Como escrever, matar e public...

By JosIgor

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(LIVRO COMPLETO) | VENCEDOR DO PRÊMIO WATTYS2020 | Categoria: Mistério & Suspense Do que você seria capaz par... More

Nota do autor
Dedicatória
00. Prólogo
PARTE 1 - A PRIMEIRA VERSÃO
01. May
02. May
03. May
04. May
05. Micael
06. May
07. May
08. May
09. May
10. Micael
11. May
12. May
13. May
14. Norberto
PARTE 2 - REESCRITA
15. Nicolas
16. Nicolas
17. Micael
18. May
19. May
20. Norberto
21. May
22. Norberto
23. May
24. Norberto
25. Norberto
26. Norberto
27. Rodrigo
28. Rodrigo
29. May
30. Rodrigo
31. Norberto
32. May
33. May
PARTE 3 - EDIÇÃO
34. May
35. May
36. May
38. Noberto
39. Norberto
40. Rodrigo
41. Norberto
42. Rodrigo
43. Rodrigo
44. Rodrigo
45. Rodrigo
46. Rodrigo
47. Norberto
48. Laura
49. Cris
50. Rodrigo
51. Cris
52. Laura
53. Rodrigo
54. May
55. Laura
PARTE 4 - PUBLICAÇÃO
55. May
56. May
57. May
58. May
59.May
60. Micael
61. [Jornal Hoje]
62. [Necrópsia]
63. Detetives
64. May
65. Rodrigo
66. Rodrigo
67. Detetives
68. Olívia
69. Laura / Cris
70. Epílogo
71. May
72. May
Agradecimento

37. May

278 78 11
By JosIgor

DIA DOS CRIMES

21/02/17 – terça-feira, 20h15

Custou a se recuperar da adrenalina. Seus pensamentos estavam mais embolados que seu cardigã e seu cachecol no banco detrás do carro. Aquilo tudo estava sendo muito louco para ela. Seus nervos estavam à flor da pele. Quais as consequências? Qual o próximo passo? May chegou a pedir a Deus um sinal sobre o que fazer agora que a merda toda já estava feita. A resposta passou longe. Uma pensamento absurdo permeou sua mente: Nunca mais vou sair daqui de dentro desse carro! Quando afastou a maluquice da cabeça, secou os olhos com o máximo de cuidado e, antes de abrir a porta, bateu os olhos no painel digital do carro e viu que ele mostrava: 20:15. Fungou mais uma vez e tomou coragem em dar às caras ao mundo mais uma vez. Como serão as coisas daqui para frente? O medo lhe estampava a cara.

Às 20h17 entrou na loja sem tirar seus óculos, mesmo sabendo que chamava a atenção dos outros, e rumou até farmácia dentro do supermercado. May andou por entre as prateleiras baixas de produtos e seguiu até o balcão. Pediu por comprimidos capazes de amenizar sua dor latejante de cabeça que prenunciava uma crise de enxaqueca. Não satisfeita com as cartelas de Dorflex e Neosaldina, ela pediu mais uma de Advil. — Fortes dores musculares — explicou-se para o balconista com a voz de "nariz entupido". Antes de fechar a compra, agarrou também um calmante qualquer que viu na promoção. Fungava de minuto a minuto a fim de disfarçar a coriza provinda da sessão de choro. Passava a mão no nariz checando qualquer vazamento nasal.

— Mais alguma coisa?

— Não, só.

Porém, antes de chegar no caixa, lembrou de adicionar uma garrafinha d'água à compra. Depois de pagar, agradeceu à moça do caixa e saiu segurando a sacolinha de remédios. May estava certa de que só dormiria essa noite se estivesse dopada.

Por um instante pensou na possibilidade de trocar tudo aquilo por boas doses de vodca gelada, contudo, a ideia de acordar com mais dores de cabeça no dia seguinte fez ela desistir da façanha.

Retornou ao carro depois vencer uma multidão de curiosos pelo curto trajeto. Até parece que nunca viram uma mulher de óculos escuros! No seu refúgio tomou primeiro uma cápsula de Advil e depois virou a mão cheia de comprimidos (dois de cada) na boca e empurrou tudo com grandes goles de água. Quase secou a garrafinha de 500ml.

A garganta reclamou, afinal, a sensação era a de estar engolindo uma colherada de grãos de feijão ressecados e crus. Gastura lhe trespassou. E, antes que perdesse sua sobriedade por conta do consumo exagerado dos medicamentos (e no seu organismo já circulavam substâncias provindas de outras drogas mais fortes), ela decidiu ir embora dali.

Aceitou a auto-sugestão de hospedar-se no Chamonix Plaza Hotel, localizado na Marginal Dom Aguirre, onde havia se refugiado uma vez por semanas logo depois de ter sido sequestrada e ter adquirido um medo de ficar na própria casa.

Saiu do supermercado às 20h27 e partiu rumo ao hotel.

*****

Meia hora depois, já acomodada na suíte, ela tinha tomado a decisão de abrir o jogo com a pessoa que ela sempre julgou ser seu amigo: Rodrigo. Discou o número dele. Precisava desabafar e contar tudo, e inclusive, lhe pediria "um favorzão". Ela tinha certeza de que ele o faria sem hesitar.

Conversaram por um momento rápido.

— Obrigada — agradeceu May ao telefone. — Estarei aqui no Chamonix, aguardando você. E lembre-se do que eu disse: ele está muito nervoso, portanto, tome muito cuidado com ele — alertou, referindo-se a Norberto. — Estou confiando em você, ok? — Antes de desligar, agradeceu novamente: — Obrigada por estar do meu lado, Rodrigo. Significa muito para mim neste momento.

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