Combinado

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Acordei com sono, mal dormi e já acordei. E ainda não acredito no que aconteceu. Não só pelo beijo, mas pela conversa também. Ele era encantador, sabia conversar, e assim foi fluindo uma conversa muito agradecido. Levanto tomo meu banho, visto o uniforme, prendo meu coque, não uso maquiagem nos dias normais, então já estava pronta.
Vou até a cozinha, dou um beijo de bom dia no alto da cabeça do senhor José, e um beijo de bom dia em dona Maria e falando bom dia aos dois.
Vejo Peter sentado a mesa da cozinha, e me lembro dele ontem, deve ta com uma dor de cabeça terrível, porque pelo que Diego falou ele bebeu bastante ontem. Dou bom dia a ele também, e me sento pra tomar café.

- Se Mila tivesse aqui ela morreria de ciúme de ver você assim com papai e mamãe. -ele fala mais vejo no rosto que está brincando.
Desde o dia que chegou, nao conversamos muito, mas ele é sempre sorridente, e hora ou outra quando estou perto da sua mãe brinca, falando que eles perderam o lugar nessa casa.

- eu sei dividir muito bem Peter, e não posso fazer nada se vocês não estão aqui pra aproveitar os dois, então faço isso por vocês. - eu falo pra ele sorrindo

- você e Mila vão se dar bem, o jeito de vocês duas são igualzinho, falando nisso to com saudade daquela peste.

- sua mãe já me mostrou foto dela, ela é linda.

Nesse momento Diego entra na cozinha, com a cara toda amassada. Abraça dona Ana, o senhor José, da um tapa na cabeça de Peter, senta na mesa, e me da um bom dia com um sorriso.

- Bom dia Diego - dou um sorriso também- dona Maria a senhora sabe se está marcando chuva pra hoje, aliás um temporal? - todos me olham sem entender.

-Nao menina Natália, pelo contrário tá falando que vai ter sol, mas acho que vai mudar e deve até nevar. - senhor José me responde já entendendo o que eu tava dizendo

- vou me preparar então. -falo pra ele

- vocês dois estão ficando doido isso sim, a Natália tá fazendo bem pra cabeça do pai não mãe.

- Doidos Peter? Estamos nos preparando, porquê depois de vocês dois levantarem antes das 7:00 da manhã, numa quinta feira, depois de terem saído ontem a noite,e tenho certeza que aproveitaram, temos que nos preparar pra nevasca que vai vir aí.

-hii vê se me erra Natália. - ele fala rindo e tenho certeza que lembrou que vi ele bêbado ontem a noite

- vamos escolher as roupas do baile, e mamãe marcou com a moça na empresa as 8:00, e avisou pra gente nao atrasar. - Diego explica o motivo de acordarem cedo

Depois de tomarem o café eles se levantam e saem. Não conversamos muito mas o clima está bem agradável.

-Menina Natália, temos também que ir escolher nossa roupa do baile.

-Como assim Maria? Nós vamos ao baile? Achei que eram somente os convidados.

- Mas nós somos convidados, seu convite deve chegar entre hoje ou amanhã, todo ano dona Ana, contrata buffet, para que possamos aproveitar o baile. Então amanhã ou sábado de manhã, nos iremos ir lá olhar nossas roupas, porque semana que vem, ja antecede o natal, aí nao teremos tempo.

Somente sorri e fui fazer o que devia fazer, conversar não vai limpar essa casa.
O dia passou e com ela chegou a noite. Eu estava muito cansada, dormi tarde, acordei cedo, deitei na cama e apaguei. Por volta de 5:30, acordei e fui tomar água, e vi que tinha claridade vindo da sala. Chegando na sala, o abajur ao lado da poltrona estava aceso. Mas quem ia acender e deixar aceso, durante esses meses nunca vi ninguém sentado aqui.
Não podia ser? Será que ele esteve aqui? Será que ele me esperou?

Voltei pro quarto e fui tomar um banho. Na hora do café, estava somente eu e dona Maria, senhor José tinha saido cedo pra levar o senhor Ricardo. Diego entra na cozinha.

-Bom dia madrinha. - ele fala abraçando ela e abrindo a boca dando um bocejo.

-Bom dia meu menino, que isso com sono ainda? Vocês ontem deitaram cedo? Ou saíram depois daquela hora?

-Nao, ficamos em casa mesmo, é que eu perdi o sono de madrugada, e fui pra sala, fiquei lá um tempo pensando na vida. Mas acho que fiquei tempo demais lá, e acabei voltando a dormir tarde. - ele fala e no final olha pra mim

Eu abaixei a cabeça, e não contive o sorriso. Era ele mesmo. Ele foi até lá. Ele queria me ver.

- vai deitar de novo menino, você não tem compromisso nenhum, vai descansar- dona Maria fala se levantando,pegando as coisas pra colocar na mesa de jantar pra arrumar o café, e sai deixando nós dois na cozinha.

Eu não sabia o que falar. Continuei quieta, mas com um sorriso disfarçado.

-Achei que uma certa princesa ia perder o sono ontem de novo. Mas me enganei.

- eu estava muito cansada, e a gente também nao chegou a combinar nada, desculpa se te fiz esperar.

-não tem que se desculpar. Só queria te ver de novo, tava com saudades de você, do seu cheiro e principalmente queria te beijar de novo.

Eu tava acreditando nisso não, como assim ele estava com saudades de mim. E quer me beijar de novo. Devo ter ficado igual pimentão.

-vamos fazer assim, fica combinado da gente se encontrar, naquele mesmo lugar ali na sala, por volta de 2:00 pode ser? Eu sei que é errado mas já te conhecendo você não vai querer que alguém veja a gente junto. Chegando 2:00 a gente espera até 2:30, se caso um ou outro nao aparecer, nós vamos nos deitar, e no outro dia não temos que nos sentir culpados. Pode ser?

- Tá, ta bem pode ser. Fica combinado assim.

Dona Maria volta e não comentamos mais nada do assunto. Mais uma vez o dia passa, e chega a noite. Coloco meu celular para despertar as 1:50, e dormir. Quando ele desperta, eu custo a entender o que tava acontecendo, levanto vou ao banheiro. E sigo pra sala, vejo ele sentado no sofá, olho meu celular, e são 2:00 em ponto. Ele realmente estava ali. Abro um sorriso e vou até ele.

- Boa noite.

-Boa noite, você tá cada dia mais linda.

- você é pontual hein?

- é sério, quase nao fechei os olhos, eu queria muito te ver.

Ele fala chegando perto e colocando a mão na minha cintura e aproximando nossos rostos. Dessa vez eu sabia o que fazer, eu pesquisei na internet o que fazer com as mãos durante o beijo.
Ele me beija, e que beijo. Hoje tava melhor ainda, minhas mãos vão até seu pescoço, e começo a alisar sua nuca, alternando para seus cabelos.
Sinto ele me apertar com suas mãos, e nosso beijo ficar mais intenso.
Nós paramos de nos beijar, por falta de ar. Ele me olha, e não consigo entender seu olhar.

- Não imaginei que eu estava com tanta saudade assim de você - ele diz e me abraça.

Sentamos nos sofá, e ficamos ali conversando sobre várias coisas. Nossas conversas iam fluindo, ele era engraçado, inteligente, e acho que ele também pensava alguma coisa assim de mim, porquê quando eu falava ele ficava prestando atenção até eu terminar o assunto. Até dar 4:00, nos despedimos e fomos deitar.

Eu não podia, e nem sabia se era isso, porque nunca tinha sentido, mas eu estava criando sentimentos por ele. Eu estava numa guerra entre o coração e a razão.

Apenas uma empregadaWhere stories live. Discover now