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  Acordo na mesma posição em que dormi, exceto pelo fato de que o edredom foi colocado na altura de minha cintura. Os braços de Shawn ainda me envolvem, e o cheiro de álcool ainda paira no ar. Com o olhar, procuro o relógio pelo quarto, escutando a respiração leve de Shawn perto do meu ouvido. Hesito em me mexer e acordá-lo, mas preciso usar o banheiro urgentemente. Começo a tirar lentamente seus braços do meu corpo. Ele geme algumas vezes no sono, e eu sorrio, surpresa por não estar arrependida de tê-lo perdoado. Acordei sem o menor sinal de remorso ou vergonha, acho que eu mais do que ninguém esperou tempo demais por essa reconciliação. Mas também não tenho o desejo de ficar perto demais. Ah, não, definitivamente quero manter a vantagem dele ter pisado na bola comigo. Quando acho que fiz progressos, sinto seus braços me prenderem com força, me imobilizando com eficiência. Coloco as mãos nos seus braços, tentando me soltar.

- Nem pense nisso, Becca - ele grunhe, a voz rouca de sono.

- Eu preciso ir ao banheiro - sussurro.

- Azar o seu. Segure. Eu estou confortável. - ele diz calmamente me mantendo presa.

-  Não consigo. - resmungo.

- Não vou soltar você - ele declara sem brechas para argumentar, afastando minha mão com um movimento do braço, enquanto me mantém presa.

Encosto a cabeça no seu ombro num gesto de exasperação, e seus lábios se viram para o meu rosto, me beijando suavemente, os vestígios de sua barba roçando em mim. É uma sensação gostosa, nem de longe a reação que eu esperava, achei que ele não iria lembrar de nada depois da bebedeira. Assim que o sinto relaxar os braços, enquanto se ocupa acariciando meu rosto com o dele, tento escapar, mas logo que ele percebe a tensão em meus músculos, estou deitada de costas, pernas abertas e punhos presos ao lado da cabeça. Ele me olha de cima, os olhos brilhantes e dançando de satisfação. Ah, sim, está muito satisfeito consigo mesmo e preciso dizer que está maravilhoso com o cabelo despenteado e a barba começando a aparecer, faz tanto tempo que não o vejo dessa forma. Meu corpo reage a ele automaticamente, e a dor na minha bexiga logo é substituída por uma pressão no meu ventre, meu coração está em algum lugar entre meu tórax e minha garganta. Seu cheiro matinal é uma mistura de suor, aquela essência de água fresca que tanto amo, e hoje com um toque de tequila. Estou sem fôlego. Ele deve achar que sou fácil. Depois de tudo que aconteceram nas últimas semanas, qualquer mulher sã iria sair correndo sem olhar para trás, mas eu escolhi ficar e mais uma vez me afundar nessa paixão avassaladora. É assim que os relacionamentos tóxicos funcionam, um ciclo destrutivo e vicioso.

-  Dormiu bem? - Ele quer conversar agora?

-  Muito. - Ele passa o nariz no meu.  Mexo os quadris de maneira sugestiva, e suas sobrancelhas se levantam, os lábios querendo sorrir - E você? Pelo que aparenta acordou ótimo, sem sinais de ressaca.

- Eu também. Não tem como haver ressaca, dormi ao lado da mulher que amo. - falto o ar quando ouço sua breve declaração. É tão patético, eu deveria odia-lo quando na verdade eu só o amo. Mas não respondo sua declaração.

Espero que ele tome a iniciativa. Shawn me observa com atenção, inclina devagar o rosto sobre o meu e, quando nossos lábios finalmente se encontram, dou um gemido, abrindo a boca de maneira convidativa e tremendo sem querer quando ele passa a língua pela minha, sem pressa, seduzindo minha boca e se afastando de vez em quando para me beijar gentilmente, antes de reiniciar a exploração. Ah, gosto muito dele gentil. Ele está a quilômetros de distância do dominador senhor do sexo que conheço bem. Quando está feliz por eu ter demonstrado interesse, ele solta meus punhos e me acaricia com a ponta dos dedos pelos lados do corpo. É o bastante para eu quase convulsionar e mexer o quadril com o processo que começa em meu ventre e termina no meu sexo. O toque dele é viciante. Ele é viciante. Estou totalmente viciada. Abraço-o para apertar seu traseiro sólido como uma rocha. Aplico um pouco de pressão, empurrando seus quadris contra os meus de propósito. Gememos em uníssono, um na boca do outro.

Oh Daddy! - Shawn MendesDär berättelser lever. Upptäck nu