A Vilã da História

Uma Escolha

_ O que eu fui fazer no castelo? _ Eu digo descontente. Espera! Descontente? Não, não. Eu não estava!

_ Por que ficou horas no castelo conversando com o príncipe sem apoio?

_ Você pode primeiro... sair de cima de mim? _ Me senti um pouco tensa com a situação em que estávamos.

_ Tem razão. Eu deveria. _ Ele diz, agora sério, e sai de cima de mim, sentando ao meu lado. _ Por que estava lá e por que eu deveria confiar em você?

_ Você não vê? As condessas espalham rumores sobre mim, os nobres não me estimam como deveria, já que sou filha de um duque, a rainha passou a me odiar por causa dos rumores, a Clarisse faz de tudo para que eu fique mal falada, não importa o que eu diga. Todos acreditam nessas merdas de rumores e minha reputação só piora, até mesmo o Príncipe Lucas deixou de acreditar em mim, sem contar o meu pai, que me odeia por isso. Sabe o que eu estou virando? Ou melhor, sabe o que eu sempre fui? Uma vilã! É assim que todos me veem, não importa o que eu faça, isso nunca vai mudar. _ Eu falo para ele, deixando que minhas emoções saiam de dentro de mim, mostrando toda a angústia acumulada.

Yan apenas me olha sério, ele não parecia querer me caçoar ou duvidar do que eu disse. Na verdade, Yan nunca pareceu duvidar de mim.

_ Qual é o problema de ser a vilã da história?

_ Hã? O que você disse? _ Eu não tinha entendido a sua conclusão.

_ Eu quero dizer que sua reputação é medida pelo que as pessoas acham e pensam de você. A sua reputação não é você quem cria, são os outros. É claro que tem aqueles que fazem de tudo para serem vistos como bons moços, mas... _ Ele olha para cima e solta um sorriso lindo de se ver _ sabe como me chamam?

_ Um monstro lunático. _ Era assim que o livro e todos o tratavam, já que ele nunca se importou com sua noiva e sempre era caçado pelos assassinos.

_ Meu tio iniciou esses rumores sobre mim para que os outros me vejam com maus olhos e a minha morte não seja tão ruim assim. Mas, por que eu sou o monstro se é ele quem tenta me assassinar? _ Ele olhava para a janela, mantinha seu sorriso mas eu via sua dor.

_ É o que eles querem que você seja. É o que esse mundo quer que sejamos?

_ Portanto, qual é o problema? Eles nos querem como vilãos, então por que não mostramos a eles muito mais do que somos?

_ E irão espalhar muito mais rumores sobre a gente? Isso é...

_ Só que dessa vez... _ Ele passa a mão sobre meu rosto e aperta meu queixo, me aproximando mais do seu._ dessa vez serão todos verdadeiros.

Ele me dá um meio sorriso, que exibe seus lábios bastante convidativos. Eu o olho e me sinto atraída por esse poço de tentação inconsequente e profundamente perigoso. No entanto, ele estava ao meu lado, isso me deixou feliz.

_ Então vamos ser. Vamos ser pior do que eles querem! _ Sorrio para ele. Se eu não estivesse em plena consciência já teria o beijado, mas eu sabia que não deveria. Não ainda, ele não estava nos meus planos.