Aposta de Amor

Capítulo 139

Sophia estava em casa, tinha voltado do consultório e feito algumas tarefas domésticas antes de trabalhar. Desfez sua mala, colocou as roupas de Micael na máquina de lavar, as cuecas na secadora e por fim foi atrás de seu MacBook, pronta para finamente trabalhar.

Abriu a tampa do pequeno computador portátil, clicando no ícone de FaceTime. Seus produtores, co-produtores e os engenheiros estavam lhe esperando na chamada compartilhada.

Sophia acenou quando os viu.

— Olá. Boa tarde à todos! — Cumprimentou os três.

— Boa tarde, Sophia. Como foi o retorno pra casa?

— Cansativo. Ainda preciso me acostumar com o horário maluco. — Contou, descontraída. — Vocês estão bem?

— Aparentemente sim. Estamos sentindo falta da nossa querida arquiteta com suas piadas incríveis! — Sophia riu leve.

— Prometo que vou voltar no mês que vem.

— Vamos esperar. — Estavam descontraídos na chamada. — Você disse que precisávamos escolher as cores da sala, sim?

— Eu estava pensando em um branco de início, e naquela segunda sala poderíamos jogar um verde musgo. O que acham? — Sophia estudava muito sobre o seu trabalho. Criar e expandir ideias era com ela.

— Perfeito. E vamos tirar as janelas de vidro?

— Acho que podemos encaixar as janelas de vidro, o que acham também? Elas são... Fofas. — Suspirou e fez uma careta engraçada. Os três riram dela, o que a fez rir também.

— Você é quem manda, Soph.

Sophia sorriu. Continuaram a reunião com duração de duas horas e meia. Estava perto da hora de Micael chegar. As horas voaram, ela pensou.

Ela fechou a tampa do MacBook, horas mais tarde. Levantou-se de onde estava, guardou as cuecas de Micael, colocou o resto das roupas na secadora e foi até à cozinha preparar o jantar.

Camarão ao molho rosé. Seria o menu dos Borges naquela noite.

Estava temperando a salada quando Micael abriu a porta, cansado. Retirou os sapatos junto das meias, fez o mesmo processo de sempre.

— Soph?

— Aqui. — Sorriu ao ver a esposa na cozinha. O cheiro estava delicioso!

— Tudo bem? — Beijou os lábios da mesma.

— Na medida do possível. — Deu atenção ao fogão. — E como foi o trabalho?

— Como assim na medida do possível? — Micael franziu o cenho.

Ela não queria tocar no assunto mas tinha que falar. Micael era o seu marido e ele precisava saber.

— A doutora Kyle disse que eu não posso ter filhos por um problema no útero. — Sophia relaxou os músculos. Foi como contar um assassinato à alguém.

Micael trincou o maxilar.

— Hum. — Ele remexeu os lábios, preso em seus pensamentos. Deixou as latas do shake em cima do balcão. Sophia o encarou.

— Você só vai dizer isso?

— Você queria que eu dissesse o que? — Puxou a cadeira, se sentando. — Já sabíamos que algum problema tinha.

— Então você não quer tentar? É isso?

— Não coloque palavras na minha boca.

— É você quem está afirmando! — Começou a se irritar. — Eu ainda não superei, Micael. E se eu estou dando esse passo junto com você é porque agora eu estou pronta. — Desabafou. — Mas você não faz muita questão.