Cap.4: Legilimência Vaga

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Depois daquela noite fria no Grande Salão, Stillah esperou algum aluno em sua sala, mas ninguém veio. Pelo contrário, não demorou dois dias para chegarem cartas. Ela lia cada uma e queimava em seguida, palavras usadas como "criatura" ou "aberração" eram guardadas pois iria escrever algo bem mais elaborado no seu tempo livro como resposta. Ela particularmente não ligava, até ela achava isso de si mesma. Sua alma já tinha se corrompido há anos quando se tornou vampira, ela mais do que ninguém se odiava.

Os dias foram se passando, alunos que antes eram mais educados agora pareciam um robô perto de Verene. Era medo. Algo que não precisavam ter, mas se estivesse no lugar deles também sentiria.

As aulas com Severus ao logo de setembro e outubro forma calmas, apesar das indiretas dos alunos e até mesmo de Snape, parecia que ele a queria vê descontrolada. Em cerca de três semanas, estava (ele) irritado e frustado. Ela não rebatia e muito menos mostrava deboche algum. Respondia tudo com paciência e elegância na voz, sua expressão era sempre fria e distante. Severus quando se deu conta, queria ficar sozinho com ela e entrar em sua mente.

Era isso que iria fazer.

Afinal, ela poderia estar aqui a pedido especial do Ministério contra algo o alguém daqui. Poderia estar vigiando alguém ou atrás de algo o que o deixava ainda mais desconfiado.

Stillah estava arrumando seus livros na estante do quarto, era noite e o clima era frio e tão puro, ainda mais com as rosas que tinha colhido no entardecer de ontem. Deixou velas iluminado o quarto, um clima confortável para ela particularmente. O luar era lindo, apesar de não vê-lo de onde estava. Sabia que por ser lua cheia, algum lobisomem infeliz estava perambulando por aí, sempre fez questão de passar luas cheias trancada em algum lugar para não correr o risco de enfrentar um "cachorro-lobo" grande com cheiro de morte -como já havia acontecido em 1901.

Terminava de colocar o último livro na estante quando um vento percorreu seu quarto apagando suas velas na cômoda.

Terminava de colocar o último livro na estante quando um vento percorreu seu quarto apagando suas velas na cômoda

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- O que houve, Sr. Snape?...

Ela perguntou sem olhar para a porta. Ele por outro lado via seu corpo detalhadamente. Usara agora um vestido de cetim roxo, sua pele pálida estava menos nítida no breu e os seus cabelos soltos e volumosos, sentia o mesmo cheiro de sempre. "Droga!". Praguejou para si vendo-a.

- Posso saber por que invadiu meu quarto? Hum? - Perguntou sem expressão.

Porém o que teve de resposta foi um puxão em seu braço, o contato da pele morna contra a sua sem calor foi um tanto repentina e assustadora. Ninguém a tocar a décadas -ela não deixava. Ele apontou a varinha para sua cabeça e sem pestanejar passeou por suas lembranças e emoções. Eram vagas. "Maldição! Como?!".

Assim que entrou viu ela a poucos dias atrás, amarrava sua camisa branca com uma expressão séria, sentia frustração. Passou para dez anos atrás vendo-a entrar dentro de uma casa escura passando com os dedos pelos móveis, e ao passar pelo espelho viu sua expressão triste. Sentiu luto. Voltou mais, não querendo muito infelizmente, voltou mais para trás, agora ela estava dentro de um cemitério ajoelhada na madrugada fria, deixava rosas azuis no túmulo e sussurrava "Me perdoem...", sentiu solidão. Foi quando entre todos aquelas lembranças distantes e vagas ele encontrou uma onde ela estava presa, jogada dentro de um cômodo frio cercada por paredes cinzas. "É Azkaban?". Ele voltou parecendo ser expulso.

- Como ousa??

Ele estava, pela primeira em anos, atordoado e entristecido por outra pessoa. Não entendia o motivo de não conseguir o que queria, nem ter encontrado algo consistente nela. Era nublado, frio, lembranças infelizes, momentos solitários, tristeza profunda e até nessas transições de fases de sua vida tinha encontrado pensamentos suicidas. O que é impossível, já que é vampira.

- Eu-

- Saia.

Sentiu como uma facada em seu peito. Não entendia como sentia aquilo. Ela mexia com ele era fato, sua capacidade de ler expressões corporais e emoções como fazia com qualquer um era inútil com ela. Ela estava séria e mais fria no olhar, os olhos prateados dela se tornaram negros por completo.

- Saia... Agora.

Ele inclinou a cabeça confirmando e saiu de lá. Agora estava ainda mais intrigado sobre ela.

-‡-

O natal chegou, Stillah olhava torto demais para Severus e todos percebiam aquilo. Ele por outro lado, já tentou no máximo três vezes ficar a sós com ela e a enfrentar de uma vez por todas, porém, nada. Era impossível. Entretanto... Eles tinham algo em comum, ambos desconfiavam de uma pessoa ao decorrer das semanas: Quirino Quirrell. Mas somente ele fazia algo quanto a isso.

No Grande Salão, Verene estava ajudando um professor a enfeitar a árvore a pedido dele.

- Acho que já está bom para senhorita.

- Agradeço. Me chame se precisar de algo. - Falou sem um sorriso nos lábios. Ela era tão... Sem vida.

Passou pelo moreno e o ruivo. De todos os alunos, Harry era o único que a tratava com gentileza, Hermione parecia afastada e nervosa com algo, Rony apenas não conseguia formular uma frase para a pálida moça, ainda estava meio assustado com o fato de ter aula com uma vampira. Vampiros não são realmente bem vistos para a comunidade bruxa.

- Olá Srta.

- Boa noite meninos. Jogando xadrez bruxo? Quem está ganhando? - Fez a pergunta tentando parecer um pouco mais doce.

- O Rony. Não sou bom nisso. Mas é um ótimo passatempo. - Potter falou direcionando o olhar para a mulher que ao olhar para ele viu um relance de memória e sorriu de canto. Harry ficou surpreso, mas alargou o sorriso.

- Pelo menos você tem um. Eu só leio livros e sou escrava do professor de vocês. - Disse olhando para o tabuleiro. - Eu lembro de quando eu jogava isso... Eu perdia todas as vezes para o Potter.

- Como assim?? - Potter diz de olhos brilhando.

- Ah... É o costume falar apenas sobrenome... Sabia Harry que a família Potter é uma das famílias mais antigas do mundo bruxo como os Malfoy's e os Weasley's? Quer dizer, não é uma das famílias sagradas, mas é bem antiga.

- Jura?! - Ele se empolgou fazendo Rony se assustar. - Você conheceu algum Potter?

- Sim. Grant Potter, um ótimo amigo.

- Fico feliz por você... Quer dizer que é bem velha... Digo! É uma pessoa de grande conhecimento do mundo é isso! — Ela apenas ignorou. Ela não se achava velha, não exatamente era.

Rony apenas escutava a conversa. Era verdade, ela não era uma vampira ruim, era somente distante e tenebrosa, mas com Harry parecia se soltar e talvez já tenha resposta para isso para ela. Harry Potter lembrava Grant Potter, seu melhor amigo antes de sair de Hogwarts por ele ter enfrentado um Malfoy e o mandando para a enfermaria.

Viu Hermione chegar e se despediu dos meninos, parou em frente a porta do salão e esperou Hermione passar.

- Senhorita Granger. - Ela pareceu travar. - É uma ótima aluna, nas aulas vejo que mesmo com alguma dúvida evita falar comigo, e mal tens me olhado... Eu fiz algo para senhorita?

Perguntou branda mais sem emoção na voz. Ela negou com a cabeça e respirou fundo.

- Gosto da senhora, fiquei curiosa sobre você e pesquisei afundo... Eu que descobri sobre seu segredo, sinto muito. Fiz você passar por aquilo tudo e-

- Uma hora eles iriam saber, Granger. - Disse calma, a pequena atropelava as palavras nervosa. A castanha prestava atenção nas palavras da pálida a sua frente. - Você é uma ótima aluna e não quero que por causa de um "mal entendido" ou sentimento de culpa se recuse a chegar até mim. Estamos entendidas?

- S-Sim...

- Feliz Natal, Granger. - Assentiu com a cabeça.

- Feliz Natal, senhorita Verene.

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🦇Esse cap para mim é importante, eu fiz com carinho e dei uma "aprofundada" leve no passado da personagem.
Espero que tenham gostado ♥️
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𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐇𝐀𝐒 𝐒𝐌𝐄𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐑𝐎𝐒𝐄𝐒, Severus SnapeWhere stories live. Discover now