Destino

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- Vanessa! De novo roubando as propostas dos outros? Você não tem criatividade e nem decência para se sujeitar a isso? Não sei como o patrão ainda te mantém nessa empresa! _ Marcos termina suas duras palavras comigo.

Acabo de levar uma enorme bronca do meu supervisor de trabalho. Pelo visto, serei despedida em breve até que os rumores cheguem ao gerente. Mas, o que eu posso fazer? Se eu falar qualquer coisa ninguém me ouvirá, ninguém se importará... É sempre assim!

Eu trabalho em uma empresa de Marketing, então sempre nos reunimos em equipes para elaborarmos propostas de novas estratégias de marketing. Sempre fui muito esforçada, mas nunca reconhecida. Criei uma proposta inovadora que abrangerá novos cuidados com a marketing digital, porém algumas mulheres que trabalham comigo viram minha proposta e roubaram minha ideia antes que eu pudesse entregá-la. Na verdade, elas sempre fazem isso comigo, sempre roubam minhas ideias e não me dão crédito nenhum disso, o que fazem todos acharem que sou apenas um peso morto na empresa.

Em toda minha vida sempre fui esforçada: desde a época da escola em que tirava as melhores notas, deixando de lado qualquer diversão para buscar apenas o meu sucesso profissional, até a faculdade, a qual me esforcei tanto para concluir com as melhores notas possíveis. Sou formada no curso de Marketing, me interessei tanto por essa área que dei o meu melhor para entrar nessa empresa. Pra quê? Pra que todo esse meu esforço? 

Eu não quero continuar assim! Decido me levantar e ir até o escritório do meu patrão. Peço para chamarem ele e aguardo no lado de fora. Assim que ele me permite entrar na sala, eu tomo toda coragem que estava guardando para falar, mas sou interrompida:

- Está despedida! _ Suas palavras frias ecoavam na sala fechada e soaram um tanto quanto assustadoras.

- Mas... por quê? _ Foi tudo o que eu soube falar.

- Uma mulher como você não é necessária em nossa empresa. Está despedida por improdutividade! _ Ele dá fim ao assunto.

Eu não conseguia dizer mais nada, estava tomada pelo pânico e tristeza. Tentava engolir toda a minha vontade de lacrimejar e gritar por desespero, mas em vão, minhas lágrimas saíram mesmo assim. O que eu vou fazer agora que fui mandada embora pelo lugar o qual me esforcei tanto para ingressar?

Saio de lá derramando lágrimas sem cessar, mas ninguém foi capaz de olhar para mim, muito menos de me perguntar se eu estou bem. 

Decido ligar para o meu único porto seguro: meu namorado! Mas ele não atendia as minhas ligações, bom, de fato esse ainda é o meu horário de trabalho, então talvez ele não esteja acostumado as minhas ligações nessa hora da tarde. Opto então a chegar em sua casa de surpresa. Por que não? Eu preciso dele mais que tudo por agora!

Entro na casa dele com a cópia da chave que fiz, mas me deparo com a pior visão que poderia ter no dia de hoje!

- Por que você e... Clara? _ Tento identificar o ocorrido, querendo que haja uma desculpa mais apropriada para esses dois estarem juntos justo no meu horário de trabalho.

- Droga! Vanessa? Por que já está aqui? _ Diego fala. Eu não consigo acreditar que nem uma desculpa descente ele foi capaz de dar! Por que ninguém tem consideração por mim?

- Essa idiota foi despedida? _ Clara pergunta a Diego, ignorando completamente a minha existência na frente deles. _ Era de se esperar, todo mundo fala mal dela lá na empresa. 

Saio de lá correndo, afinal, sou uma perdedora para tentar bater de frente com eles. Mas tudo está acontecendo tão repentinamente, ninguém tem consideração por mim? Pelos sentimentos de outra pessoa?

Tento me acalmar em casa depois de um tempo. Mas, sinceramente, a única coisa que quero, no momento, é sumir.

Saio de casa para comprar um miojo em uma mercearia que ficava ao lado. Ao entrar lá, algo inesperado acontece: um assalto! Como posso ser tão azarada em um dia só? Um homem, que segurava uma pistola, aponta para mim.

A Vilã da HistóriaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora