você precisa ir para o quarto.
Lauren estava enrolada numa manta amarela com parte dos bracinhos de fora. Ela mexia as mãozinhas letárgicamente e tinha um biquinho nos lábios rosadinhos. Os olhos estavam fechados, pois ainda choramingava, mas logo foi parando ao sentir o calor da mãe.
— É a carinha de joelho mais linda que eu já vi — Kara comentou com um enorme sorriso agradecendo pela criança não estar com nenhum vestígio de sangue, se não era bem capaz de desmaiar. — Você fez um lindo bebê, minha vida.
— Oi, Lauren — a morena falou baixinho passando o indicador pelo rosto da filha. — Mamãe esperou muito por você. Nós, suas mamães, esperamos muito por você — sorriu.
O pequeno momento foi interrompido quando pegaram o bebê para levarem para os primeiros exames. Enquanto Lena foi encaminhada para o quarto, Kara foi até a sala de espera do hospital.
Andando pelos corredores, Kara não conseguia conter o sorriso que rasgava seu rosto. Cada pessoa que passava por ela, ela dizia que sua filha havia acabado de nascer — como se alguém a tivesse perguntado.
Parecia que tudo a sua volta estava com mais brilho, com muito mais cor. Nunca havia estado tão feliz em toda a sua vida. Estava com as mulher dos seus sonhos ao seu lado, Lauren, uma bebezinha linda, havia vindo ao mundo sem maiores problemas e agora era mãe. Para ficar melhor, só faltava um animalzinho de estimação para ser o melhor amigo de Lauren.
Passando pela porta que dava na sala de espera, Sam, Alex e Andrea a olharam com expectativa. Todas estavam com os nervos a flor da pele.
— E aí? — Alex se levantou indo até a irmã. — Nasceu? Chegou a tempo? Lena está bem? Lauren está bem? Você desmaiou na sala de parto?
— Ela nasceu, não nasceu? Nasceu com saúde, não é? — Andrea também se aproximou. — Com certeza deve ser linda como a madrinha dela.
— É claro que nasceu. Olha para ela — Sam apontou para a loira —, ela está transbordando alegria.
Não é que Kara queria fazer suspense, é que parecia que seu cérebro tinha ficado em branco. Estava tão feliz que mal conseguia formular uma palavra.
— Ela é linda — foi o que conseguiu dizer.
Todas a abraçaram ao mesmo tempo e começaram a dar os parabéns pela filha. Estavam contente por conseguirem fazer parte daquele momento da vida do casal.
— Mamãe e Kelly iriam vir pra cá, mas eu disse pra deixar vocês aproveitarem o momento — secou uma lágrima no rosto. — Eu trouxe a bolsa da Lauren e da Lena, como me pediu.
— Obrigada, Alex. Se você não tivesse dirigido em alta velocidade e até passado alguns sinais vermelhos, eu não teria visto minha filha nascer — abraçou a irmã de novo.
— Ainda bem que não causaram nenhum acidente no caminho.
— Eu sou uma ótima motorista, Samantha — Alex olhou para a prima. — E como uma ótima irmã, vou pagar as multas que, com certeza, vão chegar nas próximas semanas.
— É exatamente por você está dirigindo que havia um enorme perigo de acidente. Ainda mais passando faróis vermelhos e dirigindo a cem por hora. Andando devagar já faz coisa errada no trânsito — Andrea provocou a ruiva que fez uma careta.
— Esposa de Lena Luthor.
Devagar, Kara se virou para onde vinha a voz encontrando uma das enfermeiras que estavam na sala de parto.
— E-eu. Esposa. Sou. Eu mesma. Esposa de Lena Luthor — falou afobada arrancando riso das outras três mulheres.
Seu coração quase foi parar na boca com o que ouviu. Queria mesmo ser esposa de Lena, mas no momento iria focar na filha que havia acabado de nascer. Quando levasse Lena e Lauren para casa, pensaria melhor sobre isso.
— Pode entrar para vê-la. Vamos?
Animada, pegou as bolsas que a irmã havia buscado em sua casa. Quando estava começando a seguir a enfermeira, parou e olhou para as amigas.
— Só pra saberem, eu não desmaiei na sala de parto — estava orgulhosa de si por ter se mantido firme.
Chegando no quarto, Kara presenciou a cena que ela poderia considerar mais bonita do que a qualquer filme que já assistiu na vida. Lena estava sentada com Lauren nos braços a amamentado. A morena falava algumas coisas para a filha, mas Kara não entendeu, pois ela sussurrava. Iria guardar aquele momento para sempre no coração.
