Você morreu pra mim

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Fico no jardim até tarde. Precisava colocar minha cabeça no lugar. Eu ainda amo ele, mas ia tirar ele do meu coração custe o que custar.

- Hei vamos pra dentro ta frio aqui fora, mamãe fez um chá pra você, e tenho certeza que você tá precisando. -Peter coloca a mão nos meus ombros e fala comigo

Levanto e acompanho ele. Eles moravam numa casa bem bonita, e era no fundo do jardim.
Entro e já vejo dona Maria que vem me abraçar.

- o minha menina, eu tinha tanto medo disso acontecer, eu tava pressentindo isso.

- me desculpa, eu juro que tentei não me entregar. Mas foi mais forte que eu.

- vem, toma esse chá, senta aqui e quando quiser falar.

Sentei na sala, e Monique tava lá sentada também, Peter se levanta e vai tomar banho, senhor José vem até mim e me abraça forte.

- Fica bem. - e vai pro quarto.

Ficamos nos três. E aí começo a contar lá de trás pra Maria. Conto tudo, todos os detalhes. Ela fala que já tinha desconfiado de nós e teve certeza, no dia que ele passou a noite no meu quarto. Ela viu ele saindo de lá. Peter chega. E conto da nossa conversa final. Conto o que ele me falou e o que falei. E assim eles ficam sabendo também dos meus pais e do orfanato. Monique já chorava igual criança. Peter se levanta e sai. Monique vai atras e ficamos só nos duas.

- tá doendo tanto, que nao sei te falar.

- nada acontece por acaso minha menina, isso você pode ter certeza.

- Queria te pedir pra não falar nada para dona Ana. Não quero que ela saiba.

- Tem certeza? Ela cansou de falar que você era a nora que ela pediu a Deus.

- Tenho ela não precisa saber o que o filho dela e não.

- nao prometo que não vou contar nunca, mas por enquanto eu nao vou contar.

Ficamos ali conversando sobre a vida, e falei que a partir de amanhã ia ser aquela Natália antes do Diego, vou pro meu quarto, pego tudo que me lembra ele, roupas que usei, fotos que revelei, presente e guardo dentro de uma caixa no fundo do guarda roupa. A partir de amanhã ele nao vai existir mais em minha vida.

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Diego

Resolvo ir pra casa de campo, tinha que ficar longe dela, e nesses dois dias eu chorei tudo que nao tinha chorado por mulher nenhuma na vida.

Quando volto, tenho mil perguntas da minha mãe, falei que fui com a Júlia, mas estava sozinho, tinha cabeça pra outra mulher nunca. Vejo Peter sentado no sofá que olha e pelo olhar vejo que a coisa não ta boa aqui, Monique nem me olha. Natália deve tá mal, e isso é culpa minha, só minha. Aviso a Peter que volto amanhã, e ele só levanta a mão com um sinal de beleza, mas sem me olhar. Subo pro quarto e me jogo na cama.  Tempo depois escuto bater na porta.

-Entra - já sabia que era Peter.

Mas não era, era ela. Tava linda. Que vontade de abraçar de beijar de cheirar. Olho pro seu rosto e vejo que chorou. Isso me acaba por dentro.

Nossa conversa foi horrível, nem sei de onde tirei aquilo tudo pra falar dela, sei que machuquei ela demais com aquilo, mas quando ela fala comigo pela última vez, falando dos seus pais, do orfanato, aquilo eu me desabo todo, como eu pude fazer aquilo, com ela que já sofreu tanto, e mesmo assim me deu seu coração por completo. Ela me joga tudo na cara, vejo no seu olhar o ódio, não tinha mais amor ali. E por fim me pede pra esquece- la pra sempre. Ela sai e fecha a porta, vou atras e abro. Mas ela ja tinha ido.
Me deito na cama e me permito chorar. E a dor que to sentindo eu nunca senti em toda minha vida.

Me levanto vou arrumar minhas malas, volto amanhã mesmo, falei que surgiu uma audiência de última hora.
Quando escuto a porta se abrir e sinto uma pancada no meu rosto.

-Desgraçado- Peter me dá um soco na cara. E eu me desequilibro

- Porra Peter.

- Porra Peter? Eu devia arrancar seus dentes no soco. Você tem noção do que você fez.

- eu não queria e você sabe disso.

-Nossa imagina se quisesse. Porra Diego a menina já é toda destruída, você acabou com restinho dela.

- eu não sabia do passado.

- mesmo se soubesse Diego, o que você falou, machucou ela pra caramba.

Nessa hora sento na cama e desabo. Ele me conhece e sabe que não sou assim. Ele senta longe e fica me olhando.

- eu amo ela mais que tudo, e você não sabe a dor que tá aqui dentro. Mas a gente nao podia ficar junto.

- era só terminar Diego. Dava a desculpa que você ia voltar e nao ia ter jeito de vocês ficarem assim longe.

-mas ela ia me esperar toda vez que eu fosse vir. E eu nao quero isso. Quero que ela siga a vida dela. Agora já fiz e não tem mais volta. E ela me odeia pronto.

- te odeia mesmo. Eu amo você como irmão, mas gosto dela também como irma. Vou pra Nova Iorque e não quero você perguntando nada dela. Esquece que ela existe.

- tá tudo bem.

Ele sai. E eu fico ali sozinho. Arrumo minhas malas e vou tomar meu banho.

Apenas uma empregadaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang