Oh Daddy! - Shawn Mendes

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Estou acomodada no couro marrom e macio do carro. Eu me sinto um acessório usado e velho, desconfortável e constrangida. Sem mais nada para falar ou fazer. Olho de vez em quando para o outro lado e flagro Nash me observando, e todas as vezes sou recebida com um sorriso tranquilizador, mas que não faz nada para abrandar meu incômodo. O beijo que rolou entre nós trouxe todo esse clima silencioso e estranho, não sei porquê fiz aquilo e só agora consigo recobrar a consciência, eu fui uma pessoa sem escrúpulos e egoísta. Não pensei em Nash e muito menos no Shawn. Oh meu Deus! O Shawn irá me matar se souber disso, eu prometi a ele que não ficaria com mais ninguém, na verdade eu não quero mais ninguém. Ele jamais irá entender o porquê fiz isso, ainda mais se descobrir que menti para vir a uma festa desastrosa, serei massacrada por diversas razões. Eu estou totalmente ferrada.
Nash voa pelas ruas movimentadas da Califórnia enquanto Grace nos segue no carro de Taylor e os demais. Olho para o belo perfil do homem sentado ao meu lado, dirigindo relaxado, seus olhos encontrando os meus antes de voltar a atenção para a estrada. Posso ver que está fazendo o possível para conter o riso. Ele está feliz pelo que rolou?

- Havia outras maneiras de me impedir sabia? - a voz do Grier é descontraída.

- Desculpe. Foi a única que consegui achar no momento. - digo sem graça.

- Não se desculpe. Eu adorei e achei criativo. - Ele acaricia meu joelho, e acompanho o seu movimento, antes de encarar seu olhar sensual.

- Fiquei com medo de trazer mais problemas. Eu só queria ir embora. - afirmo. Nash retira sua mão da minha pele e eu sinto o local formigar. A única pessoa capaz de me fazer sentir isso é o Shawn, mas oque diabos está acontecendo comigo?

- Eu ia quebrar a cara dele, eu disse que ia cuidar de você e vou cumprir com isso. - solto uma risada abruptamente. Todos querem cuidar de mim. Ainda estou sob o efeito de tequila então não tenho total controle das minhas ações. - Está rindo porque hein? Acha que eu ia apanhar daquele troglodita? - ele gargalha e ganho um apertão logo acima do osso do quadril.

- Eu não falei nada. - me defendo ainda rindo e mais relaxada.

Ele aumenta o volume, e a música drivers license da Olívia Rodrigo me faz relaxar no assento, enquanto olho o mundo passar por mim num borrão. Deito a cabeça na janela do veículo e sinto a brisa fria bater em meus cabelos, apesar de não termos ficado até o final da festa eu me sinto consumida. O silêncio volta a se instalar entre nós dois mas dessa vez o clima estranho foi embora, dando espaço para algo mais leve e preenchido pela batida melancólica da música. Continuamos o trajeto apenas curtindo a companhia um do outro e alguns minutos depois finalmente estacionamos em frente a casa de Grace, o carro de Taylor sumiu e desconfio que eles pararam para comer, então preciso esperar minha amiga com as chaves para abrir a porta.

- Se importa em ficar aqui comigo esperando Grace? - olho para Nash.

- Claro que não. Fico com todo prazer. - seu corpo está voltado para mim. Me desprendo do cinto de segurança. - Você gostou do beijo?

- Hãn? Quê? - falto engasgar com minha própria saliva quando ouço sua pergunta. - Sim, gostei. - Na verdade eu adorei Nash e talvez isso seja um problema.

- E podemos repetir ? - seu atrevimento é admirável.

- Na verdade não. Não é certo. - tento não ser grossa.

- E porquê seria errado Becca? Eu estou super afim de você e até um cego vê isso. Provavelmente Steven irá me matar se souber. - Nash ri da situação e eu o acompanho. Ele acabou de confessar que está afim de mim e eu não posso negar que ele está cada vez mais perto e me deixando nervosa. Acho que sinto vontade de beija-lo de novo.