Como escrever, matar e public...

By JosIgor

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(LIVRO COMPLETO) | VENCEDOR DO PRÊMIO WATTYS2020 | Categoria: Mistério & Suspense Do que você seria capaz par... More

Nota do autor
Dedicatória
00. Prólogo
PARTE 1 - A PRIMEIRA VERSÃO
01. May
02. May
03. May
04. May
05. Micael
06. May
07. May
08. May
09. May
10. Micael
11. May
12. May
13. May
14. Norberto
PARTE 2 - REESCRITA
15. Nicolas
16. Nicolas
17. Micael
18. May
19. May
20. Norberto
21. May
22. Norberto
23. May
24. Norberto
25. Norberto
26. Norberto
27. Rodrigo
28. Rodrigo
29. May
30. Rodrigo
31. Norberto
32. May
33. May
PARTE 3 - EDIÇÃO
34. May
35. May
36. May
37. May
38. Noberto
39. Norberto
40. Rodrigo
41. Norberto
42. Rodrigo
43. Rodrigo
44. Rodrigo
45. Rodrigo
46. Rodrigo
47. Norberto
48. Laura
49. Cris
50. Rodrigo
51. Cris
52. Laura
53. Rodrigo
54. May
55. Laura
PARTE 4 - PUBLICAÇÃO
55. May
56. May
58. May
59.May
60. Micael
61. [Jornal Hoje]
62. [Necrópsia]
63. Detetives
64. May
65. Rodrigo
66. Rodrigo
67. Detetives
68. Olívia
69. Laura / Cris
70. Epílogo
71. May
72. May
Agradecimento

57. May

219 73 8
By JosIgor

1 DIA DEPOIS DOS CRIMES

22/02/17 – quarta-feira, 12h32

Com o choro engolido, prosseguiu com sua explicação.

— E foi bom ter parado para pensar. Fiquei lá por horas.

— Fazendo o quê? — Ele coçou a barbicha.

— Nada. Exatamente nada. Apenas fiquei chorando pelo choque da agressão. Fiquei no carro aos prantos. Pensando no que fazer. Para onde ir. Como eu iria resolver a situação.

— Fez o correto. No estado de nervos no qual você se encontrava, não era bom nem estar dirigindo.

— Sim, exatamente. Mas não aguentei por muito tempo...

— Você falou que ficou lá por horas — disse Ele. — Como assim não aguentou por muito tempo? É tempo demais chorando no carro.

— Se você quiser saber, exatamente, por quanto tempo fiquei aos prantos naquele maldito estacionamento do Carrefour, chorando por ter sido agredida e por ter sido traída, vá até lá e veja as câmeras de segurança. Conte as horas! Os minutos! Os segundos!

Pelo olhar que Ele lançou a May, era exatamente isso que Ele pretendia fazer. May até imaginou ele a vigiando pelas câmeras de segurança do supermercado para saber exatamente a hora em que entrou e que saiu do local.

Ele está achando que eu matei meu próprio marido? NÃO FUI EU! E POSSO PROVAR!

Rapidamente o dilema de mostrar o vídeo veio à tona.

— Calma, não precisa se exaltar. A gente está entendendo. Cada um tem seu tempo para entrar nos eixos novamente, cada um tem um modo de agir perante um episódio traumático como este.

— Obrigada. — May respirou fundo.

— E depois, o que você fez? — Ela prosseguiu.

— Depois eu saí do carro. Minha cabeça estava me matando, como se alguém estivesse martelando ela. Fui até a farmácia para comprar um remédio para dor de cabeça. — May olhou diretamente para Ele e decidiu enfrentá-lo: — Se quiser saber a hora exata também que entrei na farmácia, fique à vontade com os seguranças de lá.

— Isso cabe a mim — respondeu Ele, sempre analisando as expressões corporais dela, enquanto Ela prestava mais atenção no que ela falava.

Eu sei que você vai! Eu sei como funciona uma investigação.

— Prossiga, por favor. — Pediu Ela, projetando-se para frente, apoiada nas coxas com os cotovelos.

— Eu sei que, mesmo com a cabeça mais fria, e mesmo estando mais calma, eu pensei nas consequências que aquela briga traria. Então, sem pensar muito, eu acabei ligando para Rodrigo, o agente literário lá da editora, e disse que eu e Norberto tínhamos brigado e que era para ele tomar conta de algumas coisas na editora na minha ausência.

