-Mas no perfil dela do Facebook pode ter mais informações.

-Tom, você é um gênio - Ela sorriu.

-É por isso que eu sou conhecido.

Eles descobriram através da rede social que Mary Christabel tinha uma banca de bijuterias em Camden Town. Pelas fotos que publicou no seu perfil, ela era meio metida a bruxa ou simplesmente gostava de coisas exotéricas. Não havia absolutamente nada ali que Ella usaria. Achou que isso já era um ponto negativo no teste de maternidade.

-Ok, você chega lá, ela vende mesmo bijuterias. O que a gente faz em seguida?

-Não sei.

Silêncio.

-Tom, você jura que não consegue ter nenhuma ideia?

-Não - E acrescentou: - Foi mal.

Ella não se deu por vencida e foi atrás de pessoas mais criativas. Mandou uma mensagem no celular e se levantou:

-Vamos, grandão. Vamos ver se o Tommy tem alguma sugestão.

Tommy sempre tinha mais ideias. Tom era um cara prático, Tommy pertencia ao mundo da lua. O problema é que Tom era pai do Tommy e, em comum, possuíam apenas o nome. Para piorar, Tommy achava um constrangimento sem tamanho que sua melhor amiga namorasse o seu pai, por mais que tentasse ser adulto a respeito. E, ainda assim, terminaram os quatro (pois Louis, mais uma vez, compareceu) sentados a uma mesa do bar, Louis com um vinho caro, Tommy e Ella bebendo Aperol, Tom com uma caneca de cerveja. Ella abriu o bloco de notas do celular e perguntou para a plateia:

-E então? O que preciso investigar?

-Não é melhor contratar um detetive? - Louis, outro homem prático, quis saber.

-É rápido e impessoal – Tom explicou.

-Se ela é loira mesmo ou se pinta o cabelo de loiro – Tommy disse.

-Claro! Filho, você é brilhante! - Ella exclamou, anotando. E, ao ver que Tom a olhava perplexo, ela encolheu os ombros e deu um sorriso tímido. - Piada interna. E o que mais?

-Já sei! Já sei! - Tommy exclamou, empolgado. - Veja com quem ela conversa, porque são pessoas a quem você pode perguntar sobre ela. Descobrir se ela é de Londres, se tem o seu sotaque bizarro...

-Não tenho sotaque bizarro! - Ella protestou. - Tá, não tenho mais.

-Quando eu te conheci, não entendia metade do que você dizia.

-Eu sei, ninguém entendia – Ella revirou os olhos e voltou para as suas anotações. - Cabelo loiro, sotaque, o que mais?

-Eu ia querer saber se ela se casou de novo, teve outros filhos, sei lá - Louis opinou.

-Que puta sacanagem – Tom disse.

-Puta sacanagem do caralho – Ella concordou. - Larga uma família para trás para arrumar outra?

-Não estou dizendo que foi o que aconteceu – Louis se defendeu. - Só que eu ficaria curioso para descobrir.

-Merda, agora estou curiosa também. Será que as fotos na página dela são de filhos dela? Será que eu tenho irmãos?

Ella ficou olhando a lista, tamborilando as unhas sobre a mesa, enquanto os homens ao seu redor davam um gole em suas bebidas.

-Eu tinha que pedir a ela uma prova de que é minha mãe. Documento, uma foto antiga.

-E fica ligada, Ella – Tom falou. - Há uns anos, uma prima da mãe do Eddie apareceu. A mulher era autêntica, mas estava atrás do dinheiro dele. Arrancou uma grana e sumiu de novo.

Quando A Vida Acontece - Vol 3Where stories live. Discover now