04. até onde você é capaz...?

Začať od začiatku
                                    

Eu só... eu não conseguia ficar em paz com isso. Eu não conseguia ficar em paz vendo uma pessoa tão importante para mim se machucando desse jeito sem nem lutar por algo melhor. Em sua defesa, após tudo o que viu e passou desde que nasceu, ele não acreditava merecer algo melhor que Jessica. E ela era boa em fazê-lo acreditar nisso.

Eu não sabia nada sobre estar apaixonado e louco de amor, mas sabia que fosse daquele jeito, eu não queria. Alguém que manipulava, ficava satisfeito com o controle que mantinha sobre seus sentimentos e como os distorcia para seu agrado, vivendo apenas por aquilo, se encontrando em tantos outros corpos quando deveria estar firme, forte e valente ao lado da pessoa que dizia amar? Não, isso não era para mim.

O vento agitou a abertura da minha camisa jeans e eu ergui a cabeça, entrecerrando os cílios e observando os arredores. Alunos se dispersavam pelo espaço, alguns fazendo seu caminho para fora do campus e outros sentados em grupos, rindo e estudando enquanto a vida acontecia e mais um dia se findava. Era uma sensação estranha que eu adorava: a maneira com que observar tudo e manter minhas discussões apenas para mim me fazia sentir fora do meu elemento e, ao mesmo tempo, nada parecia mais seguro que isso.

Neste lugar a salvo, somente comigo, não havia julgamento ou escolhas ruins. Havia apenas eu e o que era, o que minha vida se tornara desde o dia em que meus pais morreram e, com isso, eu seguia em frente.

Claro, desde que Alyssa e Calum chegaram, eu estava questionando-me até mesmo isso.

Como se fosse calculado, minha irmã apareceu dobrando a lateral do prédio. Seu cabelo castanho voava em todas as direções por culpa do vento maluco e da quantidade de verde por aqui. Era realmente admirável como havia empenho em manter a natureza ao redor saudável e bonita, algo que estava se tornando raro em nosso mundo graças à ambição da sociedade e o crescimento em massa da urbanização.

Nós não falávamos muito. Quero dizer, falávamos, mas ninguém ousava cutucar o elefante cor de rosa no centro da nossa casa. Eu queria saber sobre ela, queria que ela quisesse saber sobre mim e o que faríamos a seguir, o que ela queria e como seguíramos em frente. A pergunta de um milhão de dólares que me perseguia: você vai me perdoar por ter partido algum dia? ecoava interminavelmente dentro de mim. Eu nem sabia mais onde essa linha de raciocínio terminava e minha atual vida começava.

Tudo pelo que lutei parecia, de repente, destrutível.

Eu me empertiguei ao ver a garota caminhando ao lado dela, agora, atravessando o gramado. Reconheci o tom castanho escuro de seus cabelos antes de ver seu rosto, ficando muito interessado no caminhar das duas. Era a mesma que estava na área comum outro dia e que deixara cair seu fone, praticamente correndo para longe de mim assim que devolvi o item.

Estreitei meus olhos nela. Sabia que não era o cara mais sorridente e caloroso de todos, Jesus, em comparação aos idiotas que escolhi como amigos? Eu devia ser uma desgraça em comparação. Mas não esperava assustar a garota; honestamente, a vibe de quietude e mistério era exatamente o que as trazia para mim. E o fato de ela estar com um sorriso cutucando suas bochechas enquanto falava com minha irmã? Curioso.

— Você está pronto? — a voz de St. John trouxe meu olhar de volta para seu rosto. — O quê?

Joguei o queixo na direção delas antes que sumissem.

— Você conhece a da direita?

As íris âmbar seguiram para elas, estreitando-se ligeiramente antes que ele travasse sua mandíbula. O músculo ali deu um tique dado à força com que ele pressionou seus dentes juntos. Quase pensei que ele não responderia até que finalmente esfregou o queixo barbeado e balançou a cabeça, negando.

Our Way HomeWhere stories live. Discover now