A Vilã da História

Ambição

Os dias em meu condado tem se passado da melhor forma possível. Festas, jantares com os empregados, massagens, cuidados de luxo, vestidos soltos e uma ótima vista para apreciar estas terras! Eu viveria aqui até morrer tranquilamente, não preciso de mais.

_ Milady, chegaram cartas de fofoca da capital para a senhorita! _ Alba me entrega, mas a sua expressão já denunciava o conteúdo das cartas.

_ Deixe-me ver. _ Folheio as cartas e leio de forma superficial. _ Deserdada do Ducado Mortimer, agindo com indecência para com os noivos de outras donzelas, completamente inescrupulosa em salões de festas, mal falada entre as nobres da elite e... como é? Traição contra o reino? Eu realmente cometi isso tudo?

Alba me olha desesperada, ela parecia gostar bastante de mim para se importar tanto com o conteúdo dessas cartas. Logo se ajoelha e me diz:

_ Perdoe-me, Milady! Eu não fui capaz de proteger a integridade da senhorita e acabamos por receber tantas cartas que a deixam mal falada entre os nobres. Milady, somente quem te serve sabe que não é verídico o conteúdo dessas cartas. Nós, vassalos, acreditamos em você, Milady! _ Consigo ouvir sua voz trêmula falhando a cada palavra que saía. Ela sentia culpa pelas coisas que estavam acontecendo comigo, mas isso era inevitável.

Caminho até o único trono que estava posto sobre a sala, detalhado de ouro e coberto com almofadas pretas, encostado na grande parede negra daquele salão de festas. Ali, me sento e começo a pensar o quão influente eram os termos de "vilão" e "protagonista" neste mundo. Não importa o que eu fizesse, o meu destino era ser uma vilã e isso Clarisse deixou bem claro. Ah, mas o que fazer quando ser vilã é mais interessante?

_ Traga-me mais vinho. _ Estendo minha mão, que segurava uma taça vazia, para que Alba encha novamente. _ Aliás, alguma notícia boa?

_ Oh, Milady! Não viu a última carta? _ Alba me pergunta enquanto enche a minha taça. Rapidamente, folheio novamente as cartas até encontrar uma lacrada com o símbolo da família Lancaster. Ah, meu Deus! Seria Anna?

Leio aquela doce carta e me sinto feliz por ter alguém que se importava tanto comigo na capital. Anna mencionava a saudade que tinha de mim e o quanto se sentia solitária em sua casa, já que se recusou a fazer amizades com aquelas condessas e outras nobres que só sabem menosprezar os outros. Além disso, ao que parece, ela tinha rompido o noivado com o Luís lewis e estava bastante feliz pela sua escolha. Como ela foi tão corajosa assim para romper este noivado? Ou melhor, que pais maravilhosos ela tem para apoiar em todas as suas decisões. Espero que ela seja muito feliz!

_ Perdendo seu tempo lendo cartas da capital, minha noiva? _ Yan aparece pelas portas da mansão. Estava suado e com sua espada na mão. Eu realmente não entendo o quanto Yan era animado para treinar todas as manhãs, mas espero que continue assim, seu corpo era divino e apreciar àquela visão logo pela manhã não era uma má ideia.

_ Poderiam ser cartas de felicitações pelo meu casamento, mas até agora você não quis se casar comigo. _ Eu digo e ele trava por um instante. Adorava provocá-lo dessa forma, mas algo em mim dizia que ele ainda tinha seus receios para se casar comigo. Ele era um verdadeiro mistério.Yan sobe as escadas que davam ao meu trono e se ajoelha sobre meus pés, como um cavalheiro. Tira o meu salto, acariciando os meus pés, e analisa o vestido carmesim que usava.