Viagem

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Me levanto e acabo de arrumar minhas coisas. Estariam todos na mansão pra se despedir. Eu nesse momento não sabia se iria, eu não sabia como seria encontrar ele depois da nossa conversa, eu só tinha uma certeza, o que a gente viveu foi verdadeiro, nós nos amamos.

Pego minhas malas entro no carro e vou pra mansão. Nao teria como fugir.
Entro e estão todos na sala, inclusive ele. Antes de qualquer coisa precisava conversar com meus pais. E os chamo até o escritório.

- O que foi filha? - minha mãe pergunta

- Hoje de madrugada eu e Diego colocamos tudo em prato limpos. E ele me falou pai de uma conversa que escutou no dia do baile, o primeiro baile que eu estive aqui, uma conversa sua e do Fabio, seu amigo advogado, você consegue se lembrar dessa conversa? - olho pra ele com esperança dele lembrar, e eu não me enganar novamente com Diego.

- Nossa filha, faz tantos anos. - meu sorriso morre- mas eu me lembro de conversar com Fábio, sobre ele querer te apresentar o filho dele, o Bruno.

- Lembra de mais alguma coisa pai, por favor tenta lembrar. - eu me ajoelho ficando proximo a ele que estava sentado

- Lembro da conversa minha filha, ele me perguntou sobre você, que você daria uma ótima esposa pro filho dele, que ele tinha conversado com a esposa, que casamento era a unica solução pro Bruno tomar juízo,eu falei que você trabalhava aqui em casa, e ele se surpreendeu falando que era uma pena, que não teria como te apresentar como nora, sendo que você era apenas uma empregada, nessa hora fiquei com ódio, e quem não ia deixar o Bruno se aproximar de você era eu, e concordei com ele entrando no jogo dele falando que realmente não teria como ele apresenta pra sociedade uma nora que era empregada. E graças a Deus deu certo, ele nunca mais tocou no seu nome, nunca que ia deixar você fazer parte daquela família. - nessa hora eu sorri, de alívio, de saber que ele do jeito dele me defendeu, que ele não me achava só a empregada da casa.

- Mas o que tem essa conversa minha filha? - minha mãe pergunta.

- Diego escutou essa conversa e agiu por si só. Achou que se ele assumisse nós dois, vocês iriam me destratar, me mandar embora, e mais um monte de coisa que a mente dele criou.

Eles se olham entre si.

- Eu não acredito filha, eu fui te defender, e essa conversa foi a causa de todo sofrimento que vocês passaram. - meu pai fala com o olhar baixo

- Pai nao fica assim, eu estou extremamente feliz de verdade, por saber que o senhor me defendeu, e por escutar o lado dele. O que aconteceu foi que tivemos vários desencontros. Doloridos mas enfim, se estamos aqui é porque tinha que ser.
Eu nao posso adiar minha ida, e vai ser bom também, acalmar um pouco o coração, e o que tiver que ser será.
Vamos tomar café?

Eles levantam me abraçam e saímos. O pessoal já estava na mesa tomando café. Conversamos, rimos, inclusive Diego, foi bom termos a conversa de ontem, combinamos do pessoal ir pra lá no próximo feriado, daqui a dois meses. Me despeço de todos. Diego fica por último.

- Boa sorte e se cuida. - ele me abraça

- Você também se cuida, não te agradeci por ontem, mas obrigada. - dou um sorriso e ele também abre um sorriso. Porque ser tão lindo meu Deus.

Saio dali antes que eu me arrependa de qualquer coisa. Ainda não sabia o que fazer quanto a nós dois. Só sinto que meu coração já não tem mais aquela dor.

Passo no apartamento de Tiago. Pego ele e vamos pra Santos. No caminho conto a ele tudo, que no final ficou com dó de Diego, e até chorou. E falou que foi sacanagem eu deixar Diego pensando que eu estava tendo um caso com ele. Mas eu não afirmei nada. Só não neguei também. Ele merece sofrer mais um pouquinho.

Chegamos a Santos a tarde. E ficamos em um flat até a gente achar um apartamento pra alugar, como seria 6 meses preferimos assim.

Dois meses depois

As semanas aqui estão voando. Todos os casos de cidades pequenas vem para Santos. Entao eu estava trabalhando muito, muito mesmo.
Sempre mantinha contato com todos, e estava sempre por dentro de tudo que acontecia na empresa, sendo uma das diretoras, sempre tinha que assinar alguma coisa e scanear mandando de volta. Diego foi pra Hong Kong a uma semana, estavamos abrindo um escritório lá, e ele se dispôs a ir pra lá tomar conta até as coisas se ajeitarem.
No fundo tinha uma esperança dele vir com pessoal no feriado aqui pra casa. Cada vez que eu lembrava da nossa conversa, mas eu esquecia de tudo que sofri, e mais eu amava ele. Mas ele estava a trabalho, como eu também estava aqui em Santos.

Foi um final de semana maravilhoso. Vieram todos, meus pais, Maria, José, minha irmã que a muito tempo nao via, virou um mulherão, meu amigos. Matei um pouco da saudade. E agora quando eu fosse vê-los seria em dezembro. Aí já ficaria de vez novamente em São Paulo.

Por um email fico sabendo que Diego estava com Júlia. Não sei se estão juntos. Mas eles estavam lá, juntos, sozinhos na mesma cidade, e aquilo me deu uma dor. Mas a culpada dessa vez foi eu. Eu que não resolvi nossa situação. Só agradeci ele no outro dia. Agradeceu porque burra. Se eles ficarem juntos é porque tinha que ser.

Aqui em Santos eu peguei experiência que nunca ia imaginar. Fiz muito bem em ter aceitado vir pra cá. Vi casos que achei que nunca veria. Tiago vai ficar mais uns meses.
Mas agora está na hora de voltar.
Voltar pra minha casa, pra minha família, pra empresa, pra minha vida. E com muita esperança de voltar pro meu amor. E só de pensar nele meu coração parece que vai soltar pela boca. Eu não via a hora de ver Diego. Eu só tive mais certeza do meu amor por ele.
Sei que ele sai de Hong Kong na quinta. Hoje era terça, e saio daqui depois do almoço. Sei que tenho quarta e quinta pra pensar em alguma coisa.
Me despeço de Tiago, e entro no meu carro.
Obrigada pela experiência Santos, mas só volto aqui agora a passeio.

Apenas uma empregadaWhere stories live. Discover now