Capítulo 10

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Voltei!!!
 
Divirtam-se!!!
 

— Lena? — entrou no apartamento a chamando com uma voz cantarolada. — Amor, onde você está? Vim te roubar pra mim como combinamos.
 
Não tendo resposta alguma, Kara foi olhar no quarto da morena e então viu a porta do banheiro do banheiro entre aberta e a luz acesa. Já imagina o que estava acontecendo.
 
Lena tinha acabado de chegar na primeira semana do terceiro mês de gestação, mesmo se alimentando bem — quando não estava tendo desejos absurdos por causa da fome que havia aumentado — os enjoos ainda a judiavam. Por causa disso, Kara chegava em sua casa cada vez mais cedo, pois não conseguia ficar sossegada sabendo que ela estava sofrendo com isso.
 
Desde o dia da consulta, Kara vinha tentando a convencer de passar uns dias com ela na fazenda. Como tinha alguns exames para fazer, as duas foram atrás de resolver isso primeiro. Agora, Kara estava lá para finalmente levá-la para perto de si, embora estivesse feliz, ao encontrá-la de joelhos debruçada sobre a privada, fez seu coração doer.
 
— Eu não quero que você me veja assim, Kara — se sentou no chão passando as mãos pelos cabelos.
 
— Deixa de besteira, Lena — abaixou a tampa da privada e deu descarga. — Você sabe que eu não ligo para isso — se ajoelhou na frente dela limpando as lágrimas de seu rosto.
 
— Não era para parar esses enjoos no terceiro mês?
 
— Sim, e vão parar. Você só está na primeira semana do terceiro mês, logo passa. Entra no chuveiro pra você tomar um bom banho, se animar um pouquinho, e eu vou arrumar uma roupa para você — a ajudou a se levantar com cuidado.
 
— Hoje eu acordei com um pouco de tontura  — disse tendo ajuda de Kara para tirar seu pijama. — Foi horrível.
 
— Por isso te quero comigo, assim posso te ajudar em tudo isso e há outras mulheres na casa que também podem te ajudar. Sei que Andy também sempre está aqui por você, mas vai ser bom você ter contato com outras pessoas — abriu o chuveiro e ajudou Lena a entrar no box. — Se sentir qualquer coisa, me grita.
 
Deixando Lena aproveitar seu banho, Kara foi arrumar uma roupa leve para ela usar. Sua escolha também foi algo mais largo para Lena ficar confortável.  
 
Kara sabia todas as mudanças que estavam acontecendo com Lena. Desde que a médica falou sobre o aumento de seios, ela começou a reparar em cada detalhe com muito mais atenção. Havia percebido o quilinho extra que Lena adquiriu e a pequena protuberância na sua barriga. Ainda continuava bastante emotiva e estava começando a urinar com muito mais frequência.
 
Outra coisa que aconteceu em um mês estando juntas é que começaram a ter mais intimidade. Suas conversas iam desde o que estavam vivendo no momento, até imaginar como seria o bebê. Estarem juntas tinha a feito criarem um familiaridade muito rápido. E, quando Kara ia embora para casa, Lena sentia muito mais falta dela por perto, só não tinha ainda criado coragem para dizer para ela ficar uma noite inteira ao lado dela.
 
Aos poucos, Lena deixava mais Kara ser parte daquela gravidez, e Kara sentia mais que estavam sendo como uma família no início. A loira já estava tão envolvida, que tinha comprado várias coisinhas para o bebê, mas tudo estava na fazenda para Lena ver quando chegasse lá. Na verdade, todas da casa haviam comprado algo, todas já consideravam a morena e a cerejinha parte da família.
 
Voltando para o banheiro para ver como Lena estava, a encontrou enrolada numa toalha de frente para o pequeno espelho terminando de escovar os dentes. Sua fisionomia estava melhor do que alguns minutos antes.
 
— Como se sente agora? — Kara perguntou preocupada a observando.
 
— Com fome — respondeu encarando seu reflexo no espelho. — Queria aquele chocolate com creme e torta de chocolate com creme.
 
Sorrindo, Kara se aproximou a abraçando por trás e depositando um beijo em seu ombro.
 
— Eu não deveria te dar isso para comer.
 
— Mas eu estou com muita, muita, muita vontade. Você não negaria isso a uma mulher grávida, não é?
 
— Golpe baixo, Lena. Você bem sabe que eu não negaria nada a você e nem para cerejinha, que agora é uma ameixa, mas vou continuar chamando de cerejinha — ainda agarrada Lena, começou a levá-la para o quarto. — Essa noite eu sonhei com a cerejinha.
 
— E como foi? — perguntou curiosa se soltando da loira para se trocar. Adorava ouvir Kara contar sobre os sonhos que tinha. Alguns eram bizarros e outros eram bem fofos.
 
— Ela era igualzinha a você — respondeu analisando minuciosamente o corpo desnudo de Lena. Vê-la assim não era mais nenhuma surpresa, mas gostava de admirá-la — Só que tinha os meus lábios, mas o resto era tudo seu.
 
Lena riu daquilo, não para fazer Kara ficar sem graça, mas porque ela insistia que o bebê seria uma menina e toda vez que sonhava tinha algum traço dela. Era quase como se ela desejasse que houvesse algo dela na criança, e isso fazia o coração de Lena quase dobrar de tamanho. Mais importante do que Kara gostar dela, era gosta de seu bebê.
 
— Então ela teria lábios bonitos.
 
— Não termina de se vestir, não —  se aproximou de Lena que estava apenas de peças íntimas. — Deita aqui — pediu arrumando os travesseiros.
 
Sem entender o que era aquilo, Lena apenas fez o que foi pedido. Sem demora Kara tirou os sapatos e subiu na cama deitando ao seu lado, mas foi se abaixando.
 
— O que vai fazer? — mil e uma coisas passavam na cabeça de Lena e várias delas não eram nada inocentes.
 
— Conversar com meu bebê — se apoiou no antebraço para sustentar seu peso e com a outra mão começou a desenhar pequenos círculos na barriga da morena. — Oi, cerejinha — disse baixinho. — Eu sei que você agora está começando a nos ouvir. Nós estamos esperando ansiosamente por você. E você já é muito querida e amada por várias pessoas. Só não judia tanto da sua mamãe, tá  bom? E nem fica pedindo coisas gordurosas ou besteiras pra comer, pois faz mal a ela. Você vai ser o bebê mais amado desse mundo — começou a distribuir beijos pela barriga. — Mais tarde voltamos a nos falar. Vou contar uma historinha pra você dormir.
 
— Você acha que ela vai te ouvir sobre não pedir coisas gordurosas pra comer? — Lena perguntou bastante emotiva.
 
Era a primeira vez que Kara fazia alguma coisa daquele tipo, até então, apenas tocava a sua barrigada ou dizia um “Oi, cerejinha”.
 
— Ela me disse que vai fazer o possível — espalmou a mão na elevação da barriga e olhou para Lena. — Está com medo?
 
— Sim. Acho que a partir do momento que você é mãe, o medo vem junto — colocou sua mão por cima da de Kara. — Mas fico feliz na mesa intensidade.
 
— Eu morro de medo de falhar com vocês — revelou. — Mas quando eu sonho com ela, me acalmo. É como se ela me dissesse que tudo vai dar certo — depositou um beijo demorado na barriga. — Eu já amo demais a cerejinha, Lena.
 
— E eu? — franziu um cenho. Elas nunca disseram que se amavam.
 
— Ah, você só um pouquinho — a provocou sorrindo.
 
Voltando a se deitar nos travesseiros ao lado de Lena, as duas se olharam por alguns instantes. O que não foi dito em voz alta, estava presente no modo em que se encaravam e isso bastava por enquanto.
 
Era até difícil de processar o quanto as coisas aconteceram rápido. Kara gostou de Lena desde a primeira vez que a viu e queria a todo custo conquistá-la. Não podia imaginar que Lena viria com uma surpresa, mas aceitou de muito bom grado esse pequenino presente. Elas tinham um namoro recente enquanto lidavam com as dificuldades de uma gestação — nem tudo eram rosas quando o assunto é gravidez — mas estavam conseguindo se sair bem.
 
Ter deixado seu plano de lado e ter se aberto para Kara, foi uma das melhores coisas que Lena fez. Andrea estava sempre ao seu lado, se preocupando e a apoiando, mas nada se comparava com ter a loira presente. Kara sempre a surpreendia de uma maneira positiva, tentava fazer tudo ficar mais leve e sempre demonstrava e expressava seus desejos e sentimentos. Ela era simples no modo de agir e falar, mas era sempre verdadeira e ganhava Lena todos dias por causa disso.
 
