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TORONTO, CANADÁ
11:41 PM
Ainda na boate...

As doses de tequila que tomei com Nash não me caíram muito bem, estou mais bêbada que antes e sentindo um incomodo no estômago. Me recuso a pedir ajuda para alguém. Então depois de dançar umas cinco músicas seguidas com Aaliyah, retorno para o bar da boate, me sento em um dos banquinhos e fico observando, tudo está girando. Peço para o bartender outra água e enquanto espero para ser atendida, o incômodo aumenta, e sei que é porque bebi demais e por Shawn e Maia passarem praticamente a noite inteira juntos. Cada fio de cabelo na minha nuca se arrepia quando viro e vejo Shawn encostado no mesmo lugar em que agarrou Nash pela camisa, não faz nem uma hora. Seu olhar severo me perfura, enquanto Cameron e Austin conversam e bebem também recostados no balcão. Shawn não participa do papo. Não, ele parece tão enfurecido quanto antes, me atravessando com o olhar. Os dois rapazes, Matthew e Jacob sumiram. Aaliyah estava sentada em um canto da boate ainda ao celular e Maia evaporou. O bartender toca meu braço para chamar minha atenção, e eu me viro, aceitando a bebida que ele oferece do outro lado do balcão. Pego e tento sair dali, mas não consigo me mover. Posso sentir os olhos de Shawn me queimando as costas. Sei que deveria sair de perto, mas o efeito magnético que ele tem sobre mim me faz querer ir até lá. Sou instantaneamente engolida por aqueles olhos completamente imobilizada. Só consigo pensar em sua voz, seu cheiro, seu toque. O poder implacável que ele tem sobre mim encobre minha inteligência, e meu coração bate descompassado nos meus ouvidos, tudo está girando mil vezes mais e não consigo fugir. Ele vem na minha direção, e posso ver Cameron olhar para mim também, enquanto Shawn deixa o grupo, Austin fazendo o mesmo. Ambos parecem desconfortáveis com o óbvio alvo de seu irmão.  Recobro meus sentidos momentaneamente quando Austin  tenta puxar Shawn de volta pelo braço, mas é empurrado para fora do caminho. Imploro para que minhas pernas ouçam o lado racional do meu cérebro e me tirem dali antes que meu lado estúpido permita que eu seja vítima da sua crueldade. Me levanto ligeiramente e quase caio novamente, por sorte consigo me equilibrar em cima dos saltos. Deixo a garrafinha com água no bar e saio pela multidão, empurrando pessoas pelo caminho quando minha retirada chega a uma situação preocupante. Eu não posso encarar Shawn nesse estado. Chegando à rua cambaleando, não perco tempo em tentar pedir um táxi e sumir do campo de visão do Mendes, mas quando o ouço gritar meu nome, começo a correr, em desespero, estou bêbada e tentando fugir, isso não irá dar certo. Não vou muito longe. Ele me alcança facilmente, me levantando do chão e me jogando em seus ombros me levando a uma rua lateral, enquanto grito e soco suas costas, se é que isso serve para alguma coisa, minha bunda está exposta e a mão grande dele tenta encobri-la, do que nada adianta.  Sou colocada no chão e, recostando na parede, tento levar ar para os pulmões. Não posso olhar para ele, vou me render. Preciso não estar nessa posição! Como fui me meter nessa situação? Hoje tinha tudo para dar certo, mas tudo se tornou um grande desastre e além de estar embriagada, agora quero colocar o jantar para fora.

- Olhe para mim! - ele ordena. Balanço a cabeça e tento escapar, mas ele me prende com facilidade.

- Não, eu quero ir embora... - digo com dificuldade, não sei se ele irá me entender.

- Pelo amor de Deus! - ele diz irritado, tento tirar suas mãos de mim e fugir. - Você está bêbada demais. Eu não gosto de ver você assim, imagina se estivesse aqui sozinha... Não quero nem imaginar.

- Você finge que se importa Shawn, você só quer me comer. - choramingo ainda evitando contato visual.

- Não, você só está dizendo isso porquê está bêbada.  - ele diz me prendendo. - Porque você sempre tem que estar perto do Nash? Eu disse para ficar longe dele.

Oh Daddy! - Shawn MendesWhere stories live. Discover now