30 de Outubro, 2018 - Terça (21h34)

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Se antes eu dizia amar transar com aquele homem, hoje já não sei mais que palavras usar para o que sinto quando fazemos sexo. Aliás, fazemos amor (apesar de eu achar meio brega falar assim, não deixa de ser verdade). A mistura desse sentimento com o prazer físico é absolutamente indescritível. Nem o céu deve ser tão maravilhoso. Nem mousse de limão faz isso comigo.

E por falar nisso, foi exatamente o que comemos depois de eu ter gozado três vezes ao longo da tarde. E uma das vezes, fiz questão de que fosse sobre o peito nu do Nicolas, lambuzando-o com meu sêmen morno.

Certo, certo... Nem foi para isso que comecei este e-mail, mas achei que deveria contar. Ter o Nicolas pedindo para eu ser ativo e, não apenas isso, pedindo para eu ir mais forte, foi praticamente um marco para mim em nosso relacionamento. Por isso, como uma boa amiga que você é, precisava saber, claro.

Às vezes fico imaginando eu contando isso para você pessoalmente, amiga. Ambos sentados na varanda de minha casa, e você ficando com o rosto todo vermelho. Mas, a verdade é que eu provavelmente ficaria mais vermelho que você! Seríamos dois pimentões conversando, não seríamos? Ah... Mas realmente acabei pegando gosto em contar esse tipo de coisa nesses e-mails que te mando. E isso faz eu pensar que talvez eu seja algum tipo de exibicionista. Humm... Não sei. Eu jamais deixaria alguém assistir a essas coisas. Apenas fico no relato detalhado, mesmo.

Fora isso, o restante de nosso domingo foi tranquilo. A parte chata foi ter que limpar a bagunça da noite anterior, mas o ponto positivo é que acabou sobrando bastante carne para nós. Temos almoço e janta garantidos para o mês inteiro.

Ontem, na segunda-feira, o Claus veio fazer uma visita para nós. Como ele não está trabalhando, acaba usando o tempo livre para ficar com o Lucas, passear por aí, visitar colegas e tudo o mais. Antes ele usava este tempo para se drogar, mas as coisas estão mesmo mudando.

Creio que você se lembra que eu comentei que há uns dias ele teve uma recaída, não é? Depois da bronca que a Jaqueline deu nele, parece que entrou nos eixos. Ele respeita ela como se fosse uma irmã mais velha. Eu já cheguei a pensar que ele estava a fim da Jack, mas depois notei que realmente não tinha nada a ver. A forma como ele trata bem o Jonas e a maneira como ele age, de forma geral, mostra que ele realmente considera a Jaqueline acima até da própria irmã. E quando ele veio ver a Belson's Flora ontem estava com uma cara boa, sabe? E pensar que esse era o maluco que me espionava semanas atrás...

Ele chegou a perguntar se não teríamos uma vaga na floricultura para ele. Garantiu que poderia fazer de tudo, até o cargo mais baixo, mas realmente não estamos precisando de pessoal. E como a situação está apertada, nem teríamos como inserir outro funcionário nos planos de pagamento.

A Jaqueline, como sempre, disse que vai ver o que pode fazer por ele, mas a parte complicada é que o próprio Claus não parece se ver em alguma função importante.

Por um momento, meio que pareceu eu mesmo, e isso deu um calafrio estranho. Pensar que às vezes faço igual a ele não é exatamente animador.

Mas, enfim... Estou enrolando para chegar na parte principal, não é? O fato é que o Claus disse que numa conversa com a Sônia insistiu que ela conversasse comigo. Até aí tudo bem. Nem eu e nem a Jaqueline nos impressionamos. Mas a parte que nos deixou de queixo caído foi quando ele completou, dizendo:

"E não ééé que a mana topooou, brother? Tu vai ter uma chaaance de fazer as paaazes, num é da hora?"

Meu primeiro instinto foi de responder que não. Quis explicar que aquilo estava bem longe de ser "da hora", e que eu queria distância daquela donzela gentil e delicada como um javali nervoso. Mas fiquei quieto, piscando algumas vezes ao imaginar a cena de eu entrando num manicômio e ela arrancando minha jugular com os dentes.

O Monotono Diario de Isaac [BETA]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora