A oportunidade

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Nessa confusão da minha vida, já se passaram dois dias. Nesses dois dias, não consegui nada, só gastei dinheiro. Não achei que seria tão difícil, e olha que não tenho medo de serviço não, não sou preguiçosa, e não estou em condições de escolher nada. Mas ninguém quer me dar oportunidade para nada. Já se foi metade do dinheiro que eu tinha, já estou começando a desesperar.

Passei pela igreja na parte da manhã,sentei no ultimo banco, e por coincidência, as mesmas senhoras se sentam ao meu lado, sorrimos uma pras outras, e damos atenção ao que o padre fala.

Terminando a missa,vou comprimenta-las.

-Bom dia senhora Ana, bom dia senhora Maria, senhor Jorge.

- Você tem boa memória Natalia. - disse dona Ana

- A senhora também dona Ana.

- Está melhor hoje? - dona Maria me pergunta.

- Ainda não, mas vou ficar - sei que elas perceberam meu semblante triste - não sendo indelicada de novo, vocês por acaso, não conhecem ninguém que está precisando de algum serviço não? Eu lavo, passo, cozinho, costuro, tenho medo de serviço não. - sorri pra elas.

Na mesma hora uma olhou pra outra, e um sorriso abriu no rosto das duas.

- Eu preciso. - Dona Ana respondeu

- Meu Deus, mentira? To acreditando não - e sorri

- Hoje mesmo pela manhã, falei com Ana, que preciso de alguém para me ajudar na casa, já estou ficando velha e a casa é enorme. - Dona Maria me explica

- Olha eu lavo, passo, sei cozinhar algumas coisas também, vou te dar o telefone do orfanato de onde eu vim, você pode ligar e conversar com qualquer Irmã que elas vão falar de mim.

Nesse momento,o rosto dos três ficaram com a aparência de surpresos, e daí vi que fiz merda, eles vão pensar que não sei fazer nada,ou não sou de boa índole, afinal não fui adotada. Mas não vou mentir, não preciso mentir sobre meu passado.

- Desculpa, eu devia ter ido devagar com as revelações da minha vida - sorri sem graça

- Não tem que pedir desculpa, isso quer dizer que você não tem vergonha da sua trajetória até aqui- Dona Ana me olha com olhar fraterno.

- Não tenho mesmo, se sou o que sou, devo a elas. - sorri sincera pra elas.

-Bom, vamos então, chegando lá em casa, te explico sobre o serviço. - dona Maria pega minha mão e meio que sai andando e me puxando.

Apenas uma empregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora