Capítulo 34 - Fonte Carmesim.

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Quando o homem disse aquilo um tumulto começou envolvendo os moradores da cidade, que queriam chegar até ele. Rapidamente Fletcher ergueu seus dedos e em um movimento rápido seus homens se posicionaram.

Rapidamente seus homens cercaram a fonte impedindo que os civis chegassem até Albert, não queria um linchamento público. Ele pagaria por todos os seus crimes, com a confissão pública e aqueles documentos, não seria difícil derrubá-los dessa vez. O combustível havia sido lançado e o fogo da raiva se alastrava rapidamente entre os habitantes de Borthen.

— Eu cansei de tudo isso, nunca consegui ser feliz com esse dinheiro. Dinheiro que veio sujo com o sangue do meu povo, da minha amada e é por isso que eu não quero mais. Travis sempre roubou vocês, a miséria nos níveis inferiores é culpa nossa. Afinal, ninguém liga realmente para os pobres, que diferença faria para eles terem boas escolas ou hospitais? Foi isso que ele me disse uma vez e é verdade, a maioria é hipócrita e não se importa se tem alguém passando fome ou frio. — Os gritos da multidão em fúria continuavam, mas ele parecia não se importar. — Mas alguns de vocês são tão ruins quanto eu e ele sabiam? Vocês expulsaram o meu povo daqui como cães sarnentos acreditando nas mentiras que inventamos. E esqueceram tudo o que Os Deverpolt já haviam feito por essa cidade, toda a ajuda que eles deram.

Um silêncio sepulcral se instalou naquele momento, muitos encaravam Albert com os olhos arregalados e pareciam refletir sobre as palavras dele. Arthur se lembra bem dessa época, havia acabado de se alistar e não concordava nem um pouco com aquilo. Afinal, por conta daquilo havia perdido seu melhor amigo e não fazia ideia se ele ainda estaria vivo.

— Eu sei que não mereço o perdão deles e nem o de ninguém, não espero que alguém o faça. Mas eu cansei de toda a mentira e de toda a maldade, eu já entreguei a polícia uma pasta de documentos que será bem útil e uma confissão escrita por mim, datada e assinada. Sei que Travis comprou muitas pessoas nessa cidade, mas o Capitão é alguém que ele nunca teve nos bolsos e por isso sei que a justiça vai ser feita. — Disse Albert.

Naquele instante, Fletcher desviou o olhar da multidão e olhou Albert por cima de seu ombro direito. O homem o encarou com um sorriso aliviado e isso deixou o capitão confuso. Albert havia entregado a pasta com as provas, então provavelmente eram todas verdadeiras e ficou admirado por Albert ter sido inteligente o suficiente para reunir provas de suas falcatruas com Travis.

— Tudo o que eu tinha que fazer aqui, eu já fiz. — E dizendo aquilo Albert fez algo que surpreendeu a todos.

Fletcher não teve tempo de reagir e tudo que pode fazer foi observar a cena que se desenrolava em sua frente como se fosse em câmera lenta. Ele observou Albert retirar uma adaga de suas roupas, Fletcher deu alguns passos para tentar se aproximar. Mas o homem foi mais rápido e deslizou a adaga afiada pela própria garganta. Os gritos de horror preencheram o ambiente e tudo que Fletcher pôde fazer foi observar o corpo cair com um baque dentro da fonte e logo a água cristalina adquiriu um tom carmesim.

— Proteja aquela pasta de qualquer forma, leve para a resistência se preciso. — Sussurrou Fletcher para Carter.

Eles sabiam que Travis poderia conseguir que alguém roubasse aquelas provas e sabia que aquele crápula não mediria esforços para isso. Carter assentiu e logo sumiu em meio a multidão, agora Fletcher tinha uma enorme bagunça para arrumar. Soltando um longo suspiro ele observou o corpo sem vida de Albert e alguns segundos depois começou a gritar ordens para seus homens.

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Podia sentir a claridade batendo em seu rosto e se amaldiçoou por ter esquecido as cortinas abertas, não tinha a menor ideia de que horas eram naquele momento.

Utópico. - Duologia Deverpolt.Where stories live. Discover now