Automaticamente May omitiu o fato de ter enviado uma foto do seu rosto agredido para Cris e Laura, que estavam lá ainda, fazendo hora extra.

May foi interrompida pelas marcações agitadas feitas por Ele num bloco de notas. Por causa da pausa na fala e do olhar compenetrado no que o detetive fazia, Ele acabou perguntando:

— O que foi? Lembrou-se de algo importante?

— Sim, lembrei.

May voltou em si.

— Pois diga.

Ela olhou para Ele: "Menos rispidez, por favor".

— Rodrigo estava indo para a editora, ou melhor, Rodrigo já estava lá quando liguei para ele.

Ele voltou a rabiscar no caderninho, avidamente, fazendo seu papel de "investigador lógico", enquanto Ela devia estar fazendo relatórios mentais sobre o comportamento "emocional" dela.

— A senhora sabe que já ligamos o homicídio de Nicolas, seu até então, funcionário, à morte do seu marido, não sabe? — A pergunta havia sido retórica. — Interrogamos Rodrigo ontem. Estamos tentando traçar um cronograma dos acontecimentos.

May assentiu.

— O que você fez depois de avisar a Rodrigo sobre o "ocorrido"? — A voz calma de Ela soou na sala. —Voltou para a casa? Foi até a editora?

Se interrogaram Rodrigo, sabem que não fiz nem uma coisa nem outra.

May falou a verdade:

— Fui me hospedar num hotel. Não queria dormir com meu marido aquela noite até que eu pensasse no que fazer.

Ele estava com a caneta pronta no bloco de anotações:

— Hotel Chamonix, Avenida Dom Aguirre.

— Ok. — Ele balançou a cabeça uma vez.

May olhou para Ela. Sabia que ela era uma investigadora, e que aquela bondade e benevolência toda faziam parte do profissionalismo, contudo, Ela o fazia tão bem, que May queria confessar tudo o que sabia diretamente para a detetive. Queria contar toda a verdade para Ela, não fosse o nojento d'Ele ali, a encarando como se ela fosse Laura, como se ela tivesse matado seu esposo.

— Então, resumidamente, você esteve fora e não estava a par do que o seu marido, supostamente, estava fazendo?

Ele não havia sido específico na pergunta, mas May tinha captado o sentido da pergunta.

— Sim. Eu não sabia de nada. Não sabia o que estava acontecendo. Até que Rodrigo me ligou e contou.

A voz de May falhou sem querer.

Um silêncio chato se espalhou pela sala. Só olhos piscando.

— O que mais vocês querem saber? Eu pareço estar mentindo? Acham que eu fui até a editora e estourei os miolos do meu esposo por causa da traição?

— Ninguém aqui a acusou de nada. — Ela falou primeiro.

— Aliás, do que já sabem? — May perguntou, fazendo uma cara de choro que, aparentemente, comoveu até Ele, porque ele respondeu:

— Suspeitamos que o seu marido tenha matado o amante, Nicolas. Verificamos o celular da vítima e comprovamos as ameaças de morte vindas de Norberto.

May sentiu vertigem. A tontura queria levá-la para um lugar escuro. Até que não seria ruim ir para lá e se livrar daqueles dois. Contudo, resistiu.

Os dois detetives provavelmente notaram o "reboot" dela. Esperaram por mais alguns segundos, calados.

— Você descobriu a traição ontem, Mariane? — Ela tomou a frente, ao perceber que May estava recuperando a cor. May apenas disse que não com a cabeça. Silenciosa. — Descobriu quando? E como?

— Descobri, de verdade, faz umas duas semanas.

— Pode nos explicar o que quis dizer com "de verdade"?

— Bom, eu suspeitava até então. — May olhou para além dos olhos castanhos da inspetora. — Mas ontem, durante a briga que tivemos, Norberto não negou que me traia. Por isso eu me expressei assim.

— Então quer dizer que as brigas se iniciaram e perduraram da suspeita até a confirmação da traição?

May fez que sim com a cabeça, ainda calada.

— Como?

— Como o quê? — May foi obrigada a falar.

— Como aconteceu? E quando foi que você começou a desconfiar sobre o caso extraconjugal de seu marido?

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