Capítulo 36

155 10 5
                                    


— O que tá acontecendo, sogro? — Jack se intrometeu, chegando perto de nós. Sophia nem ousou em sair do lugar mas não estava escutando a minha conversa com o seu pai, o que me deixou aliviado.

— Não chamei você pra se intrometer. — Renato respondeu grosso. — E você. — Apontou à mim. — Na minha sala em dez minutos. — Subiu o olhar para Sophia. — E você, pra dentro. Agora! — Me empurrou, pegando Sophia pelo braço e a levando para dentro.

Segui os dois até a mansão.

— Onde já se viu... Uma Abrahão como você usando essas roupas de delinquente. — Jogou Sophia no sofá caro da sala. — Onde você estava? — Renato tremeu na base, espero que tenha algum infarto!

Se Sophia falasse eu estava completamente fodido.

— O senhor sabe onde eu estava, papai. — Estava com medo de encarar Renato, sabia que iria apanhar de qualquer jeito.

— Sei? — Chegou perto de Sophia. — Eu sei? — Espero sua resposta mas não obteve. Ela ficou em silêncio, de cabeça abaixada. Defendia o rosto com as mãos. — Eu liguei na casa da Melanie e nada, nas suas outras amigas e... Nada também! — Irritou mais ainda. — Você acha que eu sou idiota?

Sophia começou a chorar.

— Renato, já chega! Pelo amor de Deus. — A mãe de Sophia entrou no meio, segurando as mãos do babaca de poder. — Ela é adolescente e sabe que errou.

— Então é castigo pra você. — Soltou, ainda irritado. Sua respiração era ofegante, brigar com Sophia o deixava bastante mexido. — Você quebrou a minha linha de confiança, Sophia. E você sabe como eu fico quando quebram a minha linha de confiança!

Renato arrumou a postura de volta, respirou fundo e me encarou.

— Você pode ir embora! — Apontou para Jack que assentiu de uma vez, tendo medo. — E você vem comigo. — Me chamou. Segui o velho até sua sala particular, que ficava em um corredor tenebroso dentro da mansão.

Ele abriu duas portas de vidro temperado que era incapaz de enxergar algo dentro. Avistei sua sala ampla, como um escritório de negócios. Livros antigos em prateleiras, uma mesa grande de madeira, computador de última geração e poltronas de couro que comprariam o meu carro tranquilamente.

— O que você quer comigo? Vai falar que a aposta não vale mais? — Bati de frente de novo, como um moleque irritado. Vi Renato trancar a porta e voltar em seu lugar, sentado na minha frente, atrás da mesa.

— Você me surpreendeu lá fora, garoto. — Cruzou as mãos, me fitando por inteiro. — Bateu de frente, foi... Extremamente claro. — Seu olhar era curioso. — Você tirou a virgindade da minha filha ou só blefou?

— A Sophia não é virgem nem aqui e nem na China. Você que é burro e não soube isso a sua vida inteira! — Soltei um riso debochado, me largando na cadeira confortável de couro.

A face de Renato mudou em segundos, como aconteceu lá fora.

— Como é que é?

— É! Ou você acreditava nessa história pra carneirinho dormir? — Arqueei uma sobrancelha.

— Ele me prometeu. — Sussurrou bem puto.

— Mas acho que alguém passou por cima dos seus limites. — Levantei meus ombros. — E não brigue com ela, eu passei a noite com ela sim!

— Ela traiu o Jack?

Tecnicamente sim?

— Isso é você quem tira a limpo. — Rendi minhas mãos. — Sophia já é grandinha o suficiente pra saber o que quer.

Aposta de Amor Where stories live. Discover now