Aposta de Amor

Capítulo 192

Três dias depois.

— Yanna? É a Sophia, sim, eu estou bem. — Verificou o apartamento vazio. Os objetos pessoais de Micael haviam sido levados por ele mesmo, um dia atrás. — Você tem notícias dele? — Sophia arrumou a mesinha de centro, colocou uma orquídea no meio, sorrindo em seguida. — É, eu estou ligando para a minha sogra mas ela também não atende. Todos estão com raiva de mim! — Já era de se esperar.

Sophia colocou a mão no ventre rechonchudo, suspirou leve, pensando.

— Será que devo ir ao hospital? — Observou aos redores. Aquele apartamento estava vazio demais! — Preciso saber se ele está bem, hoje foi a cirurgia, sim? — Mordeu a ponta dos lábios. — Vou ver o que eu faço. — Esperou a amigar falar. — Te ligo depois. Tchau. — Desligou a ligação.

Deu três piscadas enquanto observava o apartamento neutro e sem a presença do ex-marido, já que, Micael havia obrigado ela a assinar o divórcio feito por excelentes advogados, por uma quantia alta, o papel havia saído bem rápido. O poder do dinheiro, pensou.
Hoje estava sendo a cirurgia do mesmo, Sophia ficou tensa a tarde toda, porém, decidiu ir até o hospital, mesmo sendo proibida de colocar os pés lá dentro, a não ser que estivesse sentindo dores ou algo do tipo.

Entrou em sua BMW e durante o caminho, parou em uma floricultura, escolheu lírios para Micael, levando um buquê pequeno e cheiroso.

Continuou o caminho, foi até o hospital vendo os veículos dos parentes estacionados. Puxou o freio de mão antes de sair do carro, acionando o alarme e passando pela porta automática.

O cheiro de éter lhe consumiu e o frio do ar condicionado fez Sophia se agarrar mais em seu cardigã bege.

— Olá, eu gostaria de visitar Micael Borges. Por favor! — Parou na recepção.

— Nome completo, por favor. — A recepcionista mexeu no computador em sua frente.

— Sophia. — Pensou se usaria o Abrahão ou Borges. — Borges. — Engoliu seco.

Esperou que a mulher em sua frente digitasse o nome na barra de buscas.

— Acesso negado. — Fez uma careta triste à Sophia. — Não consigo ver esse nome na lista de visitantes.

— Ela está comigo! — Escutou uma voz jovial, feminina e que a lembrou de muita coisa.

Quando se virou, viu a imagem de Lidiane em sua frente. Estava muito diferente! Os cabelos curtos e escuros, estava bonita, com curvas espetaculares. Sorriu ao ver Sophia, onde emendaram um abraço apertado, cheio de saudade.

— Quanto tempo! — Sussurrou no ouvido da cunhada.

— Estava com saudade de você também. — Lidiane observou Sophia, sorrindo. — Você está... Linda! — Verificou o ventre da mesma, tocando levemente. — Minha sobrinha está bem? Espero que sim. — Ela já sabia, Beth deveria ter contado.

— Como está o seu irmão?

— Bem, entre aspas. — Soltou um risinho. — Parece que a cirurgia não seguiu como o combinado. O tumor foi tirado mas ele quase não saiu dessa.

O coração de Sophia gelou.

— Como assim?

— Micael estava bem doente, pelo que o médico disse, se esperasse mais um dia, o tumor iria se espalhar e talvez, viraria um câncer. — Lidiane engoliu seco. — Mas vamos agradecer que deu tudo certo. Só a recuperação que será um pouco... Intrigante. — Cerrou os dentes.

— Ele irá ficar na sua mãe?

— Ah, não mesmo. — Fez uma careta. — Ele comprou um apartamento perto da minha mãe, então, acredito que ele vá ficar lá. E ela irá cuidar dele, não sei. O Micael é esquisito!