Capítulo 113

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— É. Parece que foi o aquecedor. — O homem com um macacão verde escuro sondou o quadro de energia atrás da porta. Tinha uma lanterna nas mãos.

— Aquecedor? — Estranhei.

— O seu chuveiro puxa muita energia e com isso aqueceu tanto que acabou dando um curto no apartamento. — Explicou. — O prédio tem gerador?

— Eu não faço a mínima ideia. — Posicionei a lanterna perto do meu rosto.

— Aí é com você. — O homem parou de mexer no quadro de energia, o fechando. Puxou sua maleta metálica de novo. — Meu serviço e mão de obra fica por duzentos e cinquenta dólares.

— DUZENTOS E CINQUENTA DÓLARES? — Eu com certeza não tinha esse dinheiro!

— Aceito cheque se esse for o problema.

— Não, não é nada disso. — Me perdi nas palavras, confesso que fiquei assustado com o valor. — Então o senhor pode vir aqui amanhã à tarde? — Levantei meus ombros.

— Posso sim. — Ele abriu a porta. — Nos vemos amanhã, jovem!

— Muito obrigado pela visita. Tenha uma boa noite! — Assenti, educado. O homem passou pelo corredor, sumindo.

Fechei a porta e iluminei o apartamento de volta com a lanterna. Sophia apareceu com outra, tinha uma toalha enrolada no corpo, já seco.

— E aí? Ele não arrumou?

— O serviço dele ficou duzentos e cinquenta dólares. — Andei até o quarto. — Eu não tenho grana pra isso.

— Tem sim! — Sophia veio atrás, me irritando. — Você trabalha agora, esqueceu?

— Eu nem comecei a trabalhar ainda! Não vamos conseguir ficar sem luz e água quente até o dia do meu pagamento. — Vasculhei o closet que tinha algumas coisas de Sophia, ainda em arrumação.

— E como eu vou terminar o meu banho? — Sua pergunta foi... Extremamente covarde e idiota. Estávamos sem luz! Era sério que ela ainda queria tomar banho?

— Você pode terminar o seu banho de água gelada. — Disse simples.

— Nunca!

— Então dorme fedida. — Passei por ela, voltando ao banheiro.

Sophia me seguiu.

— Vou esquentar a água no fogão. — Bufou.

— Só se você peidar um fogão à gás porque o nosso fogão é embutido no gás elétrico. E não tem energia!

— Arrrgh. Que droga, Micael! — Bateu os pés, irritada. — Maldita hora que você foi apertar aquele botão idiota.

— Ah, eu? — Me indignei. — Foi você que ficou apertando feito uma maluca pra tomar banho pelando. Precisava? Claro que não!

— Eu gosto de tomar um banho relaxante.

— Mas não precisa se escaldar também. Chega a ser... Exagerado. — Neguei com a cabeça. — Agora estamos sem luz!

— Graças à você. — Sorriu em deboche.

— Graças à nós dois. — Consertei. Entrei no banheiro que estava um breu. — Você vem? — Chamei Sophia que ficou na porta, segurando a lanterna enquanto me via retirar a bermuda junto da boxer.

Chamei por educação, já que, ela não teria mais opção a não ser tomar um banho extremamente gelado. Uma terapia da hipotermia e gripe! Sophia ficou pensativa, dando dois passos pra dentro do banheiro.

Aposta de Amor Where stories live. Discover now