Capítulo 115

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Horas depois.

Duff sempre ficava animado com qualquer festa que dava em responsabilidade ao seu nome. E hoje ele teria uma convidada mais que especial, afinal, a convidada dele estava bem mais ansiosa que todo mundo na verdade.

Estava no quarto dando uma última olhada no espelho, arrumando minha calça jeans e passando o meu perfume forte. Sophia apareceu, saindo do pequeno closet com um vestido prateado curto, um decote absurdo e as costas nuas. Minha cabeça negou automaticamente.

— Aonde você pensa que vai com esse pedaço de pano? — Fiquei bravo, apontando ao vestido em seu corpo.

Ela estava absurdamente linda e gostosa naquele paninho que custaria o preço do meu carro, mas não ia deixar Sophia desfilar com aquilo na festa de Duff, como um pedaço de carne, exposta.

— Pra festa do Duff? — Riu consigo, sendo óbvia.

— Nem pensar. — Neguei. — Eu não vou deixar você ir assim.

— Você é o meu pai por acaso?

— Não, mas sou o seu namorado. — Cheguei mais perto. — Você tá quase pelada nesse negócio. Eu não sou doido de deixar você ir assim!

— Você tá sendo machista, sabia? — Sophia se encarou no espelho. — Vai ter meninas piores do que eu na festa. E esse vestido ficou lindo em mim! — Com certeza ficou. — Vamos logo, não quero me atrasar.

— É uma festa de colegial, Sophia. Não temos hora pra chegar e você pode ir tirando esse paninho brilhante do corpo. Eu espero! — Me sentei na beirada da cama.

Sophia ficou imóvel em minha frente, batendo os pés com o salto alto da mesma cor do vestido. Largou sua bolsinha de mão no chão, brava.

— Podemos chegar em um acordo? — Ainda batia os pés no chão.

— Não.

— Se você me deixar ir com esse vestido, eu vou te dar a semana inteira quando você chegar do trabalho. — Cruzou os braços, dando sua negociação.

Não parecia tão ruim, mas aquilo me fez soltar uma boa risada.

— A semana toda? — Segurei meu riso.

— É! A semana toda. — Me fuzilou com o seu olhar fatal. Eu queria tanto rir.

— Vai fazer o jantar quando eu chegar?

— Eu não sei cozinhar! — Rebateu, abrindo as duas mãos, incrédula.

— Você que se vire. — Ri leve. — Jantar e sexo ou nada feito! — Ri maléfico à ela que se cansou, revirando os olhos.

— Tá bom. — Sophia fez uma careta impagável, andando até mim e dando sua mão. Apertamos, selando a nossa aposta semanal. Isso seria hilário! — Será que agora podemos ir?

— Vamos logo. — Saímos do quarto.

Vinte minutos depois e estávamos em frente à casa cheia de Duff, com carros estacionados e uma bagunça no quintal. Sophia optou por retirar o salto e colocar um tênis confortável que combinasse com o vestido. Salto alto não era a ocasião do momento.

— Meu Deus! — Ela entreabriu os lábios após assistir as quatro meninas seminuas no quintal, tomando banho de cerveja. — Elas... ELAS... — Sua fala travou.

— Isso ainda não é nada. — Comentei com ela, fazendo Sophia continuar a andar pra dentro da casa.

Desviamos das centenas de bêbados debatendo contra o nosso corpo, até chegarmos na cozinha. Sophia torceu o nariz com o cheiro de maconha, vimos Duff se aproximando.

— EU NÃO ACREDITO. VOCÊ VEIO! — Duff simplesmente beijos os pés de Sophia, fazendo ela se assustar um pouco.

Comecei a rir.

— Ela tava doida pra vir. — Deixei minhas bebidas em cima do balcão.

— Maneira a sua festa, Duff. — Sophia olhou ao redor. — Onde é o banheiro? — Perguntou um pouco mais alto, pela música alta.

— Lá em cima, virando à direita. — Duff explicou. Sophia fez um jóia com o dedo, saindo dali.

Me encarou de volta, batendo em minhas costas.

— Eu juro que não olhei os peitos dela. — Soltou.

— Eu sei que você olhou, vou te matar na segunda feira. — Abri uma cerveja. — Cheers! — Bati minha garrafa com o copo vermelho de Duff, já vazio.

— Aí cara, vamos jogar cerveja pong. — Duff me chamou.

— Não, nada a ver. — Torci o meu nariz. — Eu fico bêbado muito rápido quando jogo cerveja pong.

Eu adorava jogar cerveja pong, mas agora eu tinha que ser responsável. E minha namorada chegaria à tempo de me ver em um estado anormal.

— Falou. Eu vou andar por aí. Tem mais cerveja na geladeira! — Me avisou antes de sair fora.

Deixei as bebidas em cima do balcão e procurei Sophia pelo olhar que ainda não havia chegado. Encontrei Mel vindo em minha direção, confiante e atirada.

Bem atirada!

— Oi Borges. — Me abraçou. Tinha uma blusa transparente com dois esparadrapos em X cobrindo os mamilos. — Sozinho?

— Ele tá acompanhando. — Antes que pudesse responder, Sophia apareceu. Colocou um braço no meu ombro, parando ao meu lado. — E você, Mel? Procurando algum pau pra sentar? — Foi direta e reta.

Essa era a minha namorada!

— Não sabia que você vinha. — Encarou Sophia até os pés. — Tênis? Francamente! Essa sua roupa tá péssima!

— Melhor você que roubou o esparadrapo da sua avó e colocou no peito. Moda 2010? — Sophia riu e eu não pude evitar de rir também. Foi engraçado! Ela estava afiada até demais!

— Tênis com vestido? — Remedou.

— Aposto que você compraria um igual se ainda estivesse andando comigo. — Sophia soltou, fazendo Mel murchar. — Vaza da minha frente, eu não quero estragar a minha noite por causa de você.

— Isso não vai ficar assim! — Ameaçou Sophia antes de sair da nossa frente, fugindo entre as pessoas que lhe esbarrava.

Encarei a minha namorada, cheio de orgulho. Sophia me pediu pra abrir sua cerveja.

— Você não sente nada por isso? — Me referi à Mel.

— Eu deveria sentir? — Bebeu a cerveja. — Hoje eu quero aproveitar e esquecer de todos os meus problemas... — Ia ter trabalho com Sophia. — Vamos dançar! — Me puxou pelas mãos.

— Não tá mais com raiva de mim? — Perguntei, em meio a uma alfinetada.

— Eu deixo a raiva voltar quando chegarmos em casa. Agora vamos! — Sophia ainda me puxava pra sala, onde Duff montou a pista de dança com algumas picapes improvisadas e o som nas alturas.

Eu odiava dançar mas Sophia mudou muita coisa quando começamos a nos conhecer. Ela podia ser tudo mas ainda continuava sendo o amor da minha vida. Podia me deixar louco, bater de frente, ser corajosa... Eu nunca iria mudar a minha mente pra falar ao contrário. Seu poder em mim era surreal!

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