— Acha que sua mãe vai gostar de mim? — Lena quebrou o silêncio que tinha se instaurando.
 
— Óbvio. Só não estranhe se escutar as palavras, neta, sobrinha e prima — segurou a mão da morena.
 
— Porque?
 
— É que todo mundo entrou num consenso que a cerejinha é da família. Deve ser porque quando eu estou lá, eu só falo de você e dela.
 
— Você fala de mim e do bebê? — começou a sorrir.
 
— Eu falo de vocês até para o Dino e para a Margarida.
 
— Quem é Margarida?
 
— A pata de estimação da Ruby e da Esme. Falo de vocês também para o Amis. Ele é meu cavalo. Falo até para as plantas. Os queijos também. As geleias não ficam de fora. Os funcionários da fábrica sabem de vocês. Resumindo, eu sempre falo de vocês.
 
— Você é adorável. Eu já estava com saudades de você ao meu lado. Você chega e eu já me sinto melhor — se virou um pouco para poder beijá-la.
 
Assim que Lena deu inicio ao beijo, Kara foi logo a abraçando e puxando para cima de si. Amava quando Lena tomava iniciativa de algo e se mostrava carinhosa. Amava como o beijo se encaixava e de tê-la em seus braços. Mal via a hora de poder dormir e acordar com ela todos os dias, pois a cada momento sentia mais que a amava.
 
As mãos quentes de Kara percorrendo a sua pele, fazia Lena se arrepiar. Havia algo se acendendo dentro de dela e que a cada dia ficava mais difícil de controlar. Talvez não devesse ir tão fundo num beijo já que Kara nunca ultrapassava qualquer limite que nem sequer haviam sido impostos e, grande parte das vezes, apenas ficava na vontade.
 
Interrompendo o beijo bruscamente, Lena se sentou sobre o abdômen de Kara com cada perna para um lado a olhando nos olhos.
 
— Preciso te dizer uma coisa.
 
— Pode dizer — pousou suas mãos sobre a coxa da morena.
 
— Kara... hã... Bem, na gravidez as mulheres têm desejos e vontades.
 
— Eu sei, outro dia você quis comer picles com manteiga de amendoim — segurou Lena antes de se ajeitar na cama para encostar suas costas na cabeceira.
 
— Não falo sobre esses desejos e vontades.
 
Fazendo uma ruga nascer no bem no meio de suas sobrancelhas, Kara pensou sobre o que Lena poderia estar falando.
 
— Oh! Acho que entendi — viu Lena corar. — Tá com vergonha de falar sobre essas coisas comigo?
 
— Um pouco. Essas coisas a gente não fala, só faz. Mas, as vontades são piores na gravidez. E, não sei... Nunca fomos adiante, só achei que deveria saber como me sinto em relação a isso. Tipo... me excito mais rápido e...  — suspirou. — Sou uma boba ficar falando sobre essas coisas, não é? Esquece isso.
 
— Não, claro que você não é boba. Não precisa se envergonhar de nada. Você pode falar comigo sobre o que quiser e me pedir o que quiser, sobre isso ou qualquer outra coisa. Quer fazer alguma coisa em relação a isso agora? — perguntou pegando Lena desprevenida.
 
— Não — negou com a cabeça. — Não que eu não queira você, eu quero, é só que nesse momento eu já não quero como queria há alguns segundos, entende? Falar sobre isso estraga um pouco as coisas, mas queria que me entendesse como venho me sentindo — tentou explicar sua resposta fazendo Kara rir.
 
— Não precisa se explicar. Faremos qualquer coisa, sobre esse assunto em questão ou não, quando você quiser.
 
— Isso foi muito embaraçoso — apertou os lábios.
 
— Se sente melhor tendo me explicado isso? — Lena assentiu. — Então está tudo certo.
 
Sempre que tinham conversas que se tratava de algo pessoal para elas e que envolvia diretamente a outra, é que viam que estavam criando cada vez mais intimidade. Elas agiam conforme queriam, mas achavam necessário também falar sobre determinados assuntos.
 
