De novo?

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Me lembro do beijo e dou um sorriso. Me levanto com uma puta dor de cabeça, calço meus chinelos pego a chave do carro e vou até a casa de meus pais.

Entro pela cozinha, e vejo Maria em pé próxima a pia.
Chego e a abraço por trás.

- Aí menina, que susto.

_ Desculpa meu amorzinho, estava com saudades. - dou um cheiro nos seus cabelos e me sento a mesa.

- Que cara é esssa? Ressaca menina Natália.

- Hanran- falo rindo sem graça

Ela vai até o armário pega dois comprimidos e me dá com água. É por isso que eu amo essa casa.

- Melhor você ter muitos desses, a casa toda tá de ressaca- Peter fala chegando na cozinha- que ideia a gente beber daquele jeito em plena quarta- feira, e eu tenho audiência hoje a tarde.

- Boa sorte pra você, tenho que ir a empresa mas nada importante.

- Vou passar um café forte pra vocês. Vou até fazer a mais. - Maria fala indo até o fogão

- Meus pais estão lá em cima? - pergunto pra Maria

Ela vira com um sorriso enorme no rosto, ai entendi que chamei eles de meus pais.

- Sim menina, SEUS PAIS estão lá em cima.

Saio sorrindo, e subo as escadas em direção ao quarto deles. Bato na porta e escuto um entre.

- Oi, vim ver vocês.

- Minha filha que saudade, nem parece que mora aqui do lado. - minha mãe vem e me abraça

- Mãe ando tão cheia de coisa, mas to sempre aqui, só tem dois dias que não venho.

Vejo ela ficar emocionada. Seus olhos enchem d'agua. Eu a chamei de mãe pela primeira vez. Pra mim foi tão automático, ja me sentia filha deles só nao sabia disso.

- você me chamou de...

- Mãe -a corto- minha mãe, uai, minha mãe mais linda. - a abraço, e ela sorri

- A minha filha, como amei escutar isso.

- O que esta acontecendo aqui? - meu pai sai do banheiro, vindo até a gente

- bom dia pai, vim ver vocês, estava com saudades.

- você me chamou de..- ele fala emocionado

- Pai, meu deus vocês estão muito emocionados hoje, esse é o motivo dela estar emocionada também. Agora se vocês preferirem não chamo vocês assim. As vezes vocês não sintam confortáveis.

- Não- eles me cortam

- Nao existe felicidade maior que escutar você chamando a gente de pai e mãe. - meu pai vem e me abraça.

Ficamos ali conversando, a gente se entendia muito bem, se deixasse conversavamos por horas.
Saio do quarto junto com minha mãe, e vejo Júlia saindo do quarto de Diego, somente com a blusa dele. Nessa hora meu coração gela. Não de novo não? E o nosso jantar? E o nosso beijo de ontem?
Ela passa por nós e abraça dona Ana.

- Desculpa a roupa, é que cheguei tarde junto com os meninos, e foi a unica coisa lembrei de vestir, se é que me entendem - ela fala sorrindo

- Não tem problema Julia, Diego já levantou? - minha mãe pergunta

- Não sai devagar pra nao acordar ele.

Nessa hora já não sinto mais nada, nem me lembrava da maldita ressaca só queria sair dali.

- Mãe se não se importa vou descendo, fiquei de pegar um negócio com Peter. Até mais Júlia. - desço as escadas e passo pela cozinha.

- Menina o café está pronto. - Maria fala

- Maria fica pra depois, bom dia Monique, já vou indo - comprimento rapido Monique, e ela e Maria ficam sem entender nada.

Saio da casa e entro no carro. Preciso sair dali, preciso respirar. Ele dormiu com ela. Ele me beijou de madrugada e dormiu com ela. Dirijo até minha cada e vou pro quarto.
Choro, grito. De novo não. Dessa vez não, nao ia me afundar de novo por causa dele.
Não podia me afundar naquele buraco que ele me deixou anos atrás. Então tomo uma decisão. Preciso esquecer ele, preciso me afastar novamente, e tirar ele do meu coração.

Apenas uma empregadaWhere stories live. Discover now