Apenas uma empregada

Casa de campo

Acordo com um peso em meu corpo. Diego só não se deitou em cima de mim porque não tem jeito.

_Amor, amor..desse jeito você vai me sufocar.

_Tá tão macio amor, só mais um pouquinho.

_Mas você ta me esmagando amor. E temos que ir almoçar pra gente ir.

Ele me aperta mais fazendo gracinha, me da um beijo e então me solta. Me levanto, e vou direto pro quarto da Ana, e já vejo sua cama arrumada e ela estava vendo tv.

-Bom dia, acordou a muito tempo princesa? - vou ate ela e dou um beijo em sua bochecha

_Não tia Natália, tem só um pouquinho de tempo. Agora que liguei a tv.

_ Tá bom entao, tem uma bolsa ali no guarda roupa, você coloca as roupas que compramos la, vamos ficar fora uns dias, e vamos precisar dela. 

_ Todas tia Natália?

_Somente o vestido de ontem que não vamos precisar lá. - ela da um sorriso e vai arrumar as coisas.

Volto pro quarto e escuto o barulho do chuveiro. Paro na porta e vejo Diego tomando banho. Esse homem era o homem. Era gostoso, lindo, carinhoso, só de pensar que ficamos tantos anos separados, mas serviu pra aumentar nosso amor.

_Hei limpa essa babinha aí. - ele rindo fala me tirando do meu transe

_Haa sai fora ouw. Só vim pegar algumas coisas pra levar pra casa de campo. Já arrumei minhas coisas, e acho que Aninha tbm estamos te esperando lá embaixo.

Saio rindo. Eu sou muito boba com esse homem mesmo. Chamo Ana Júlia e vamos colocar as bolsas no carro, e logo Diego se junta a nós e vamos pra casa de nossos pais. Almoçamos e dividimos quem vai com quem. Mila veio com a gente no carro. A viagem não era longa, 1 hora mais ou menos, então fomos conversando. Aninha era a mais curiosa. Perguntou o que a gente fazia, se Mila namorava, se eu e Diego eramos casados, falamos que não, mas que não ia demorar, perguntava sobre os lugares que a gente passava, ela falou a viagem toda.Eu estava ansiosa pra chegar também, muitas vezes imaginei eu e Diego na casa de campo. Quando chegamos fico impressionada, era um lugar lindo, trazia uma paz. A casa era toda em madeira, um gramado lindo, e olhando mais pra baixo um lago enorme. Era maravilhosa.

Descemos e somos recepcionados por 2 labradores lindos querendo brincar, Aninha ficou doida, e já saiu correndo com eles.

_E aí gostou? Eu imaginei tantas vezes a gente aqui.

_É linda amor. Não imaginei que era tão linda assim. Pois agora estamos aqui vamos aproveitar.

Entramos nos instalamos. E os dias foram de descanço. Piscina, conversas e mais conversas, fomos a uma cachoeira linda, pescasmos, fizemos piquenique, foram dias maravilhosos. 

Tomamos banho, e vejo Aninha sentada brincando com um dos cachorros. Vou até ela e me sento.

_O que a mocinha faz aqui sozinha?

_Só estou brincando com ele Tia Natalia. 

_Posso te perguntar uma coisa Ana - ela assente que sim passando a mao no cachorro- você conversa muito bem, tem uma educação fora do comum, quem te ensinou sendo que você é tão nova?

Ela não me olha e responde

- Minha mãe. - ela suspira- eu sei tia Natália que ela mexia com coisa errada, mas ela dizia que eu tinha que estudar, e me comportar, pra não ser igual ela. - ela continua passando a mão no cachorro

-Ela te machucava princesa?

-Não, ela nunca me machucou - ela fala rápido - ela se trancava no quarto quando vinha da rua, e só saia depois de muito tempo, no começo eu ficava chamando ela, e ela gritava pra deixar ela lá, depois fui deixando, ai quando ela saia ia tomar banho, e me pedia desculpa, muitas vezes me fez prometer não ser igual ela. - ela não me olha em momento algum mas sinto um alivio da mae dela nunca ter encostado um dedo nela

-Ela deve que era muito bonita, se você puxou ela, ela era linda. - vejo ela sorri

-Não era não tia, ela não tinha mais os dentes, um dia perguntei porque, e ela falou que era porque ela usava drogas, e me fez prometer nunca chegar perto - meu coração se apertava cada vez mais, a mãe dela a amava - e ela era muito magra. muito mesmo.

-Voce aprendeu a conversar tão bem assim com ela?

_Também, mas eu gosto muito de ler, pedi ela um livro, ela falou que não tinha dinheiro mas ia ver o que conseguia. Ela chegou um dia e se trancou no quarto, mas vi que deixou um livro em cima da mesa se chamava Manual da Etiqueta, e foi la que aprende como conversar, como comprimentar, parei na parte de como se portar a mesa quando a encontrei caída no banheiro, depois disso, a policia ja me levou pra um lugar, e depois fui pro orfanato, e não peguei o livro no dia.

- Se você quiser nós podemos procurar sua mãe, ajudar ela o que acha? - ela me olha na hora, ia me doer, mas ela tinha mãe, e por mais que a mãe dela fosse usuária, ela amava a filha, nunca a fez mal

_Não por favor tia Natália, não vai atras dela não. - eu a olho sem saber o porque da reação dela

-Mas você não disse que ela não te machucava. - ela volta a olhar pro cachorro e assente que sim - então princesa o porque que não quer ir atras dela?

_Porque ai eu não vou poder mais ver você, e eu não quero ficar sem te ver, sem ver o tio Diego. Eu sei que vim pra ficar 15 dias com vocês a Irma me explicou, amanha voltamos pra sua casa, e depois volto pro orfanato. Mas se a gente for atras dela, no final do ano não vou poder passar o Natal com vocês de novo, e eu vou ta contando os dias pra chegar o Natal. - ela me olha e pela primeira vez vejo que ela chora, e nunca que vou deixar ela ate o Natal, quero ela comigo o mais rápido possível.

_Ooo minha princesa, não chora. Olha pra mim - ela me olha - eu não vou atras dela, te prometo, mas você vai me prometer uma coisa, quando você voltar pro orfanato, você não vai chorar nem um dia. Quando for chorar vai lembrar de tudo que a gente fez e vai sorrir.

-Mas aí eu vou chorar mais, porque vou ficar com saudade de você. - ai meu paizinho me ajuda nao posso chorar na frente dela

- Ana a tia te promete que daqui uns dias volto pra te buscar. Eu te prometo, mas me promete que vai fazer o possível pra não chorar, promete? 

-Prometo - ela da um sorriso mais lindo

-Vamos entrar e deitar. Amanha saimos cedo.

Coloco ela em seu quarto, dou boa noite e não tenho sono com tudo que Ana Júlia me contou. Vou pra area da piscina e fico lá.

-Amor, o que foi que ta aqui sozinha? Diego chega e me abraça

-Pensando amor

-E chorando? - ele vira meu rosto pra ele - o que foi amor?

-Eu não posso deixar ela lá nem mais um dia amor, não consigo nem pensar que depois de amanha temos que deixar ela lá.. conversei um pouquinho com ela amor, a mãe dela nunca a machucou,pelo contrario, incentivava ela a estudar, e quando eu falei de ir atras dela, ela falou que não, e sabe porque amor - ele balança a cabeça dizendo não- porque se achasse ela, ela ia voltar pra lá, e não ia passar o final de ano com a gente amor. Ela já esta esperando por nós no final de ano amor.

-Oo meu amor, isso quer dizer que você já se decidiu? - ele me olha

-Já tinha me decidido, hoje só tive certeza, ela já é minha filha,nossa filha desde o dia que vi ela a primeira vez.- não consigo segurar minhas lágrimas

- Sim nossa filha. -ele me abraça e me beija e ficamos ali nos curtindo ate o sono chegar e irmos deitar.