Capítulo 100

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— As crianças ainda estão acordadas? — Marco passou pela porta, retirou o casaco enquanto Jane lhe acompanhava, tirando seus saltos. Tinha um sorriso no rosto quando Clara correu até ele, subindo em seu colo.

— O tio mima brincou comigo de chá da tarde. — Contou, animada. — E a gente comeu bolo! — Vibrou.

— Quantos pedaços você comeu, Clara? — Jane sondou a filha, verificando a metade da forma ainda intacta.

— O tio mima sabe. — Deu um sorrisão largo.

— O essencial, Jane. — Expliquei, mantendo ela tranquila. — Ela não quis mamar, tudo bem?

— Eu sabia! Conheço a Clara. — Pegou um pote transparente. — Você gostou do bolo? — Cortou o bolo de chocolate em pequenos cubos, guardando no pote em sua frente.

— Uma delícia! — Ficava tímido com a presença dos dois. Ainda mais Jane, que era uma moça bonita.

E Marco à traía, segundo Clara.

— Toma. — Me entregou o pote cheio. — Pra você!

— Oh, obrigado Jane. — Fiquei sem reação.

— Você tem cara de quem gosta de bolo. — Cravou o olhar sobre mim.

Ficamos em silêncio.

— Eu preciso ir. — Protestei.

— Espera. — Ela me segurou pela mão. — Você tem... Namorada? Noiva? — Ficou interessada em saber.

A gostosa estava dando em cima de mim, na maior cara de pau.

— Tenho namorada. — Respondi. — E eu preciso ir.

— Espera aí. — Me segurou, de novo. — Por que não traz ela aqui na sexta feira? Eu e Marco vamos fazer um jantar. Estou de folga do curso! — Soltou, sorrindo tímida, como se aquilo fosse um convite pra transar comigo.

Fiquei um pouco atordoado, queria vomitar. Acho que comi muito bolo!

— Sexta feira? — Ela assentiu. — Não quer que eu cuide de Clara na sexta feira?

— Vamos optar pelo jantar. — Mexeu em seus anéis de ouro. — Você vem? — Ficou esperando um sim.

— É... V-venho. — Quase tremi ao dizer. — Vou trazer a Sophia.

— Perfeito. — Ajuntou as mãos. — Irei caprichar, pode ter certeza disso. — Deu um sorrisinho autêntico, como se ainda estivesse com medo por estar pisando em ovos.

Eu não queria me enfiar naquela família e acabar sendo o padrasto de Clara.

— Micael, você comeu alguma coisa? — Marco entrou na cozinha, colocando a mão esquerda em meu ombro.

— Bolo. — Balancei o pote. — Preciso mesmo ir!

— Te vejo amanhã. — Marco me entregou mais trezentos dólares, dobrados perfeitamente.

— TIO MIMA. — Clara correu até nos, se empoleirando em meu colo. — Faz eu mimir antes de você ir embora. — Pediu.

— Faço. — Beijei sua bochecha. — Vamos lá. — Recebi os bracinhos de Clara, agarrando a minha nuca enquanto sentia o cheiro de shampoo infantil. Subi as escadas com ela e a levei até o seu quarto, com todos os brinquedos do chá da tarde ainda espalhados.

Ajeitei Clara em meio ao edredom fofo.

— Você quer que eu te conte uma história? — Me sentei na beirada da cama, vendo sua prateleira de livros.

Aposta de Amor Where stories live. Discover now