O real motivo de Lena ter falado sobre isso é porque vinha percebendo que Kara — diferente do que ela fez quando se beijaram a primeira vez — não iria tentar nada com ela e sabia que tinha a ver com a gravidez. Então achou que seria bom que ela soubesse que em algum momento poderiam ir adiante independente disso.
 
— A cerejinha está pedindo comida — disse quando sentiu a barriga roncar.
 
— Então agora, a senhorita vai se trocar e vai tomar suas vitaminas que eu vou por suas coisas no carro para a gente ir.
 
— E a torta? Eu ainda estou com muita vontade. A minha fome e a da cerejinha é de torta. Não quer que nosso bebe nasça com cara de torta, não é?
 
Ouvir um “nosso bebê” da boca de Lena fez Kara sorrir abertamente. Era primeira vez que ela dizia aquilo e, provavelmente, nem tinha reparado as palavras que escaparam da sua boca, mas isso não as tornava menos importante.
 
— A gente vai comer a torta antes de ir para a fazenda, mas sem exageros, ok? Não quero ver você se sentindo mal por comer alguma coisa fora da dieta — colocou a mão na barriga de Lena. — Sem exageros cerejinha, lembra do que conversamos.
 
Como Kara previa, assim que Lena comeu a torta não demorou muito para se sentir mal. Ultimamente, só deixava ela sair da dieta recomendada pela médica quando ela dizia que estava com desejo. Curiosamente, as coisas mais estranhas que ela comia — como picles e manteiga de amendoim — não a fazia mal, mas coisas que podiam ser consideradas mais simples, a deixavam com azia ou enjoos. Pelo menos Lena se sentiu melhor mais rápido do que das outras vezes.
 
Quando chegaram na fazenda, Lena ficou admirada com a beleza do local. Ter aceitado ir passar um dias ali não foi má ideia, com certeza faria muito bem para si e para seu bebê. A casa da fazenda era tão bonita quanto a área externa e logo na sala estavam as outras moradoras da casa.
 
— Chegamos — segurou a mão de Lena entrelaçando seus dedos e a puxou para perto de sua família. — Consegui roubar minha namorada pra mim — disse sorridente. — Me ajudem a fazer ela gostar daqui para ela nunca mais ir embora.
 
Algumas risadas ecoaram pelo local.
 
— Tia Lena! — Esme se levantou do sofá e abraçou as pernas da morena. — Senti tanta saudade.
 
— Eu também, pequena — passou a mãos pelos cabelos enrolados e sorriu.
 
— Como está a minha priminha? — a olhou com os olhos brilhando.
 
— Está tudo bem com ela.
 
— Bom, a Alex e a Ruby você já conhece. Essa é a Sam, Kelly, esposa da Alex, e minha mãe, Eliza — Kara apontou para cada uma.
 
— Olá — sorriu sem jeito. — Fico feliz em conhecer vocês, Kara fala muito de todas. E obrigada pelo convite, senhora Danvers.
 
— Por favor, só me chame de Eliza — foi até ela a abraçando. — Se sinta em casa.
 
Lena foi abraçada por todas e, ainda que estivesse um pouco sem graça, retribuiu o abraço se sentindo bem pela forma que estava sendo tratada. O que mais gostou é que ninguém a fez nenhuma pergunta indiscreta ou sem fundamento sobre a gravidez, apenas mostraram animação pelo bebê e, como Kara já a havia alertado, realmente a consideravam da família — Esme foi a que mais demonstrou de primeira. Confirmar isso fez seu coração se encher de alegria.
 
Sentada no sofá com Kara ao seu lado, percebeu que poderia, ou melhor, queria ser parte daquela família. Queria que ela e Kara dessem certo o suficiente para terem esse bebê juntas. Foi a primeira vez que desejou isso com tanta intensidade.
 
— Vou pegar suas coisas no carro — Kara disse somente para ela ouvir enquanto as conversas paralelas preenchiam o ambiente. — Vai querer ficar no quarto de hóspedes ou no meu quarto?
 
— Com você. Quero ficar com você.
 
— Eu já voltou — deixou um beijo rápido em seus lábios e se levantou. — Alex, me ajuda a pegar as coisas da Lena no carro, por favor.
 
Não demorou muito para Kara e Alex pegarem as coisas. Logo depois, a loira levou Lena até o quarto.
 
Assim que botou os pés no quarto de Kara, Lena entendeu o motivo de seu cachorro chamar Dino. No canto, havia uma parede com prateleiras cheias de miniaturas de dinossauros e alguns de pelúcia. Bem ao lado, estava uma mesa com um notebook e livros espalhados. A decoração era bem simples, não tinha nada — além dos dinossauros — colorido demais ou muito chamativo. Tudo era em tons pastéis e os móveis de cor marfim.
 
— Tenho algo para te mostrar. Fecha os olhos um pouquinho.
 
— Vai me dar uma aliança de casamento? — brincou fazendo o que foi pedido.
 
— Ainda não — foi até seu closet e pegou uma caixa de tamanho médio. — Daqui alguns meses eu faço isso — voltou para o quarto colocando a caixa em cima da cama.
 
— Tem a intenção de fazer isso? — perguntou com os cantos dos lábios se curvando.
 
— Claro que tenho. Porque? Você não tem intenção de se casar comigo? — sua voz saiu com um pouco de preocupação.
 
— Claro que tenho — sentiu Kara a abraçar por trás e dar um beijo em seu rosto. — Posso abrir os olhos?
 
— Pode. Eu espero que goste do que está dentro dessa caixa.
 
Assim que abriu a caixa, Lena se deparou com várias roupinhas de bebês, sapatinhos, chupetas e mamadeiras. A maioria das coisas tinha desenhos de animais. Tudo era delicado e pequeno.
 
— Kara... — se virou para ficar de frente para ela. — Eu nem sei o que dizer.
 
— Se gostou, não precisa dizer mais nada. Desde que comprei aquele sapatinho, eu não parei mais. Ei, não chora.
 
— Eu não tenho culpa se você fica fazendo essas coisas e me deixa emocionada.
 
— Te adoro — segurou seu rosto. — Vou te dar um beijinho para você parar de chorar. Você tem que se manter calma e tranquila para o bebê ficar calmo e tranquilo.
 
O dia ao lado de Kara passou muito rápido no ponto de vista de Lena. No entanto, quando ela precisou ir para a faculdade, parecia que as horas não passavam de jeito nenhum. Depois do jantar — que não foi tão legal por não estar com Kara — decidiu ir para o quarto, pois estava com um pouco de tontura. Segundo Sam e Eliza, isso era comum na décima segunda semana de gestação. Ao se deitar na cama com Dino deitado ao seus pés, não demorou muito para pegar no sono.
 
Algumas horas depois, Kara chegou em casa, ao entrar no quarto e acender seu abajur, sentiu que seu peito podia quase explodir de alegria por Lena estar ali dormindo tranquilamente.
 
Após tomar um banho e por seu pijama, lentamente se esgueirou para debaixo do cobertor se deitando ao lado de Lena. Com delicadeza, começou a passar a ponta de seu indicador contornando cada detalhe do rosto da morena. E então, os olhos verdes sonolentos encontraram os seus.
 
— Eu voltei — sussurrou. — Parece que o Dino gostou muito de você.
 
— Ele me fez companhia.
 
— Ocorreu tudo bem enquanto estive fora?
 
— Sim. Gosto muito da sua família. Mas gosto mais de estar com você. Eu tive tontura de novo, Sam e sua mãe disseram que é normal nesse estágio da gravidez — sentiu Kara pincelar seu nariz no dela.
 
— Fico mais tranquila por não ter estado sozinha — deixou um beijo em sua bochecha.
 
— Como foi a aula?
 
— Chata — riu. — Não quero falar disso, só quero dormir abraçadinha a você — apagou a luz de seu abajur deixando o quarto um breu.
 
— Acho essa ideia perfeita.
 
Lena se aconchegou a Kara deixando seu rosto na curva do pescoço dela. Enquanto estava deitada em um dos braços da loira, sentia ela mexendo em seus cabelos com a outra mão.
 
— Eu tinha que contar um história para o bebê.
 
— Hoje sou eu que preciso da sua atenção, a cerejinha vai entender. Amanhã você conta todas as histórias que quiser. Boa noite, querida — depositou um beijo em seu pescoço.
 
— Boa noite, meu amor.
 
 

 
Só postei esse capítulo hoje porque escrevi o capítulo da fic errada.
 
É sobre isso e tá tudo bem.
 
:)

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