— Atrapalho? — perguntou depois de um tempo.
— Não . De maneira nenhuma — Lena a olhou e sorriu. Estava com a fisionomia cansada, mas Kara não pode deixar de achá-la ainda mais bonita. — Ela estava perguntando de você.
Deixando as bolsas em um sofá no canto do quarto, Kara se aproximou da cama sentando na beirada ao lado de Lena. Com delicadeza, passou um dos braços pelos ombros da morena deixando um beijo em sua têmpora.
— Me desculpa por não ter chegado antes — pediu encostando a testa na lateral da cabeça de Lena. — Eu vim o mais rápido que eu pude. Se não fosse a Alex, eu nem teria conseguido dirigir.
— Eu fico feliz que tenha chegado a tempo — fechou os olhos deixando o corpo relaxar com o abraço de Kara. — Você era a única pessoa que eu queria comigo.
Todas as vezes que se imaginou sendo mãe, Lena sabia que seria o dia mais feliz da sua vida. Ela não estava errada, mas ter quem tanto amava dividindo esse dia, tornava tudo ainda mais especial. Kara era a sua pessoa especial.
Assim que Lauren parou de mamar, Lena a colocou para arrotar. Kara observava a tudo atentamente. Estava gostando muito de ser uma espectadora.
— Não vai querer segurá-la? — se afastou um pouco para olhar a loira que estava estranhamente calada.
— Será que ainda sei pegar um bebê? A última vez que segurei alguém tão pequeno tem quase treze anos.
— É claro que sabe. Eu via que você treinava com as bonecas da Esme.
— Não era pra ninguém ter visto — apertou os lábios.
— Vai segurá-la ou não?
— Vou — respondeu com animação em um tom mais baixo para não assustar o bebê quase adormecido.
Se soltando de Lena, Kara se arrumou melhor na cama para segurar pela primeira vez a filha. Assim que a sentiu perto de si, algo novo tomou conta de seu ser.
— Acho que eu acabei de descobrir que amo alguém mais do que eu amo você, Lena — analisou o rosto da menininha. — Oi, cerejinha — sussurrou. — Eu prometo te amar até o infinito e além. Vou te proteger de todo o mal e ser a sua mamãe mais legal. Eu te amo — encostou o nariz na pele macia do rosto do bebê. — Te amo, minha filha.
— Ela tem seus lábios — fitou a loira achando lindo como ela olhava para Lauren e pela forma que falava com tanta naturalidade e verdade.
— Sempre soube que seria assim. Sei que você gosta muito deles.
— Não vou negar — ficou em silêncio por alguns segundos. — Vai ser Luthor-Danvers ou Danvers-Luthors?
— O que? — olhou para a Lena sem entender a pergunta.
— O sobrenome dela — apontou com queixo para a filha — vai ser Luthors-Danvers ou Danvers-Luthor? Quero dar seu sobrenome pra ela.
No dia que disse a Kara que estava apaixonada por ela, a loira abriu um sorriso que Lena jurou ser o mais lindo que já tinha visto em toda a sua vida. Agora percebia que estava errada, pois o sorriso mais lindo e amoroso do mundo estava vendo agora.
— Você disse que quer dar meu sobrenome pra ela?
— Disse. Você é mãe dela, não é? Quero que ela seja legalmente sua.
— Você quer dar meu sobrenome pra ela?
— Quero — respondeu com a maior certeza do mundo.
— Danvers? Lauren Luthor-Danvers?
— Sim. Me parece perfeito. Não quero que seja mãe dela só em palavras, quero que seja mãe dela com todos os direitos de mãe. Quero que ela seja legalmente nossa.
Quase sem acreditar naquilo, Kara se inclinou um pouco grudando seus lábios nos de Lena. Apenas a deu um selinho longo, mas que confessava todo seu amor por ela e a felicidade por estar ao seu lado.
— Te amo, minha vida. Te amo. Te amo.
— Eu também amo muito — apoiou a cabeça em seu ombro voltando o olhar para filha. — Amo a família que somos. A melhor decisão que tomei na vida foi desistir de desistir de você.
O casal estava na ápice de sua paz e do amor. Nada mais importava além de estarem juntas com a filha. Aquele era o melhor momento de suas vidas.
Próximo capítulo é o último.
:)

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All That Matters to Me
Fanfiction[Concluída] Lena Luthor está decidida que quer começar uma família sozinha, para isso recorre a inseminação artificial. No entanto, o destino coloca em seu caminho Kara Danvers. A princípio, Lena tenta afastá-la, mas as coisas vão mudando conforme v...