Apenas uma empregada

Meu anjo

Um mês depois

Hoje levo os documentos pra minha matrícula na faculdade. E não me aguento de felicidade.
Na última semana, fiz minha prova de habilitação, senhor José foi comigo. Quando entreguei pra ele o papel dizendo que eu estava habilitada, vi ali no olhinho dele uma lágrima. querendo cair. Logo ele me abraçou e falou que sabia que ia conseguir.
Estou devidamente habilitada.

Nessa última semana, senti uma tontura pela manhã, e outro dia depois do almoço, vomitei. Eu sabia o que poderia ser. Mas nao queria acreditar. Mas não posso fugir do meu destino. Decido que depois que sair da faculdade vou passar em alguma laboratório e fazer o exame.

Chego na faculdade e não acredito. Ali era lindo. Igual essas faculdades que passa em novelas. Nem acredito que estou aqui. Chegando na secretaria, fico na fila esperando minha vez. Na minha frente uma moça, bem bonita por sinal. Ela deixa um papel cair, me abaixo e entrego pra ela.

- Ha obrigada. Nem vi caindo.

- Por nada.

- vai fazer matrícula pra que curso? - ela me pergunta

- Direito e você?

- Então vamos ser da mesma turma, também vou fazer Direito. Prazer Manuella.

Lembro do nome, era ela que tinha ficado em primeiro na lista.

-Prazer Natália.

- você é a que ficou em segundo? - eu balanço a cabeça concordando e dando um sorriso. - Acho que já tenho minha dupla aqui. - ela sorri

- Pode ter certeza que sim, não vai ter pra ninguém.

Rimos juntas. E ficamos ali conversando, contei um pouco de como cheguei ali, com o acontecido com o Diego, aprendi que não deveria contar tudo da minha vida. E ela também me contou algumas coisas dela. Não trabalhava mas queria, nao era rica, e era criada pela avó desde pequena. Fizemos nossas matrículas, trocamos os números de telefone e seguimos nossos caminhos.

Como ja tinha decidido, fui até um laboratório, cheguei morrendo de vergonha e pedi um exame Beta HCG. A moça faz minha ficha, e com pouco já me chamam pra colher o sangue.

-Bom dia mocinha. Quanto tempo de atraso?

- Bom dia. Uma semana, mas transei sem prevenção a um pouco mais de um mês.

- Sintomas? - moça me pergunta, já tirando o sangue

- Sim,, tontura e enjoo.

- Daqui 20 minutos fica pronto.

Me levanto e saio. Prefiro ficar ali mesmo. Acabar logo com isso. Foram os 20 minutos mais longos que esperei.
Tinha falado com a moça que ia ficar ali na recepção esperando, entao assim que saiu o resultado ela me chamou e entregou um envelope. Agradeci, sentei e abri.

POSITIVO

Não podia ser. Não agora. Coloquei a mão na minha barriga e já senti o amor por aquele serzinho. Mas esse não era o momento. Saio do laboratório, com um monte de pensamentos, como ia fazer, como ia contar, minha faculdade. Vejo uma padaria do outro lado da rua e resolvo ir lá comer alguma coisa. Quando sinto uma pancada e não vejo mais nada. Só lembro do meu bebê. Só queria pedir que salvasse meu bebê.

Sinto uma claridade ao tentar abrir meus olhos. E vejo que estou em um hospital. Abro devagar, olho pro lado e vejo dona Maria, sentada no sofá. Ela me olha e vem devagar ao meu encontro. Lembro do que aconteceu, tava tão atordoada, que não olhei ao atravessar a rua. E então me lembro do meu bebê. Coloco a mão em minha barriga. Queria perguntar mas não sabia se ela tinha descobrido.